Primeiro levaram os negros
Foto: Luiz Morier/JB
Bertolt Brecht (1898-1956)
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Lembra bem as flores roubadas do jardim. ninguém se importa.
O Coronavirus não é diferente. Querem a retomada do Comércio, quando já se fazem previsão de 250 mortes a partir de maio.
Para completar, pedem a intervenção militar no Congresso, pelas mesmas pessoas que exigem a retomada da normalidade com seus carrões milionários.
O povo, silenciosamente, a tudo ver e nada faz, se acham classe média.
José Norberto
Nota-se nesta fotografia também a figura imponente do “capitão do mato”.
Quando vejo, hoje, os ciristas com a arrogância deles, me lembro sempre desse poema.
A reflexão deve ser feita a respeito de liberdade. A reflexão não é apenas a negros ou qualquer outra coisa, o tema é liberdade sem distinção de cores ou crédulo.
Uma boa reflexão para um tempo que muitas pessoas não dá importância para o ser humano.