Parque Ribeirão São José vai ser aberto em Itabira para virar mais um atrativo turístico, contemplativo e de esportes radicais

Carlos Cruz

Finalmente será oficialmente aberto ao público, neste domingo (12), a partir de 9h, o parque Natural Municipal Ribeirão de São José, depois de ter sido reformado – e não restaurado, já que não foi possível manter a sua originalidade, como as telhas que não são mais encontradas no mercado – no final da administração de Ronaldo Magalhães (2017-20).

Não será ainda um parque temático de energias renováveis, conforme está no projeto original de restauração. Mas o conjunto arquitetônico e histórico da usina Ribeirão de São José (Casas de Máquina e do Administrador) passou por ampla reforma, após anos de abandono. Agora, tem bons atributos para virar novo atrativo turístico do município.

O investimento municipal na reforma foi de R$ 1,7 milhão, alocado pela administração passada, com recurso do Fundo Especial de Gestão Ambiental (Fega).

Isso quando deveria ser parte da obrigação da mineradora Vale para o fiel cumprimento da Licença de Operação Corretiva (LOC), como parte das compensações ambientais pela supressão da vegetação original que existia no entorno de Itabira antes de ter início a extração de minério de ferro no Cauê, serras do Esmeril e Conceição.

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Energias renováveis

Turbina da usina depredada: restauração e compra de novos equipamentos foram orçados em mais de R$ 1 milhão (Fotos: Carlos Cruz)

Pelo que havia sido acordado entre a Prefeitura e a Vale, no segundo governo de João Izael (2009-12), a unidade de conservação seria transformada em um laboratório de energias renováveis (elétrica, fotovoltaica e eólica).

Na unidade de conservação seria instalado um centro de educação ambiental, com suprimento de energia elétrica para a população vizinha, servindo até mesmo para incrementar a economia dos povoados vizinhos.

Para isso, seria feito também o restauro da usina, o que naquela época ainda era possível pelo estado de conservação dos equipamentos, adquiridos no início do século passado da Companhia Brasileira de Eletricidade Siemens-Schuckertwerke. A usina foi inaugurada em 1912, quando a pequena Itabira passou a dispor de energia elétrica.

Mas para tristeza geral, os equipamentos da usina foram depredados e saqueados depois que a Prefeitura, no início do governo passado, retirou a vigilância do local, relegando o parque ao abandono.

Sem vigilância, a Casa de Máquina foi depredada com furto de equipamentos, cabos elétricos, peças históricas valiosíssimas. E até as esquadrias e a porta em madeira foram surrupiadas, tendo de ser refeitas, inclusive na Casa do Administrador.

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Encontro nos Parques

A cachoeira, com mirante: contemplativa, imprópria para banho

Agora com novos propósitos, juntamente com a abertura do parque será lançado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente o projeto Encontro no Parque, que visa incentivar a visitação às unidades de conservação existentes no município ((Intelecto, Ribeirão de São José, Alto Rio Tanque, Mata do Bispo, Piracicaba e Santo Antônio).

Para a abertura oficial do parque Ribeirão de São José, neste domingo, haverá uma programação cultural com retretas pela banda Euterpe e apresentação da cantora Rebeca Kenede, entre 9h e 14h. Haverá também exposição de produtores locais (quitandas, artesanato e comidas típicas).

“É um parque muito aprazível. Vale a pena ser visitado por toda a população”, convida o secretário Municipal de Meio Ambiente, Denes Martins da Costa Lott.

Mosaico e Águas de Itabira

Caminho bucólico entre remanescentes de Mata Atlântica a caminho da cachoeira

Segundo ele, durante a solenidade de abertura serão assinados dois decretos municipais de grande importância para o meio ambiente em Itabira.

O primeiro decreto vai regulamentar o retorno do projeto Mosaico, que visa estabelecer uma política de conservação e integração das populações vizinhas das unidades de conservação.

Já o segundo decreto retorna com o programa Preservar para não Secar, extinto pela administração passada, depois de dar calote de cerca de R$ 700 mil aos 94 participantes, que era para cobrir as despesas que tiveram com a projeção de nascentes, com cercamento e recomposição de mata ciliar.

Prefeitura dá calote de R$ 700 mil ao deixar de ressarcir participantes do programa Preservar para não Secar

O projeto renasce agora com a denominação Águas de Itabira tendo o mesmo propósito: incentivar a restauração e proteção de nascentes por meio da remuneração de fazendeiros e sitiantes por serviços ambientais prestados e auditados, levando-se em conta “aspectos sociais, sanitários, medidas de combate a incêndio e conservação do solo”.

Esportes radicais

Trilha calçada em direção à barragem e do paredão rochoso

Além dos atrativos naturais, outros foram acrescentados ao parque Ribeirão de São José, que passa a oferecer boas condições para a prática de esportes radicais (escalada, rapel, trekking, mountain bike).

Integra um circuito turístico que inclui a rampa de voo livre, localizada próxima do parque.

Dispõe também de trilhas especialmente implantadas para o Circuito de Bicicletas Entre Parques, com marcos de direção e sinalização, painéis informativos, entre outras estruturas de apoio ao ciclista.

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Já no parque, os atrativos são também duas trilhas calçadas.

A primeira, com início à esquerda da Casa de Máquinas, segue até a barragem da usina. Mais adiante, a uma distância de 50 metros, tem-se um paredão rochoso.

A segunda trilha leva à cachoeira, que é imprópria para banho pelo risco de acesso. Mas é de grande atrativo contemplativo.

História

Turbina da usina antes de ser depredada e saqueada

Conforme registra o Atlas de Itabira, publicado pela Prefeitura, em 2006, a usina Ribeirão São José foi construída com recursos captados em 1912 junto ao Banco Hipotecário de Belo Horizonte, um empréstimo no valor de 30:000$00 (trinta mil réis).

O projeto incluiu também a implantação de rede de água e esgoto e a iluminação pública na cidade.

No ano seguinte, a Prefeitura contratou com a Companhia Brasileira de Eletricidade Siemens-Schuckertwerke o fornecimento de materiais para a montagem dos equipamentos da usina.

“A usina era movida por uma turbina Pelton de 53 cavalos de alta pressão.” Foi com ela que a cidade de Itabira “passou a ser iluminada por mais de 250 focos de 50 velas, 200 deles instalados em postes tubulares de aço Manesmann”.

Como chegar

Para se chegar ao parque existem dois caminhos, ambos sinalizados: pela mesma estrada vicinal que leva à rampa de voo livre e pela estrada de Nova Era, entrando à esquerda antes de chegar na Belmont

O parque fica perto da cidade. Para se chegar até lá existem dois caminhos. Em ambas alternativas, as estradas vicinais foram melhoradas com patrolamento e cascalhamento.

E foram instaladas placas de sinalização talhadas em ferro fundido, à semelhança dos Caminhos Drummondianos, só que com letras vazadas.

Saindo da praça Acrísio de Alvarenga, passando pela comunidade do Engenho, fica a 12,5 quilômetros pela rodovia que liga Itabira a Nova Era, pegando-se estrada vicinal à esquerda, pouco antes da Belmont.

A outra alternativa é seguir pelo anel rodoviário em direção a Santa Maria até a entrada da já conhecida rampa de voo livre. Por esse caminho a distância é um pouco mais distante: o parque fica a 19,2 quilômetros do centro da cidade.

 

 

 

 

 

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1 Comentário

  1. Tudo muito bom, mas será que para se chegar lá continua sendo necessário ir de automóvel 4×4?
    Outra coisa, vizinhos soltam animais por ali e na época da seca era carrapato a dar no pau, continua assim?

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