O mundo vasto mundo de CDA – XIV
Plínio Doyle, Dolores Dutra e CDA
Pesquisa e acervo: Cristina Silveira
1959 – Coluna Escritores e Livros, José Condé. Apareceu finalmente o primeiro volume da História do Modernismo Brasileiro, que está sendo escrita pelo poeta e escritor paulista Mário da Silva Brito: Antecedentes da Semana de Arte Moderna.
Entrevistado pela revista BBB-Boletim Bibliográfico Brasileiro, Mário da Silva Brito fez o seguinte apelo que nos apressamos em passar adiante: – Muitas informações e documentos sobre o modernismo ainda me faltam para a redação do período posterior a 1922. Agradeceria que os seus possuidores nos dessem ou emprestassem . CDA é testemunha de que devolvo o que me cedem. Correio da Manhã (RJ), 22/1/59.
1959 – Coluna Escritores e Livros, José Condé. Fazendo uma pesquisa numa velha coleção do Correio da Manhã (de 1908), CDA encontrou um poema de Cruz e Souza que não figura na obra publicada em livro do grande poeta negro. O assunto será focalizado nas páginas de Literatura deste jornal, sábado próximo. Correio da Manhã (RJ), 25/1/59.
1959 – Teatro das Letras. Numa correspondência de Minas para a revista carioca Mundo Literário, em 1923, Borja de Almeida enumeravam os “novos” mineiros da época, que começavam a chamar a atenção do público.
Eram os seguintes: CDA, J.A. Nogueira, José Eduardo da Fonseca, M. de Abreu, Abgar Renaut, Mário Mendes Campos, Carlos Quadros e Assis Viana. Desses já faleceu J. A. Nogueira, que, aliás, já não seria um novo em 1923, pois pertencia a geração de Monteiro Lobato e Godofredo Rangel. CDA e Abgar Renault aí se encontram. Dos outros não temos notícias. Correio da Manhã (RJ), 31/1/59.
1959 – Letras estrangeiras. Vultos italianos. Dentre os poetas italianos vivos, merece citação Enzio Cetrangolo, cujas obras publicadas são as seguintes: Algume Poesie (observa-se a coincidência do titulo com o volume de estreia de CDA). Correio da Manhã (RJ), 21/2/59.
1959 – Coluna Escritores e Livros, José Condé. A Rádio Difusion Française vai apresentar, dentro de alguns meses, uma série de programas sobre o Brasil. CDA foi convidado para escrever o texto referente a Minas Gerais. Correio da Manhã (RJ), 25/2/59.
1959 – Figuras & Fatos. O escritor Américo Jacobina Lacombe, atual secretario de Educação e Cultura da Prefeitura, designou os poetas CDA, Manuel Bandeira e José Paulo Moreira da Fonseca para constituírem a comissão julgadora do Prêmio de Poesia da Municipalidade (50 mil cruzeiros).
Ao que parece, alguns nomes da “geração 45” estão ingressando nos “corpos estáveis” da poesia brasileira. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 12/4/59.
1959 – Em poucas linhas. A crônica de CDA, “Sucessão”, publicada no domingo último no Correio, é um dos assuntos do momento nas rodas literárias. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 15/4/59.
1959 – O jornalista José Auto, comunicou aos Jotas sua adesão à candidatura CDA, assim como a fundação do diretório de Jacarepaguá pró-CDA. José Auto possui até um slogan para a Zona Rural: Na era do jato, zona rural só vota em Fazendeiro do Ar. Coluna Flagrantes de J.J &J. Correio da Manhã (RJ), 15/4/59.
1959 – Teatro Ronda. Casa lotada na estreia de Está Lá Fora um Inspetor, de J. B. Priestley, pelo Teatro de Praga. Entre os presentes: o prefeito Sá Ferreira Alvim e senhora, CDA e outros. Correio da Manhã (RJ), 17/4/1959.
