Roda de Viola em Ipoema acertou a mão
Valério Adélio*
Evento está mais próximo do Ideal, mas pode melhorar, pois sempre há espaço para melhorias. O que é o distrito de Ipoema sem o turismo? O que somos nós sem as festas? Como agradar a maioria? Como usar a roda de viola para “vender o distrito” como atrativo turístico, ecológico e cultural no cenário mineiro?

Perguntas como essas e outras mais estão sempre em discussão em nosso meio. E vira e mexe, tem sempre alguém com a fórmula pronta ou pelo menos se dizendo o bom da boca. Trata-se, enfim, de uma discussão eterna. E isso é bom, quanto mais a comunidade debater e apontar saídas, maiores serão as possibilidades de acerto. Mesmo que errando ao tentar, para depois corrigir, se necessário.
E é essa disposição de perguntar e ouvir as pessoas sobre os rumos a serem tomados que percebo entre os responsáveis pela administração de nossa Ipoema. E nesse diálogo, as respostas vão surgindo, sempre no sentido de melhorar e construir o que há de bom e exequível nesse debate necessário.
A começar pelo chefe do executivo, Ronaldo Magalhães, um prefeito aberto ao diálogo e que tem mostrado pulso firme em suas posições, mas sem deixar que isso contamine a construção do novo e do consenso.
Em seu propósito de ouvir as comunidades, ele tem sido feliz na busca de diretrizes e na definição de uma política cultural e turística para Itabira e seus distritos. Com diálogo e inovação, sem contudo perder as suas diretrizes.
José Dom Carlos, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo, tem tido a simplicidade de construir com as comunidades esse caminho para um turismo sustentável partindo da raiz de Ipoema para a nossa mãe Itabira.

O Gentil Fonseca, administrador de Ipoema, tem ouvido tanto e talvez com receio de não maltratar as pessoas, tem-se deixado contaminar com algumas ervas daninhas, que apesar de verdes, seus frutos são venenosos. São percalços muitas vezes inevitáveis e que fazem parte da busca do consenso, uma vez que divergências sempre haverão de existir.
Felizmente, o nosso administrador com seu jeito peculiar tem sabido podar e extirpar as ervas daninhas. Foi o que se observou na última edição da Roda de Viola, realizada no dia 5 de agosto. Por essa edição, percebe-se com razoável precisão onde estamos e para aonde podemos chegar com esse evento que já é tradicional e que atrai muitos turistas ao nosso distrito.
Em outras edições lotadas, a grama da praça sofria com o pisoteio dos visitantes de última hora. E havia também o excessivo número de vendedores ambulantes de cerveja quente vindos de fora.
Outro episódio incompatível com a proposta do evento era o som alto com o funk e as “thutucas” se exibindo em cima das carrocerias de caminhonetes rebolando ao som do pancadão. Hoje, observo que, apesar de o público ser menor, predomina a presença de turistas que hospedam em nossas pousadas, visitando os nossos atrativos.
Ana Maria Lima, diretora do Museu do Tropeiro de Ipoema, tem o bônus que mais parece ônus de gerir o nosso maior cartão postal. Na última edição da Roda de Viola, pela primeira vez, ela teve a audácia de inovar, ao apresentar o recém-criado grupo de catira de Ipoema.

Isso, não obstante a crítica que se ouviu de que, por ser uma novidade e ter tido poucos ensaios, deveria esperar mais para realizar apresentações públicas.
Não concordo com a crítica, afinal vale o ditado “caldo quente farinha nele”. Na minha modesta opinião, acho que a diretora acertou em tocar o carro. Tenho certeza que não vai deixá-lo passar na frente dos bois.
Agora, em relação ao “business “ talvez essa seja a parte mais difícil de acertar e certamente a que mais precisa ser acertada. Afinal, se os negócios vão bem, o resto ainda vem.
Os barraqueiros vindos de fora, ainda que sejam de Itabira, e os carros ambulantes estacionados na praça, quebram qualquer projeto, acabando por ferir as expectativas de qualquer comerciante de Ipoema.
Mas tenho certeza de que com uma boa conversa e um acerto no planejamento, os comerciantes de Ipoema dão conta de atender a demanda de turistas ávidos em conhecer a nossa culinária, o artesanato e tudo que há de bom que temos a oferecer.

O que não pode ocorrer é o nosso comerciante perder essas oportunidades e montar no cavalo que passa arriado, que são as opções de bons negócios que a Roda de Viola e outros eventos igualmente importantes nos oferecem. O que não dá é para ficar acanhado e aceitar o “burro cego” vindo de Itabira.
A musicalidade, ah, essa é fácil acertar. Receita pronta: lua cheia, roda de viola com bons violeiros, música de raiz. Nada mais que isso. Viola caipira tocada, chorada, rasgando o peito.
Tudo isso junto – e mais o que pode vir – contribui para que Ipoema se torne cada vez mais o portal de acesso a essa bela região do Mato Dentro. Na verdade, portal de entrada, estadia e retorno de um passeio turístico com as suas belas cachoeiras e hospitalidade que muitos turistas já conhecem e propagam por todo este nosso imenso país.
*Valério Adélio é empresário e produtor rural
Gostei muito da roda de viola, foi a melhor dos últimos tempos.
Senti falta dos berrantes e dos meninos da tropa.
Achei ótimo as catiras, tudo é devagar.
Amei!!!!!
Ótimo Terezinha, também comungo com você. ..Viva mossa Ipoema.
Esta última Roda de Viola que graças a Deus eu pude comparecer,como comentei com amigas e irmã,apesar de ter um número menor de pessoas,foi uma das melhores que fui,é vou sempre e se não a melhor!!!
O ponto de barracas ou opções achei que deixou um pouco a desejar,mas foi maravilhoso,as atrações em especial ao Trem de Minas amei!!!!
Aos organizadores,parabéns o caminho é este e como minha irmã me disse esta é a melhor festa da região que temos e vai quem ama esta cultura,que são muitos!!!!!
Amo este lugar!!!!!
Obrigado Luciana;
Como disse no texto são pequenos acertos que precisa ser feito e opiniões como a sua nos dá um Norte.
Obrigado.
Certa vez comentei sobre a Roda de Viola em Ipoema e precisamente pela preciosidade que é o evento. O tropeiro é o diferencial e é ele que devemos sempre homenagear.
Então lembrei-me de um evento semelhante denominado “Queima do Alho”, ou precisamente do circuito da queima do Alho.
Trata-se de um concurso onde reforça a culinária tipica do tropeirismo. O cardápio é composto de arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne e churrasco. A comida é feita em fogão improvisado, bem próximo ao chão, realizado no espaço especialmente feito para isso, chamado Ponto de Pouso, em que o vencedor é o cozinheiro que prepara a melhor refeição à moda dos tropeiros, no menor espaço de tempo.
Sequer me ouviram. Segue o Link: http://www.comitivamontana.com.br/si/site/0700/p
Pois é Eduardo …tinha isso mesmo. ..evento fechado sem ouvir sugestões. ..
Como disse tenho certeza que Ana a nova diretora lhe dará ouvidos. ..
Conte comigo.