Retrato do Cauê
Por Arp Procópio de Carvalho
És de Itabira o pavilhão amado,
Estandarte soberbo, milenario,
Pela natureza aí desfraldo.
Oh! Cauê, picaro agreste solitario.
Eu tenho pena de ti, Cauê coitado!
Pois sabendo-te mudo, estacionário
Todos poetastros de todo o calado,
Fazem de ti, seu tema, seu rimario.
Pois eu também sou poeta incipiente,
Quero dizer-te a verdade cinicamente:
Eu todo o dia esboço o teu retrato.
De ti lembrando com saudade (é fato)
Sempre quando (duas vezes, diariamente)
Eu tenho fome e posso encher o prato…
Jornal de Itabira, 25 de junho de 1933
Uma pena, tanta riqueza mal aproveitada e agora somente buracos e poeira…