1959 – Letras latino-americanas em foco. O número 14 do “quarterly” norte-americano “New World Writing” (editado por Mentor), já distribuídos a várias livrarias cariocas, contém em suas páginas centrais uma antologia de poetas e escritores América Latina, inclusive CDA e Manuel Bandeira. Correio da Manhã (RJ), 25/4/59.
1959 – Coluna Escritores e Livros, José Condé. A Europa foi a América é. “Esse novo contato com a Europa só fez acentuar em mim a confiança já não no futuro mas na realidade brasileira” – declarou ao colunista o crítico Eduardo Portela, que acaba de regressar de um giro por alguns países europeus.
Acrescentando: “A Europa foi. A América é e está para ser”. E acrescenta – “Portugal, Espanha, e mesmo a França, países cujas as literaturas atuais já conhecia, e que agora pude vê-las de perto, contemporâneamente não possuem, por exemplo, um poeta da altura de CDA ou um romancista da importância de Guimarães Rosa”. Correio da Manhã (RJ), 6/5/1959.
1959 – Alma Sonora do Brasil. “Enquanto o conhecido delator de escritores Carlos Maul anuncia um “livro” intitulado A Glória escandalosa de Heitor Villa-Lobos”, as edições Melhoramentos, de São Paulo, entregam ao público juvenil o livro de Arnaldo Magalhães de Giácomo:
“Villa-Lobos” (Alma Sonora do Brasil), com ilustrações de Oswaldo Storni – biografia do maior de nossos compositores, artista da categoria de um CDA e Cândido Portinari. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 10/5/59.
1959 – Madri: Semana Brasileira. Iniciou-se, no dia 11, em Madri, a Semana Brasileira, que tem o patrocínio de nossa embaixada na Espanha, do Instituto de Cultura Hispânica e do Escritório Comercial do Brasil, sendo responsável pela organização a Associação de Universitários Brasileiros residentes na Espanha.
A semana foi inaugurada com uma exposição de gauches de Luci Calenda e um recital de poesia, no qual figuraram páginas de CDA, Jorge de Lima, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Mário Quintana, Valmir Ayala e Raul Bopp. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 17/5/59.
1959 – Teatro. Estreia hoje, no Teatro União (Praia de Botafogo, diante do Mourisco), o Teatro de Equipe, de Porto Alegre com Rondó 58, recital de poesia encenada, direção de Mário de Almeida e Paulo José. Com o seguinte programa: de CDA recitaram, Anedota Búlgara, Quadrilha, Resíduo, A Frederico Garcia Lorca, Canto do Homem do Povo Charlie Chaplin. Correio da Manhã (RJ), 19/5/1959.
1959 – CDA dizendo que, quando o poeta Paulo Gomide some do Rio, fica logo “imaginando que ele pegou uma carona do Correio Aéreo Militar e foi para uma ilhota do Araguaia bater papo com sua amiga Uanadique”. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 20/5/59.
1959 – Coluna Escritores e Livros, José Condé. Depois de uma permanência de três anos na Europa, regressou, há poucos dias, o poeta pernambucano Félix de Ataíde. Sobre uma possível repercussão da literatura brasileira na Espanha: é bem pouco conhecida – respondeu. Apenas alguns escritores conhecem alguns escritores brasileiros, entre estes CDA, Jorge de Lima, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto. Correio da Manhã (RJ), 21/5/1959.
1959 – A Academia Mineira de Letras, (por iniciativa de Martins de Oliveira) está promovendo uma série de conferencias, com o maior êxito, sobre a moderna poesia brasileira. Anteontem, o poeta Étienne Filho falou sobre CDA. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 29/5/59.
1959 – Anúncio Prefeitura do Distrito Federal. Temporada do Cinquentenário. Série Oficial de Consertos e Recitais. Margarida Lopes de Almeida interpreta Passagem da Noite de CDA. Correio da Manhã (RJ), 5/7/59.
