O planeta em risco e o Brasil destruindo o meio ambiente

Rafael Jasovich*

A proposta de flexibilização da Lei de Licenciamento Ambiental contida no Projeto de Lei 3729/04, prestes a ser votado na Câmara dos Deputados, insere-se num contexto amplo.

Faz parte de um debate que abrange a defesa do meio ambiente como um desafio que o mundo terá de travar e superar no futuro próximo. Os problemas começam pela definição geográfica do assunto. A tendência é de que ele se resume à esfera dos países pobres, ou “emergentes”, quando na verdade a crise tem proporção mundial e histórica.

O propósito do bolsonarismo passa ao largo dessas preocupações. Sua ideia é de que o meio ambiente está subordinado a um modelo de economia que tem na exportação de commodities a mola propulsora. Pesa também a ideologia obscurantista da extrema direita de descaso com a vida e com o futuro.

Mas o determinante é a opção por um modelo exportador essencialmente predatório, que se sustenta na geração de divisas usadas majoritariamente na alimentação do circuito financeiro, o sistema de parasitismo das finanças público pelo giro de títulos do Estado.

Não se pode desconsiderar, também, o incentivo aos crimes ambientais decorrentes de ocupações ilegais, além de outras práticas criminosas que atingem o meio ambiente e massacram os povos indígenas.

É preciso lembrar, por exemplo, que nos anos 1970 e 1980, a ditadura militar empurrou muitas vítimas da concentração de terra para a Amazônia, para “desbravar e ampliar as fronteiras agrícolas”.

Juntamente com os colonos expulsos da terra no Sul do país foram aventureiros que aproveitaram aquela política expansionista dos governos militares para expandir suas fronteiras latifundiárias para o Norte do país.

Este projeto não é mais que a continuação da ocupação de terras indígenas na Amazônia, o extermínio das populações originárias que ainda resistem e o apoio governamental aos grileiros.

Estão destruindo o Brasil.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional

 

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