Por políticas públicas contra a violência, pela igualdade e respeito à comunidade LGBTQIA+, ativistas se reúnem com vereadores itabiranos
Ativistas itabiranos se reuniram nessa segunda-feira (28), Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, com vereadores para que o tema seja pautado pelo legislativo itabirano, a exemplo do que vem ocorrendo em todo o mundo.
A reunião ocorreu no gabinete do presidente da Câmara Municipal de Itabira, vereador Weverton “Vetão” Andrade (PSB), com participação dos ativistas Gercimar Almeida, William Telles, Júlia Romano, Keity Fonseca e Alexandre Júlio.
Participaram também os vereadores Bernardo Rosa (Avante), Carlos Henrique de Oliveira (PDT), Júber Madeira (PSDB), Júlio do Combem Rodrigues (PP), Robertinho “da Auto Escola” Araújo (MDB), Rosilene Félix (MDB), Sidney “do Salão” Guimarães (PTB) e Sebastião “Tãozinho” Leite (Patriota).
Os ativistas itabiranos pedem mais atenção à causa que luta pela igualdade de direitos e contra a violência que sofrem em sociedade, conforme atestam o alto índice de abusos contra a população LGBTQI+ no país e também em Itabira.
“O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é um momento de afirmar o orgulho que temos da nossa luta para podermos ser quem nós somos, sem que a nossa própria existência seja colocada como ameaça à vida”, ressaltou na reunião com os vereadores o ativista Gercimar Almeida, segundo informa a assessoria de imprensa da Câmara Municipal.
“É um dia também para celebrarmos o amor, a diversidade e exigir o fim da violência e da discriminação contra os LGBTQIA+”, acentuou o ativista, para quem reconhecer a diversidade é uma forma de respeitar a vida, que é o primeiro direito fundamental assegurado pela Constituição Federal.
Segundo ele informou aos vereadores, o Brasil ocupa o primeiro lugar nas Américas em homicídios contra a população LGBTQIA+. E é líder em assassinatos de pessoas trans no mundo.
Ele acrescenta: “Em 2020, 237 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia, tendo sido registrados 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%).” Segundo Almeida, os dados são do Observatório das Mortes Violentas de LGBTI+.
Compromisso
O vereador Weverton “Vetão” ressaltou a importância da luta pela igualdade e pelo fim da violência contra a população LGBTQIA+, o que para ele implica na construção de uma sociedade com novos princípios e valores humanitários.
“Nos propomos a ouvir e aprender para que possamos saber como colaborar e propor políticas públicas voltadas para o público LGBTQIA+”, disse ele na reunião com os ativistas.
“Compreendemos que a luta pelos direitos da comunidade, assim como a extinção dos preconceitos e discriminações, deve ser pautada diariamente. E, como representantes da população, vamos buscar a implementação de políticas públicas de combate à homofobia e de promoção da cidadania e dos direitos humanos da população LGBTQIA+”, comprometeu-se o presidente da Câmara Municipal de Itabira.
Saiba mais
Historicamente, a sigla do movimento LGBT tem mudado de acordo com o avanço da luta e pela necessidade de se reconhecer direitos.
Na década de 1980 a designação era apenas LGB (lésbicas, gays e bissexuais), passando depois para GLS (gays, lésbicas e simpatizantes).
Com o avanço da luta por direitos, anos depois foi acrescida a letra “T” para incluir os travestis, transexuais e transgêneros.
Atualmente, foram incluídas as letras QIA, com a letra Q de Queer, retirada da língua inglesa para designar pessoas que transitam entre os gêneros feminino e masculino.
A letra I para representar os intersexuais, que são indivíduos que possuem características femininas e masculinas.
Já a letra A para os as pessoas assexuais, que sentem atração sexual por pessoas independentemente do seu gênero. E o sinal + para representar todas as demais pessoas que não se enquadram em nenhuma dessas outras designações.
História
O Dia Internacional do Orgulho hoje designado LGBTQIA+ é celebrado desde 28 de junho de 1970, com a parada do Dia da Libertação Gay, realizada em Nova Iorque, que marca historicamente a luta contra o preconceito.
É uma homenagem às pessoas que lutaram contra as invasões policiais aos bares frequentados por homossexuais em Nova York, na chamada Rebelião de Stonewall Inn, em 1969. Quem frequentava esses estabelecimentos era preso e sofria represálias das autoridades policiais como forma de “correção” do seu comportamento.
A partir desse acontecimento histórico, diversas manifestações de protestos foram organizadas contra a brutalidade policial, dando origem ao movimento por igualdade e respeito em todo o mundo.
Em Itabira, os ativistas chegaram a organizar manifestações para celebrar e marcar presença nessa luta que é, sobretudo, pela dignidade humana, independentemente da opção sexual e de gênero.
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