1959 – Teatro. Estreia hoje, no Teatro União, o Teatro de Equipe, de Porto Alegre com Rondó 58, recital de poesia encenada sob direção de Mário de Almeida e Paulo José. No programa Anedota Búlgara, Quadrilha e Resíduo, poemas de CDA. Correio da Manhã (RJ), 19/5/59.
1959 – Amigos de Machado. Está circulando o segundo numero da Revista da Sociedade dos Amigos de Machado de Assis (publicação bianual, sob direção de Plínio Doyle), no sumário está Quando Ela Fala, poesia musicada de CDA. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 12/7/1959.
1959 – Livros para agosto e setembro. Para agosto e setembro está programado pela José Olympio, o lançamento toda a obra poética de CDA. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 11/8/59.
1959 – In Memoriam de Jorge Lacerda. Tantas vezes temos assistido ao doloroso espetáculo de esquecimento rápido e quase total de uma personalidade admirada e querida quando ainda entre os vivos que impressiona tanto mais, consolando-nos a fidelidade permanente de Jorge Lacerda.
O político: deputado federal e, depois governador de Estado; o homem de letras: editor de um dos mais importantes instrumentos de cultura no país, do Suplemento Letras e Artes. Eis o que se dá testemunho este In Memoriam: um número especial da revista Litoral, dedicado a Jorge Lacerda. Na revista de Florianópolis colaboram entre muitos o poeta CDA. Correio da Manhã (RJ), 18/8/59.
1959 – Zila Mamade (Salinas) está no Rio: veio entregar ao editor – Carlos Ribeiro – os originais do seu novo livro de poemas: O Arado. Cinco afirmações de Zila Mameede a proposito da poesia brasileira: – Considero CDA o maior poeta brasileiro de todos os tempos. Coluna Escritores e Livros, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 19/8/59.
1959 – Estando com falta de assunto, o noticiarista recorda coisas de vinte e tantos anos atrás: Outra vez, tendo apenas vinte mil reis no bolso, comprei, sem pestanejar O Brejo das Almas, de CDA. Voltei a pé para a pensão. No entanto, jamais esquecerei a alegria que me deu aquela caminhada da Cinelândia ao Catete – atravessando a Praça Paris numa tarde de maio – com o livro aberto e o coração feliz, José Condé. Correio da Manhã (RJ), 21/8/59.
1959 – Anúncio. Singra em nova feição. Singra graficamente remodelada, está apresentando novos colaboradores. Na semana estreante, esse suplemento intergráfico do Correio da Manhã, estampará crônica de CDA. Correio da Manhã (RJ), 13/9/1959.
1959 – CDA traduziu Dona Rosita, a Solteira ou A Linguagem das Flores, de Federico Garcia Lorca. Jornal do Brasil (RJ), 20/11/59.
Cristina querida, tudo certo com você? Tenho acompanhado suas publicações na Vila de Utopia. Pesquisa séria, minuciosa, que traz à luz informações relevantes não só a respeito de CDA, como de toda a intelectualidade que gravitava em torno dele e que, de uma forma ou outra, afetaram a vida e a produção literária de nosso poeta.Não li até hoje, em obras e trabalhos acadêmicos, minúcias que você garimpa com tamanha habilidade. Sou de opinião que todo o material publicado na Vila seja compilado e publicado sob o formato de livro ou mesmo de uma revista de cunho histórico-literário. Esse trabalho, resultado de incansável mergulho em documentos e obras, precisa urgentemente ser incorporado ao acervo drummondiano em Itabira. É inacreditável que esse material se perca nos meandros transitórios da mídia digital. Estou disposta a batalhar para que isso aconteça. O prefeito Marco Antônio tem se mostrado sensível à área cultural da cidade. Vamos batalhar para se tornar realidade o que agora é uma ideia? Abração, acreditando que você tem olhos de lince.