Presidente da Vale ressalta potencial minerário de Itabira e destaca atuação de André Viana na defesa dos territórios minerados
Fotos: Divulgação/ Ascom Metabase
Durante reinauguração da mina Capanema, Gustavo Pimenta disse que há minério lavrável para além do prazo oficial de exaustão; líder sindical defende agenda de investimentos e fábrica de briquete no município
A reinauguração da mina Capanema, nessa quinta-feira (4), em Ouro Preto, marcou não apenas a retomada de uma planta estratégica para o Complexo Operacional de Mariana, mas também o anúncio de uma nova fase da mineração em Minas Gerais.
Durante a solenidade, o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, destacou que Minas Gerais é o passado, o presente e o futuro da companhia. E em coletiva de imprensa fez questão de enfatizar o papel de Itabira, cidade onde a empresa nasceu há 83 anos – e que segue como referência na produção de minério de ferro.

Pimenta ressaltou também a atuação do presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, André Viana Madeira, como representante dos trabalhadores da mineradora em seu Conselho de Administração.
“Itabira é super importante para a gente. Ali nascemos, estamos há 83 anos. Estamos dialogando muito fortemente no Conselho sobre o que pode ser feito para o município. O André, que nos representa no Conselho de Administração da Vale, tem atuado fortemente nesse sentido”, afirmou Pimenta na coletiva de imprensa em Ouro Preto.
Protagonismo dos trabalhadores e agenda para Itabira
André Viana, que participou da cerimônia como representante dos trabalhadores no Conselho da Vale, também reforçou a importância do momento para a mineração em Minas Gerais e, especialmente, para Itabira.
“É extremamente importante esse anúncio para o estado que é berço da Vale, em especial para Itabira, onde nasceu a nossa companhia. A reinauguração de Capanema, com mais 15 milhões de toneladas por ano, alavanca a produção e vem acompanhada de um investimento de R$ 67 bilhões no estado”, afirmou também em coletiva de imprensa.
Viana destacou que os investimentos da Vale para Minas Gerais estão distribuídos em estruturas e tecnologias que irão, também, impactar diretamente as operações em Itabira.
“Temos uma agenda proposta para a cidade, que será discutida com a população. Só no complexo do Pontal, temos uma grande quantidade de rejeito com minério rico, mais de 20 milhões de toneladas que podem ser reaproveitadas. Isso é mineração circular”, explicou.
De acordo com ele, a mineração circular é um dos pilares do novo modelo adotado pela Vale, que busca reaproveitar rejeitos que antes eram considerados materiais estéreis, transformando-os novamente em matéria-prima para a indústria siderúrgica.
“Essa prática reduz a necessidade de novas cavas, elimina riscos associados a estruturas antigas e contribui para a descarbonização da cadeia produtiva, alinhando-se aos princípios ESG (ambiental, social e governança)”, salientou.
Briquete e o futuro de Itabira

Outro ponto abordado por André Viana foi a tecnologia do briquete de minério de ferro, lançada recentemente pela Vale como alternativa sustentável ao sinter feed tradicional. O briquete reduz significativamente as emissões de carbono na siderurgia – e já está sendo produzido em uma usina no Porto de Barra do Riacho, no Espírito Santo.
“Essa tecnologia é revolucionária. Por que não discutir e viabilizar a instalação de uma fábrica de briquete em Itabira ou em Minas Gerais? Temos ferrovia, temos rota logística, temos a Usiminas na região. É preciso uma articulação entre Vale, município, estado, e BNDES para viabilizar esse investimento”, defendeu Viana.
Ele afirmou que Itabira errou no passado ao não conectar mineração com siderurgia, mas ainda há tempo de reverter esse cenário. “Transformar aquilo que gerou rejeito em produto sustentável é uma virada de chave para o município. E eu acredito firmemente que Itabira tem capacidade de disputar esse investimento”, projetou.
Desafio político e articulação institucional
Ao ser questionado sobre o que falta para Itabira avançar nesse projeto, André Viana foi direto. “Hoje, venho fazendo esse diálogo entre a empresa, a cidade e os trabalhadores. Mas é preciso que a política local se articule. É preciso força institucional, vontade política e união entre os entes públicos e privados para que isso aconteça.”
André Viana reforçou ainda que o futuro da mineração em Itabira não depende apenas da continuidade das operações, mas da capacidade de transformar o legado mineral em desenvolvimento sustentável, com geração de emprego, inovação e reconexão com a indústria.
“Para isso, precisamos estar bem articulados, com lideranças políticas locais unidas no mesmo objetivo, que é assegurar o presente e o futuro sustentável de Itabira”, acentuou.
Além disso, André Viana vê como positivo o fato de que o município vai ainda contar com a sua principal atividade econômica para além do horizonte temporal de exaustão atualmente projetado.
É o que confirma também o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, para quem a mineração em Itabira deve se estender para além do que consta do relatório Form-20 entregue à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, que “projeta a mineração até 2042”.
No relatório, que tem esse horizonte alterado ano a ano, a previsão para a exaustão mineral em Itabira está para 2041, mas existe potencial de ampliação desse horizonte, considerando a viabilidade econômica e ambiental de novos recursos minerários.
“Continuamos olhando para o minério de Itabira, há muito potencial por lá. Acho que pode também virar um centro de beneficiamento regional. Estamos fazendo mais explorações na região e há possibilidade de estender a operação para além de 2042”, ressaltou Pimenta.
Ainda de acordo com o presidente da Vale, duas frentes de atuação visando à permanência da mineração e ao futuro de Itabira estão em discussão na empresa: a diversificação econômica do município, por meio da iniciativa Itabira Sustentável, juntamente com a ampliação da vida útil das minas locais.
O presidente da mineradora poluidora parece raquítico, Hem!
Falta-lhe minério no pulmão.