Pitacos da rodada esportiva
Luiz Linhares*
Campeonato Mineiro é treino e pouco representa para Atlético e Cruzeiro
Para quem gosta ou se acostumou com o futebol, domingo sem dúvida tem sua tarde reservada para torcer pelo seu time e ver a bola na rede. Passado o período de férias, tivemos a largada para a temporada 2018 no futebol brasileiro, disputa caseira neste início com os campeonatos regionais. Enfim, vamos viver como diz um grande narrador esportivo deste país, lotado na mais poderosa emissora do país, vamos viver o futebol em todas as suas emoções, que assim o seja.
Conversando ontem com o parceiro, jornalista Pedro Abílio, da Rádio Itabira, compartilhamos a impressão de momento, com apenas duas rodadas do campeonato Mineiro, concluímos que está havendo muita vontade e pouco futebol, em especial dos times do interior. Parece-nos que em função do momento econômico em que vivemos, os recursos para montagem dos elencos estão escassos. Em consequência, isso afeta a qualidade do futebol dos clubes, que se veem obrigados a contratar atletas, medianos em sua maioria. São dotados da força física, mas de talento, nem pensar.
Até meados desta fase inicial do campeonato Mineiro, que para Cruzeiro, Atlético e América não leva a nada e a lugar nenhum, vamos ter uma disputa em que duas equipes vão cair, duas vão se livrar da queda – e as demais vão para fase que vai valer pelo título estadual. Simplificando, oito classificados se enfrentam em sistema de mata-mata, em jogo único, primeiro contra o oitavo, segundo contra o sétimo, terceiro contra o sexto e quarto contra o quinto. E aí se segue.
O início do ano esportivo é sempre complicado. Todos clubes planejam dentro de seu calendário e de seu orçamento. A maioria dos times do interior, no momento, tem como pensamento é este estadual – e para a maioria dos clubes o ano esportivo acaba aí. Já para os clubes da capital, os seus treinadores, preparadores físicos, fisiologistas, traçam metas e tudo mais para um ano recheado de disputas. Tudo isso tendo ainda uma Copa do Mundo, que traz uma parada, mas força uma sequência ainda mais intensa de seguidos jogos.
Disputas pela titularidade marcam início da temporada para os grandes clubes
Neste momento e neste desenho vem o Cruzeiro mostrando um conjunto inicial que agrada. Vislumbra ao seu torcedor a esperança –e a torcida – para que contratações tenham sido acertadas. Com o passar dos dias, e dos jogos, até a esperada Libertadores, pode se ter a tão almejada liga que vem do entrosamento. O torcedor vai saber recitar os nomes de seus atletas, que, com certeza, irão dar muitas alegrias.
Já o Atlético fez uma estreia modesta com jogadores reservas – e teve uma boa performance com os novos contratados neste domingo, no Independência. Na verdade, encantou no primeiro tempo aproveitando a fragilidade do adversário. E abriu larga vantagem. Depois, no segundo tempo relaxou – e se esqueceu de jogar. Certo é que resguardando as devidas proporções, pela péssima equipe do Democrata, novos contratados deram também ao atleticano sinais de que podem crescer e assim tornar o time competitivo.
No América também tudo muito igual. Estreou com vitória em casa, tendo momentos de altos e baixos. Foi ao Alto Paranaíba e não conseguiu vencer. Mostrou que tem um grupo reduzido ainda. E já até pensa em mais e em boas opções pela frente, é o que espera o torcedor.
Sinal de alerta
Por fim, até agora Cruzeiro, Atlético e América não conseguiram vencer no interior. Em Belo Horizonte, os times do interior se acovardam e apenas se defendem. Sinais de alerta já se situam para Vila Nova, de Nova Lima, Tupi, de Juiz de Fora e Democrata, de Governador Valadares. Com duas derrotas para um campeonato curto, com onze jogos, é sinal de perigo à vista.
Libertadores
Começa nesta segunda-feira (22/01) a 59ª edição da Taça Libertadores das Américas, este ano só para o Cruzeiro como representante mineiro. Inicialmente, disputarão as fases iniciais os brasileiros Vasco e Chapecoense, que estreiam no final deste mês.
O campeão neste ano do torneio continental, no total, pode faturar certa de R$ 36 milhões, contando os bônus por avançar nas fases. Irá faturar, ainda, pelo título, US$ 6 milhões, cerca de quase R$ 20 milhões, o dobro que o Grêmio faturou no final do ano passado. O Cruzeiro certamente vai pensar nesta grana – e jogar o seu melhor futebol para trazer o título, mais uma vez, para Minas Gerais.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM