Neidson Freitas cobra divulgação dos nomes dos fura-fila da vacinação em Itabira
Relatório de sindicância da SMS já está na Câmara, mas ainda está sob sigilo
Na reunião legislativa dessa terça-feira (26), o vereador Neidson Freitas (MDB) cobrou da secretária municipal de Saúde, Luciana Sampaio, envio de relatório com os resultados da sindicância interna instalada para apurar possíveis casos de fura-fila na vacinação contra a Covid-19 em Itabira.
Segundo denúncias, a irregularidade teria ocorrido no início da campanha de imunização. Portanto, antes de sua gestão à frente da SMS. A denúncia está também sendo investigada, ainda sob sigilo, pelo Ministério Público.

“A secretária esteve aqui na Câmara e já se passaram mais de 60 dias e nada mais se falou sobre o assunto. É isso mesmo, é para deixar escondido debaixo do tapete ou vai ter transparência para o itabirano saber quem são essas pessoas que furaram fila?”, quis saber o vereador.
No caso de ter ocorrido furas-fila, o parlamentar oposicionista indagou também quais foram as providências tomadas pelo chefe do executivo itabirano. “Estou sem ter como responder às pessoas que me perguntam a respeito (dessa sindicância).”
De acordo com o vereador, ao participar de uma reunião na Câmara, em 3 de agosto, para esclarecer sobre as denúncias de furas-fila, a secretária alegou que nada poderia adiantar sobre a sindicância por correr sob sigilo. “E agora, terminou a apuração, houve fura-fila? Quem são essas pessoas?”, voltou a perguntar o vereador, insistindo em obter respostas.
“Tenho que parabenizar a secretária por conduzir a contento a campanha de vacinação, mas não é porque as coisas estão indo bem que temos de tampar os olhos para os erros. Se teve fura-fila em Itabira, o itabirano precisa saber para responsabilizar as pessoas (que furaram filas) e também quem de direito não tomou providências.”
Sigilo

Segundo informou o vereador Bernardo Rosa (Avante), que preside a comissão legislativa de Covid-19 na Câmara, a secretária já encaminhou o relatório da sindicância à Casa legislativa, tendo sido protocolado na presidência.
“Já está nesta Casa, se não me engano, há umas duas semanas. Mas não podemos divulgar (os resultados com os nomes de eventuais fura-fila) devido a Lei Geral de Proteção aos Dados”, sustentou.
O presidente da Câmara, vereador Weverton “Vetão” Andrade (PSB), confirmou o recebimento, mas disse que o documento só foi protocolado no departamento jurídico da Câmara nessa terça-feira.

“Vamos analisar a questão jurídica para saber como iremos disponibilizar (os resultados da sindicância), uma vez que contém dados pessoais que não podem ser divulgados”, ponderou.
Neidson Freitas não concorda com o sigilo. “Os nomes de quem furou fila não deve ser mantido em sigilo. Tem que tornar público para Itabira saber quem são essas pessoas e quais foram as providências tomadas”, ressaltou.
Critérios questionáveis
Conforme denúncia recebida por este site Vila de Utopia no início da campanha de imunização, por uma interpretação extensiva das diretrizes do Plano Nacional de Imunização (PNI), a SMS teria priorizado não só a vacinação dos profissionais de saúde que atuavam na linha de frente no combate à pandemia, mas também imunizou quem já não mais atuava na área de saúde.
De acordo com a denúncia, nesse primeiro momento da campanha teriam sido imunizados até mesmo fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos que estavam afastados de suas profissões, sem atuarem na área. E que também foram imunizados muitos profissionais que estavam atuando em serviços burocráticos.
Em decorrência, teria sido atrasada a vacinação de idosos. De acordo com o vacinômetro, divulgado pela SMS no dia 23 de março, de um total de 9.354 doses de vacinas que até então teriam sido aplicadas em Itabira, 5.767 foram destinadas a profissionais de saúde.
Representaram 61,6% do total de imunizantes que aportaram no município na primeira fase da campanha. Desses profissionais, já na ocasião da denúncia, 2.077 já tinham até mesmo recebido a segunda dose.
Isso enquanto até aquela data, a campanha havia atingido apenas 3.165 idosos. Representaram 33,8% do total imunizados com os primeiros lotes de vacinas que chegaram a Itabira. E apenas 410 idosos havia recebido a segunda dose até aquela data.
Para a definição de grupos prioritários, a SMS assegurou à reportagem que foram observadas as diretrizes da Campanha Nacional de Vacinação, seguindo as determinações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
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SMS rebate denúncias de irregularidades no início da campanha
Após a publicação da reportagem, a SMS enviou nota à redação contestando a informação de que havia interpretado extensivamente o PNI, imunizando também profissionais que não estavam na linha de frente no combate à Covid-19 em detrimento de idosos.
Segundo informou, a primeira remessa de vacinas chegou ao município em 18 de janeiro deste ano para o público específico de profissionais de saúde.
E que, apenas em 11 de fevereiro, Itabira recebeu doses de imunizantes para idosos. “Todas as aplicações de vacinas no município de Itabira seguem regulamentações ministeriais e estaduais”, assegurou.
A reportagem manteve a informação de que foram vacinados profissionais de saúde que não estavam na linha de frente no combate à pandemia.
E cobrou o encaminhamento da lista com os nomes dos primeiros vacinados à Comissão Especial da Câmara Municipal para que fosse verificada, ou não, a correta aplicação dos imunizantes nas primeiras etapas da campanha de imunização.
o rapazinho quer é espetacularização, o achincalhe. Está defendo, fazendo campanha para o uso de máscaras e o tranca-ruas?