Relatório da CPI da tragédia de Brumadinho é concluído e deve apontar culpados com pedido de punição
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do maior acidente coletivo de trabalho, homicídio e desastre ambiental já ocorrido no país, em 25 de janeiro, com o rompimento da Barragem B1 da mina Córrego Feijão, da mineradora Vale, será lido e votado nesta quinta-feira (12), no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A ruptura da barragem provocou a morte de 270 pessoas, sendo que 21 corpos permanecem desaparecidos.
Foram seis meses de investigações sem que ainda tenha sido apontado e punidos os culpados por esse crime contra trabalhadores, moradores vizinhos, turistas – e que resultou também em impactos ambientais irreversíveis na bacia do rio Paraopeba, em Brumadinho (MG).
O relatório final, segundo adianta a assessoria de imprensa da ALMG, deve não só apontar os culpados, mas também fazer recomendações para que tragédias como essa, e também como a da Samarco, em Mariana, não voltem a ocorrer.
Com 300 páginas, o relatório irá relacionar os principais fatos que levaram à ruptura da barragem, que poderia ter sido evitada, não fosse a negligência da empresa, o desrespeito aos trabalhadores que permaneceram abaixo da estrutura, mesmo com risco de o colapso ser iminente, como de fato ocorreu.
A expectativa é que o relatório apresente os nomes dos culpados, pedindo os seus indiciamentos e condenações por crimes de homicídio, ambiental e contra o patrimônio de terceiros.
Acompanhamento
Após a leitura e aprovação do relatório, os deputados pretendem criar mecanismos de acompanhamento, para que o resultado da CPI não fique apenas no papel.
Segundo o deputado André Quintão (PT), será criada uma comissão na ALMG para cobrar o cumprimento das recomendações. E, também, para exigir da Justiça a punição dos culpados, além de acompanhar a reparação dos danos ambientais causados pela tragédia e a indenização das famílias das vítimas.
Após ser aprovado pelos integrantes da CPI, o relatório será encaminhado à mesa diretora da ALMG para publicação. Posteriormente será também enviado aos órgãos ambientais e reguladores da mineração, propondo medidas preventivas e mitigadoras.