Pitacos da rodada esportiva
Clássico é clássico e se ganha no detalhe
Por Luiz Linhares*
Já tinha ouvido essa frase no passado: “clássico é clássico e tudo pode acontecer”. Com certeza não foi o melhor de todos, muito menos o pior. Tempos distintos, situações a favor de um e outro e claro, genialidade se fazendo acontecer.
O jogo de ontem tinha um desenho já estabelecido. Desde o apito inicial, se desenhava pela autoconfiança do Cruzeiro e pela vontade de acertar, de se encontrar, por parte do Atlético. O primeiro tempo foi de um falso domínio celeste, digo isso pelo maior volume de jogo e pela apatia ofensiva, que se traduzia também pelo lado do adversário.
Tudo acontecia, menos emoção ao torcedor que se manifestava em lances de falta ou performance da arbitragem. Aos trinta minutos participação ativa do ataque cruzeirense e Tiago Neves fez um a zero fazendo justiça ao que foi praticado na etapa inicial.
Veio o segundo tempo e o Cruzeiro voltou ainda melhor, jogando no campo atleticano que, por sua vez, melhorou na mudança de intervalo, com entrada de Yago no meio, mais participativo e dando liberdade maior para os homens de meio e frente.
O Cruzeiro teve a chance de matar o jogo, mas o goleiro Vitor apareceu em pelo menos dois momentos, além da trave. Tudo mudou a partir dos quinze minutos do segundo tempo, com a bola roubada por Fabio Santos que cruzou e Otero se antecipando ao lateral Ezequiel. Gol de empate atleticano.
A partir daí o Atlético voou em campo e o Cruzeiro se perdeu completamente. Surgiu Robinho na mais pura qualidade que Deus lhe deu. Com criação inteligente, marcação intensa, bolas recuperadas e ações terminadas nos pés dele, Robinho fez dois gols ao seu estilo, com arte e talento virando o jogo e fazendo justiça pela produção ofensiva. A mudança no Atlético ocorreu no intervalo com entrada de Yago, crescimento de Robinho, entrada de Cazares, tudo isso junto fez diferença que o Cruzeiro não esperava. Vitória do Galo como a dos bons tempos.
Perder um clássico sempre faz estragos. No momento pode custar ao Cruzeiro um distanciamento na briga por ser, quem sabe, o segundo colocado. Ainda bem que a Copa do Brasil foi conquistada. Sem ela, muita água e polêmica viriam à tona. Já o vencedor se distancia do grupo de perigo, volta a almejar vaga na Libertadores, devendo buscar, com certeza, uma nova sequência de vitórias.
Gostei do clássico. Nada brilhante, mas com os predicados de alegria e tristeza. Justiça seja feita e a história mais uma vez comprova: quem não faz leva, diz o ditado bem certeiro.
Para o América é vencer ou vencer
Escrevo toda semana aqui que o América vem seguindo bem seu caminho para retornar à série A. Tropeçou em casa frente ao Paraná empatando, mas manteve a segunda colocação com cinco pontos à frente do quinto colocado e faltando agora sete rodadas.
Todo cuidado é pouco. O próximo adversário é o mineiro Boa Esporte, em Varginha. Tem que vencer, tudo muito parelho e não pode o Coelhão abrir mão desta gordurinha. Manter o foco e vencer, não resta outra alternativa.
São Gonçalo vai ter jogos profissionais
Achei bacana o convênio realizado e divulgado pela Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo que estará no próximo ano abraçando o Atlético Tricordiano na cidade, para a disputa do Modulo II do Campeonato Mineiro. Cede estádio, logística e algo mais.
Bacana porque a cidade terá jogos profissionais Irá receber lá o Ipatinga, o Guarani de Divinópolis entre outros. Com certeza, movimentará a cidade. Tomara que no segundo semestre o Valério possa seguir o embalo para, quem sabe, desembarcar e realizar os seus jogos por lá também. Afinal, como se sabe e a história por aqui comprova, santo de casa não faz milagre.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM