Peronismo celebra o dia da lealdade popular na Argentina

Rafael Jasovich*

Em 17 de outubro de 1945, a cidade inundou a Plaza de Mayo pedindo a iberdade do Coronel Perón, que estava preso em Martín García. Essa demonstração maciça foi o início do peronismo, que modificou o mapa político da Argentina.

Se completam 74 anos em que a Plaza de Mayo ficou tomada por uma multidão dos trabalhadores que exigiram a liberação de Juan Domingo Perón, um marco que transformou aquele coronel no líder indiscutível do movimento político nacional e popular isso nessa data que mudou para sempre a forma como a política foi realizada no vizinho país.

Juan Domingo Perón, ex-presidente da Argentina. No destaque, manifestação peronista em frente à Casa Rosada  (Fotos: acervo Brasil de Fato)

Poucos acontecimentos na história da Argentina foram impulsionados pela força transformadora daquela época, que marcou uma ruptura e tornou possível para os setores populares conquistar os direitos sociais e as condições de cidadania, bem como o debate de ideias como conceito de justiça social, independência econômica e soberania política.

Dois anos antes, um golpe liderado pelo General Arturo Rawson encerrou o governo de Ramón Castillo, em 4 de junho de 1943, decorrente de fraude eleitoral, terminando a década infame, em que uma continuidade de governos ungido por eleições controladas pela elite.

Nessa época, Perón começou a forjar seu caminho do grupo de oficiais Unidos (GOU) e depois da Secretaria de trabalho e previsão. No entanto, em 9 de outubro de 1945, o general Eduardo Avalos prendeu Perón e o transferiu para a Ilha Martín García, o que levou à convocação de uma greve nacional revolucionária, que culminou na praça e a subsequente libertação de seu líder , à meia-noite de 17 de outubro.

A demanda de trabalhadores dos subúrbios para o lançamento do que eles consideraram seu líder e em que eles fixavam  esperanças de uma mudança radical foi lançado sobre o epicentro da cidade. Lá, fora da lealdade do povo, à meia-noite de 17 de outubro, nasceu uma nova Argentina.

O papel de Evita

A partir dos dias que antecederam a 17 de outubro, enquanto Perón estava em detenção, Evita realizou intensa atividade relacionada à coordenação da mobilização histórica que convergiu para a Plaza de Mayo para exigir a libertação do líder.

Evita Duarte Péron: outra líder do peronismo

A figura de Eva Duarte teve um alto perfil na gestação da manifestação do dia 17 de outubro de 1945. E teve uma ação predominante na organização do ato, pontualmente pelo contato que ela tinha estabelecido com vários líderes sindicais após a prisão  do coronel Juan Domingo Perón.

Evita foi o motor de parte da explosão popular do dia histórico que mudou o curso dos argentinos. A partir desse dia Perón e Evita nunca se separaram, até a morte da mulher mítica que marcou profundamente os corações de milhares e milhares de cidadãos, seja peronista ou não. Ela até levou a multidão que apelou para o lançamento de seu líder e marchou ao lado de outros para a Plaza de Mayo.

Mais uma vez o peronismo deve derrotar o entreguismo e o utoritarismo baseado num liberalismo assassino. Em 27 de outubro o povo expulsará da Casa Rosada os bandidos que hoje a ocupam.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional

 

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