Presidente do PP quer Bolsonaro na sigla

Ministro Ciro Nogueira articula ingresso do presidente Bolsonaro no PP (Foto: Isac Nóbrega/Presidência)

Rafael Jasovich*

Ministro da Casa Civil e presidente licenciado do Progressistas, o senador Ciro Nogueira (PI) começou a consultar oficialmente integrantes do partido para saber se concordam ou não com uma possível filiação do presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido) à legenda.

As sondagens começaram na semana passada, quando Ciro passou a ligar para lideranças da sigla. Na sexta-feira (24), ele também promoveu uma reunião virtual com parte dos presidentes estaduais e parlamentares do partido para debater o assunto.

A maioria dos dirigentes que participou do encontro se posicionou a favor da entrada de Bolsonaro no Progressistas.

Uma das poucas pessoas consultadas que teria feito ponderações contra a filiação foi a deputada federal Celina Leão, presidente da legenda no Distrito Federal.

Além de Celina, participaram da reunião virtual os deputados federais Ricardo Barros, que controla o Progressistas no Paraná; Neri Geller, que comanda o partido no Mato Grosso; e Dr. Luizinho, que preside a legenda no Estado do Rio de Janeiro.

Secretário de Transportes Metropolitanos do governo João Doria em São Paulo, o ex-deputado e ex-ministro Alexandre Baldy também participou da conversa e se posicionou a favor da filiação de Bolsonaro. Baldy controla a sigla em Goiás.

A maioria pró-filiação na reunião virtual, porém, não reflete o cenário geral no Progressistas. Contrária à entrada de Bolsonaro no partido, a maioria dos dirigentes estaduais da sigla no Norte e Nordeste não participou do encontro.

Dirigentes desses estados, entre eles, Bahia e Pernambuco, argumentam que a entrada do atual presidente da República no Progressistas atrapalhará a formação de alianças com legendas de esquerda em nível regional, para as eleições de 2022.

Já aqueles que são favoráveis sustentam que, uma vez no partido, Bolsonaro ajudará a sigla a eleger uma bancada robusta na Câmara dos Deputados, foco principal do Progressistas em eleições gerais, por ser o principal critério para divisão do fundo partidário.

Depois de inúmeras tentativas em diversos partidos políticos, o capitão continua sem legenda. O tempo urge.

Ao mesmo tempo o TSE sinaliza que colocará para exame do plenário a ação que pede a inegibilidade da chapa capitão/general. Se decidir por maioria que a chapa está extinta (apesar dos recursos posteriores), perdem o mandato e ficam inelegíveis por oito anos. A conferir

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional.

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