Nesta sexta-feira (24), comemore o Dia Mundial da Cultura Africana e Afrodescendente com boas leituras
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A data é estabelecida pela Unesco para promover toda a riqueza da cultura africana, que conta com boas produções literárias para a celebração
A publicação da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos tem a data marcada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como forma de fortalecer o papel da cultura na promoção da paz no continente e promover o respeito pela diversidade cultural e a criatividade.
O dia 24 de janeiro foi estabelecido para celebrar a África como sendo fonte rica do patrimônio partilhado do mundo, a promoção da cultura africana e afrodescendente, considerada crucial para o desenvolvimento sustentável, o respeito mútuo, o diálogo e a paz.
Uma das principais formas de se apropriar dessa herança cultural é por meio dos livros que contam as histórias e conquistas ancestrais, cujos autores são pesquisadores renomados de diversas áreas acadêmicas como história e antropologia.
Um exemplo é o livro Pegadas no rio, sombras no tempo – Biografias, histórias de vida e trajetórias africanas em que estão algumas boas personagens em textos organizados pelos pesquisadores Matheus Serva Pereira, Silvio de Almeida Carvalho e Washington Nascimento. Essencial no processo de resgate identitário africano, o livro traz biografias de africanos que viveram em diferentes épocas e em várias regiões do continente.
Desde o período pré-colonial até o pós-colonial, a coletânea tem contribuições de pesquisadores da atualidade sobre cultura africana, resistência e luta pela liberdade. Abrangente e diversa, a obra explora a vida de mulheres, líderes políticos, intelectuais, artistas, bem como debate guerras e conflitos, descolonização, religião e espiritualidade, com foco em países como Antigo Egito (Sudão), Angola, África do Sul, Burquina Faso, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Senegal.
Outra obra com proposta histórica inovadora, Vidas impressas intelectuais negras e negros na escravidão e na liberdade recorre às biografias de sujeitos desconhecidos e silenciados, porém com trajetórias importantes em diversas regiões do Brasil ao longo do século XIX até o início do XX.
Assim, localiza pensadores e projetos negros e negras para um país em transformação, no qual monarquia, cidadania, escravidão, república e liberdade pautavam os debates públicos não só nos palácios, gabinetes, bibliotecas e no parlamento, mas nos cortiços, casebres, senzalas, ranchos, fazendas e sítios.
O livro foi organizado pelos historiadores Iamara Viana e Flávio Gomes. Ambas foram recém-lançadas pela Selo Negro Edições e seus autores são ótimas fontes para entrevistas a respeito da data.
Confira alguns autores e suas obras
Matheus Serva Pereira é investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS ‑ULisboa). Mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutor em História Social da África pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Atualmente desenvolve a pesquisa African experiences of assimilation in Mozambique: histories and memories (1910 ‑2010), financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e sediada no ICS ‑ULisboa.
Autor dos livros Grandiosos batuques — Tensões, arranjos e experiências coloniais em Moçambique (1890 ‑1940) (2020) e Alegrai-vos no mundo, o Fany Mpfumo retornou — Histórias e estórias da vida de um músico moçambicano (no prelo).
Silvio de Almeida Carvalho Filho – é professor do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e professor do Mestrado em Ensino de História (PPGEH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP), com a tese “Angola: nação e literatura (1975-1985)”, tem experiência em História da África, assim como na área de História Moderna e Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: África, Angola, história e literatura, intelectuais, ativismo político, diferenças e desigualdades sociais.
Também é pesquisador do Laboratório de Estudos Africanos (Leáfrica) da UFRJ e pesquisador associado do Laboratório de Estudos das Diferenças e Desigualdades Sociais (Leddes) da Uerj.
Washington Nascimento é professor associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), alocado na área de Moderna e Contemporânea, na subárea de História da África. Professor do quadro permanente do Programa de Pós‑Graduação em História Política da Uerj.
Desde 2021 é pro‑cientista da mesma instituição. Mestre em Ciências Sociais: Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC ‑SP). Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP).
Organizador e/ou autor dos livros Jogo nas sombras — Realidades misturadas, estratégias de subjetivação e luta anticolonial em Angola (2021) e Intelectuais das Áfricas (2020), entre outros.
Iamara Viana é pós-doutora em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutora e mestre em História pela mesma instituição, onde atua como professora na graduação e no mestrado profissional em Ensino de História. Professora no Programa de Pós-Graduação em História Comparada da UFRJ; líder do Núcleo de Pesquisas Educação, Corpos, Histórias e Memórias Negra da Uerj; Jovem Cientista do Nosso Estado/Faperj.
Suas pesquisas enfocam o corpo africano escravizado, mulheres negras na escravidão e no pós-emancipação, medicina e pensamento médico no século XIX, história das doenças e da saúde na escravidão, letramento e escolarização negra na escravidão e no pós-emancipação, ensino de história.
Flávio Gomes é professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tem publicado livros, coletâneas e artigos desenvolvendo pesquisas em história comparada, cultura material, demografia, escravidão, cartografia e pós-emancipação nas Américas, especialmente Venezuela, Colômbia, Guiana Francesa e Cuba. Coordena o Laboratório de História Atlântica (Leha) do Instituto de História da UFRJ.
Esses e outros pesquisadores que integram o catálogo do Grupo Editorial Summus e podem enriquecer suas reportagens e dando entrevistas sobre o assunto.
Sobre o Grupo Summus
Surgido em 1974 como Summus Editorial, o Grupo Summus é hoje um dos principais atores no mercado editorial brasileiro em publicações de não-ficção.
A marca reúne, além da Summus Editorial, os selos Editora Ágora, Edições GLS, Selo Negro Edições, MG Editores, Plexus Editorial e Mescla Editorial, e constitui fundamental agente de difusão da ciência e da literatura. Psicologia, educação, comunicação, direitos humanos, comportamento, fisioterapia, saúde e bem-estar, literatura, diversidade, e protagonismo negro são algumas das áreas temáticas do Grupo Summus.
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