Negociações com a Vale têm clima tenso e também com a Anglo American na sede do Metabase, em Itabira
Fotos: Ascom/ Metabase
Com as datas-bases vencendo ainda em novembro, o Sindicato Metabase de Itabira tem mantido negociações tensas com mineradoras da região, com a Vale, em Itabira, e a Anglo American, com mina em Conceição do Mato Dentro. Foi o que ocorreu pela manhã na rodadas de negociações com representantes da Anglo, repetindo-se à tarde, com a Vale. Ambas as reuniões foram realizadas na sede do sindicato, no bairro Pará.
Nas negociações com a mineradora Vale, uma das pautas polêmicas, que o sindicato considera inaceitável, é a proposta patronal de transferir para a modalidade Enfermaria o plano de saúde dos trabalhadores.
“Em cinco anos e cinco acordos coletivos que participamos como presidente desta instituição, juntamente com nossos diretores, nunca negociamos nenhum retrocesso nos direitos e benefícios já adquiridos”, protestou André Viana, presidente do Metabase, que diz estar disposto, juntamente com a categoria, a se oporem firmemente à proposta, caso a mineradora insista “nessa mudança absurda”.
“Não negociamos com o atraso e retrocesso. Precisamos assegurar direitos conquistados e avançar em novas conquistas sem retroceder e é o que faremos”, disse o presidente do Metabase.
Segundo Viana, se a Vale insistir nesse retrocesso, sem prosseguir com a manutenção da proposta da categoria, uma das alternativas será a sua judicialização do acordo. “Não temos o que negociar com o retrocesso”.
Diante dessa firme posição do sindicato, a empresa solicitou uma outra reunião para apresentar nova proposta, agendada para o dia 13 deste mês.
“Esperamos que a Vale retorne à mesa de negociações com o respeito que os seus trabalhadores e trabalhadoras merecem”, é o que espera André Viana, que considera a proposta da empresa um desrespeito à toda categoria, que em todo o país gerou um lucro de R$ 13,8 bilhões.
Mesmo assim, a empresa tem alegado dificuldades de caixa, sustentando ter sofrido sucessivos aumentos nas áreas de saúde privada, o que estaria refletindo no plano de saúde (AMS).
Metas alcançadas
A Participação nos Lucros e Resultados foi outro ponto destacado pela empresa, já que o “gatilho” serve como base para se atingir a nota global do Fator Vale. Para isso, os trabalhadores precisam atingir as metas determinadas pela empresa.
Estranhamente, a Vale criticou os trabalhadores por atingirem com frequência essa meta, com valor máximo. Alega que há uma “frouxidão neste atingimento”, chegando-se facilmente à meta determinada.
Outra alegação da mineradora é o constante aumento do custeio com os empregados. A empresa diz que a cada ano essas despesas em manutenção com pessoal cresce, dificultando ainda mais o processo financeiro.
Insalubridade
Por último, afirmam os negociadores da Vale que há ainda uma desvantagem financeira frente a muitas empresas com relação ao pagamento da insalubridade.
Segundo eles, a maioria das empresas paga uma porcentagem baseada no salário mínimo, enquanto na Vale esse pagamento tem por base o seu piso salarial, que é maior do que o salário mínimo vigente.
Esse pagamento tem variado entre 10% e 40%, dependendo do grau de insalubridade. Para o sindicato, qualquer mudança nesse percentual é também inaceitável, pois representa perda de conquista trabalhista, contra a qual toda a categoria deve se opor.
Negociações difíceis também com a Anglo American
Nas negociações com a mineradora Anglo American, em Conceição do Mato Dentro, o clima de tensão não é diferente. Na rodada de negociações, na manhã dessa terça-feira, o sindicato chegou a suspender as negociações com a empresa, pela falta de respeito às reivindicações dos trabalhadores.
“A volta das negociações só ocorreu depois da garantia de que iríamos discutir com detalhes as reivindicações que recebemos da categoria”
Segundo André Viana, a empresa apresentou uma proposta que foi rejeitada por não atender o que pede os mineiros de Conceição do Mato Dentro.
Entre as principais reivindicações estão o reajuste salarial de 3,5%, mais abono de R$ 1.200, reajuste cartão alimentação em 4,06%, equivalente a R$ 885, além de reajuste do piso salarial em 3,8%, passando para R$ 2.189. “Podemos avançar bem mais na proposta com a união da categoria”, convoca André Viana.
Hum, os trabalhadores da Vale, que não são mais “Os homens de Ferro”, só dão a grita quando dói no bolso deles. A despeito de todos os crimes que a mineradora reiteradamente comete contra a Cidade eles não manifestam, são indiferentes. Então podemos dizer que são escravinhos, e não falo da servidão voluntária, mas de submissão, de flagelo da classe trabalhadora.
O que fazer?
Eu respondo: resistir, promover a greve, tomar a mineração, cortar a comunicação, algemar e botar pra correr os diretores. Mas é certo que serão submetidos a gula do capital estrangeiro. O que esperar de um sindicato dirigido por um elemento que apoia a extrema direita, o bolsonarismo? CUT neles…..