Papa Francisco demissionário? Após a doença, abriu-se o pré-conclave, mas nada sugere uma despedida

Revista IHU On-Line – O Papa demissionário? Segundo Libero, Francisco estaria pensando na renúncia tanto pela idade, já que fará 85 anos no próximo dia 17, quanto por problemas de saúde, como a operação de cólon que fez no dia 4 de julho.

O autor do artigo é Antonio Socci, desde sempre um ferrenho crítico de Bergoglio a ponto de afirmar, de forma totalmente infundada, que sua eleição é “nula e inválida”.

A respeito da idade de Francisco, o jornalista lembra que Bento XVI renunciou justamente aos 85 anos. Mas também poderia ser lembrado que São João Paulo II morreu no limiar dessa mesma idade.

A reportagem é de Francisco Antonio Grana, publicada por Il Fatto Quotidiano, 23-08-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

No Vaticano e em particular na Casa Santa Marta, a residência de Bergoglio, nada sugere que o Papa esteja pensando seriamente em sua renúncia.

Pelo contrário. Francisco retomou recentemente as audiências privadas e confirmou a longa e exigente viagem, de 12 a 15 de setembro próximo, a Budapeste para o encerramento do Congresso Eucarístico Internacional e à Eslováquia para uma visita pastoral.

O programa da viagem, repleto de encontros e deslocamentos, decidido antes da entrada na Policlínica Gemelli para a cirurgia de cólon, não foi modificado em nada, mesmo após a internação de dez dias.

Sinal eloquente de que o Papa, inclusive confortado pela opinião de seus médicos, se sente confiante e determinado a enfrentar a viagem.

Bem como as viagens que ainda estão em estudo, embora nenhuma outra ainda tenha sido oficialmente confirmada pelo Vaticano para 2021, nem para 2022.

O que transparece da equipe de Francisco é que o Pontífice, depois da longa convalescença após a operação, planejada há tempo, mas não informada nem mesmo aos colaboradores mais próximos, retomou o trabalho nos meses de verão com seu ritmo habitual.

Bergoglio também recebeu, fora dos holofotes, numerosos amigos que o visitaram nas últimas semanas na Casa Santa Marta.

É preciso dizer que, antes mesmo da intervenção no cólon, a história do cardeal arcebispo de Munique e Freising, diocese chefiada por Joseph Ratzinger, Reinhard Marx, já havia aberto os jogos do pré-conclave.

O cardeal alemão, um dos homens do restrito Conselho de cardeais que elaborou a reforma da Cúria Romana, renunciou acusando a Igreja de ter fracassado na luta contra a pedofilia do clero.

Foi um ataque muito duro que pela primeira vez não partiu de inimigos, mas de um dos colaboradores mais próximos do Papa que compartilhou, desde o aparecimento a fumaça branca, o governo da Igreja, em particular nas questões econômicas.

Francisco rejeitou imediatamente a renúncia do cardeal, mas esse descontentamento entre os chamados cardeais bergoglianos abriu uma reflexão séria, mais ou menos pública, sobre as reformas do pontificado.

É evidente também que a operação sofrida pelo Papa inaugurou de fato a segunda parte do reinado de Francisco com a entrada do tema da doença e, portanto, da saúde do Pontífice.

Tema que marcou o longo pontificado de Wojtyla, mas do qual o de Bergoglio, pelo menos até ser internado no Gemelli, parecia irrelevante.

Portanto, é inegável que o pré-conclave esteja aberto, pelo menos nos últimos meses, mas isso não significa que o reinado de Francisco esteja no fim.

O pré-conclave de Wojtyla durou uma década antes que, com a morte do Papa polonês, a Sé Vacante fosse realmente aberta. E é preciso dizer que naquela década muitos candidatos elegíveis morreram antes do Pontífice.

 

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