O ziriguidum pré-carnavalesco já começou em Itabira: acompanhe o bloco do Cemitério homenageando Rita Lee
Cortejo do bloco Nós que aqui estamos, por vós esperamos no pré-carnaval do ano passado
Fotos: Mário Brito
O Carnaval no Brasil é uma celebração única que reflete a rica diversidade cultural do país, e os blocos de rua desempenham um papel fundamental nessa festa vibrante. Esses blocos são verdadeiras manifestações de espontaneidade e alegria, reunindo pessoas de diferentes idades, classes sociais e origens em um ambiente de celebração coletiva.
Cada bloco carrega consigo uma identidade cultural específica, muitas vezes relacionada a bairros ou tradições locais, e contribui para a formação de uma realidade única de expressões artísticas, musicais e sociais.
Durante o Carnaval, as ruas ganham vida com cores, ritmos e a energia contagiante dos foliões, proporcionando uma experiência cultural intensa e inesquecível. Os blocos de rua não apenas preservam tradições, mas também evoluem, incorporando novos elementos e influências, mantendo assim viva a essência dinâmica da cultura carnavalesca brasileira.
O bloco Nós que aqui estamos, por vós esperamos (popularmente conhecido como Bloco do Cemitério), concebido em 2018 por dois professores, surgiu da percepção da potencialidade em transformar um espaço na cidade, geralmente associado à tristeza, em um local de alegria pelo menos uma vez ao ano, segundo o professor Joaquim Olegário, um dos idealizadores.
“A ideia é desviar momentaneamente o ambiente de sua essência melancólica para dar lugar a celebração à vida”, ele salienta.
As atividades pré-carnavalescas e carnavalescas do bloco ocorrem na região do cemitério do Cruzeiro e da antiga cadeia municipal, mas tem realizado ensaios, neste ano, também na pracinha do Pará, com grande participação de público.
E a cada ano o bloco presta homenagem a um ícone da cultura musical brasileira ou internacional em meio à atmosfera do carnaval.
Nas edições pré-carnavalescas anteriores, o bloco homenageou artistas como Beth Carvalho, Wando e Moraes Moreira, assim como a sempre eterna Gal Costa, no ano passado.
Neste ano a homenageada é a também icônica cantora e compositora Rita Lee.
Inspirados pela essência da artista, o bloco busca não apenas uma manifestação musical, mas também elementos estéticos que resgatem a essência de Rita, tornando-se uma identidade/fantasia para o ano de 2024.
Inspiração
O nome do bloco é inspirado nos dizeres do portal do cemitério municipal de Paraibuna/SP e pelo documentário homônimo de Marcelo Mazagão. Mantém a proposta filosófica de lembrar a morte para celebrar a vida, uma dialética necessária também para botar o bloco na rua e seguir em frente.
É assim que nessa homenagem à Rita Lee, “o bloco não só reverencia a grandiosa artista, mas também se torna um dispositivo pedagógico para conscientizar sobre a relevância da música brasileira, especialmente os movimentos marcantes em que a cantora esteve envolvida ao longo de sua carreira”, acentua o professor Olegário.
Rita Lee não somente foi uma das mais expressivas vozes do rock nacional, mas marcou época com as suas atitudes iconoclásticas de quebradora de imagens e de dogmas consagrados pelo tradicionalismo retrógrado, ainda presente na sociedade brasileira, marcando e tornando mais leve e descontraída a vida de várias gerações.
Serviço
Data e horário concentração do Pré-Carnaval do Bloco do Cemitério:
Sexta-feira, 2 de fevereiro, às 19h
Início do cortejo: 21h
Local: rua Paulo Pereira, S/N – Cemitério do Cruzeiro