Para o Atlético, 2021 foi um ano mágico que deve se repetir com organização, planejamento, muita inspiração e gols
Luiz Linhares*
Para um ano digamos quase mágico faltava certamente ter algo que o rival se orgulhava por demais. Assim foi a semana final do Atlético e a conquista de sua segunda taça em nível nacional na mesma semana. Assim chegou a merecida tríplice coroa que configura no mesmo ano o campeonato estadual, o Brasileiro e a Copa do Brasil.
Ao longo do ano foram perfiladas palavras e um sequencial de elogios a tudo que se desenhou, planejou, executou e colheu ao fim de cada disputa. Foi um ano alvinegro com méritos e ao que parece com legados que vão se estender e render muitos dividendos nos próximos anos.
Passou como um trator de dominado a grande dominador. Fecha o ano com apresentações brilhantes e uma força gigantesca de competência. Os pilares são muitos.
E tenho total clareza, isso passa pelos homens fortes que cedem a força financeira com aportes inimagináveis anos atrás, que não se preocupam com um retorno imediato ao de médio prazo e plantam um futuro austero e eficiente, gerando renda e portas para ações lucrativas.
Prova disso é um estádio próprio que se executa com força e sem impeditivos financeiros futuros. Passa também pela formação de um elenco estudado, formado aos olhos de quem sabe planejar e um treinador agregador.
Cuca, para mim, é o cara da fé. Mas é também um cara que conseguiu unir o milionário ao iniciante, o cara que fez o mais cerebral guerrilhar, fez com que um se espelhasse no outro.
E assim conseguiu unir trinta atletas em um único objetivo que foi alcançado sem vaidades e todos unidos em um objetivo que foi sempre o Clube Atlético Mineiro.
Gauchinho danado. Cuca merece os créditos e veio atravessando desertos de desconfiança. E calado como um bom mineiro ressurge sempre com força e competência.
Daqui para a frente tudo fica bem mais difícil para o Galo, que hoje se encontra no ápice do futebol sul-americano. É que de agora em diante será todos contra um time a ser batido, um time que tem presença em todos os momentos decisivos e abre uma corrida de todos para se reforçarem e serem páreos.
A minha seleção mineira
Na última semana participei, a convite da Radio Itatiaia, de mais uma eleição do Troféu Guará que todo ano acontece e participo. Busquei na minha equipe na radio Itabira a formação de uma seleção única que se formou.
Eis a minha seleção mineira: a defesa de Mateus Caviquioli (América), Mariano (Atlético), Eduardo Bauerman (América), Junior Alonso (Atlético) e Guilherme Arana (Atlético), os volantes Allan (Atlético), Jair (Atlético) e os meias e atacantes Zaracho (Atlético), Hulk (Atlético), Ademir (América) e Keno (Atlético), e treinador, Cuca (Atlético).
Foi amplo domínio do Atlético comtemplando o ano fantástico que teve.
América na pré-Libertadores
Lembrança também para o ano maravilhoso que o América obteve. Primeiramente por se manter na elite do futebol nacional e de sobra, por conquistar o direito de participar da pré-Libertadores, iniciando em fevereiro próximo contra o Guarani, do Paraguai.
Ronaldo, o Fenômeno, se revelou no Cruzeiro e agora é dono do time celeste
O Cruzeiro enfim parece que vai se acertar. Passou a ser notícia mundialmente neste último final de semana com a compra de suas ações e de seu controle pelo Ronaldo Nazário, ou o Ronaldo Fenômeno que de agora em diante vai trilhar os caminhos no novo Cruzeiro, aquele que se torna sociedade anônima. E que terá pela frente gestão profissional, com donos que buscarão valorização em todos os aspectos.
Óbvio que ainda não é a salvação total. Mas é certo que é um início de tudo, ainda que tendo uma dívida que deve ser sanada ao longo dos próximos dez anos.
Bom que o controle tenha ficado com brasileiros, pelo menos ao que parece. Ronaldo aqui se fez para o mundo e gratidão não faz mal a ninguém. É bem verdade também que ninguém sabe quem são e serão os parceiros do Ronaldo nessa empreitada empresarial futebolística.
Talvez nunca se saberá e pouco interessa. Vale o que será feito, esperando que os investimentos sejam valorizados, permitindo ao Cruzeiro voltar a ser o que sempre foi: clube e time de ponta, sanado financeiramente e brigando diretamente por títulos.
Tudo parece ser bem bonito. São histórias que se entrelaçam e fazem o torcedor acreditar que em breve tudo de ruim que vem assolando o Cruzeiro será passado. Ronaldo, investidores, ações, tudo moderno como o novo que vai renascer.
Com certeza, o próximo ano será o cartão de visitas desse novo azul. Para isso, deve ser montado um time bem qualificado com pensamento em sucesso e lucratividade, com jovens promessas e formação de um bom time e uma boa fonte de receita. Que bom que isso esteja agora acontecendo e nos fazendo de forma geral acreditar que tudo tem salvação nesta vida.
Mas fico aqui pensando: será que todos os que fizeram esse Cruzeiro Esporte Clube centenário, que recebe agora uma nova montagem, ficarão imunes a penalidades e esquecidos? Será que nada vai acontecer e os culpados não serão responsabilizados? Bem verdade que é coisa de brasileiro. Mas não deveria ser.
Feliz Natal, boas festas e um até breve
Estamos chegando ao fim de mais um ano difícil como os últimos. Gostaria de agradecer ao Carlos Cruz a oportunidade de aqui estar. Agradecer também aos que tiveram a paciência de ler tais escritas, aos elogios que vez ou outra chegam e de forma geral a todos os leitores.
Já se vão cinco anos que aqui comecei a escrever esta crônica esportiva. Quero desejar um belo Natal a todos e um novo ano que vai chegar de mais força e melhores dias para todos nós.
Acho que está na hora de mudar um pouco de ares, curtir um pouco mais a vida e trabalhar menos. Foi bom estar aqui. Um até breve a todos.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM.