Não só a Covid-19 ameaça a saúde do itabirano. Cidade convive com risco de surto de dengue com água parada em todos os bairros
Não só o risco com a pandemia com o novo coronavírus (Sars-Cov2) vive o Brasil neste período chuvoso. É grande também a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya.
Em Itabira, a situação é crítica. O primeiro Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) de 2021 comprova que é grande o risco de surto de doenças transmitidas pelo vetor, principalmente de dengue.
É que o índice de infestação em toda a cidade está alto, com média de infestação de 8,3% – mais de duas vezes superior a 4%, é que é considerado risco de surto pelo Ministério da Saúde.
O levantamento foi realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em meados de janeiro, com pesquisa em 2.092 domicílios. Desses, em 1.744 foram encontrados focos do mosquito.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, os locais com maiores índices de infestação são o Valeriodoce Esporte Clube (100%), São Francisco (40%), São Bento e Juca Batista (33,33%), Bálsamos (32,25%), Ribeira de Baixo (28,57%); Campestre e Amazonas (27,77%), Quatorze de Fevereiro, Estação Ferroviária e Santa Marta (25%).
Esses são os principais bairros atingidos, mas os focos estão por toda a cidade. Entre 1º de janeiro a 22 de fevereiro foram feitas 19 notificações de pessoas que poderiam estar com dengue, sendo confirmados três casos. Não houve registros de casos suspeitos relacionados à zika e chikungunya.
Cuidados necessários
Para combater os focos, Agentes de Combate a Endemias (ACE) intensificam as visitas domiciliares. E pedem cuidados especiais com o descarte de resíduos, que devem ter destinação correta e não jogados nas vias públicas e em terrenos baldios, para não aumentar os focos do temível mosquito.
“É muito importante também fazer a limpeza do quintal: estamos em período chuvoso e uma tampinha, um recipiente vazio, pode acumular líquido e se transformar em criadouro do Aedes aegypti”, alerta a diretora de Vigilância Epidemiológica, Karine Chaves Cabral.
Larvas do mosquito foram encontradas, principalmente, em lixos (recipientes plásticos, garrafas e latas), sucatas em pátios e ferros-velhos e entulhos de construção, além de vasos/frascos com água, pratos de plantas, pingadeiras em muros/paredes.
Recipientes de degelo em geladeiras podem também abrigar o mosquito, como também em bebedouros, fontes ornamentais e depósitos ao nível do solo para armazenamento doméstico de água (tambor, caixa d’água e depósitos feitos de barro).
Portanto, para evitar a proliferação do Aedes aegypti é necessário adotar alguns cuidados, principalmente dentro dos imóveis particulares. Para isso, é imprescindível fazer inspeções periódicas nos imóveis e utensílios, como medida preventiva para se romper o ciclo de vida do mosquito.
Entre as recomendações estão manter lixeiras tampadas, garrafas e baldes de cabeça para baixo, assim como manter os quintais sempre limpos e sem entulhos, e esvaziar todos os reservatórios e objetos que podem reter água: reservatórios de geladeiras, umidificador e ar-condicionado, fazendo também a limpeza frequente de bebedouros de animais com bucha ou escova, de ralos e calhas. Além disso é preciso vedar caixa-d’água, galões, tonéis e poços.
O próximo levantamento Liraa deve ser feito na primeira quinzena de março.
Como identificar o mosquito e sintomas das doenças
O mosquito Aedes aegypti possui listras brancas no tronco, cabeça e pernas e se reproduz em água parada. Somente a fêmea pica as pessoas, pois o sangue é necessário em seu organismo para amadurecimento dos ovos. Esses conseguem sobreviver e gerar novas larvas mesmo após um ano de estiagem no recipiente. O ciclo de vida do ovo à fase adulta leva cerca de 7 a 10 dias.
Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, prostração, dores musculares e manchas vermelhas pelo corpo. Pessoas idosas têm maior risco de desenvolver a forma grave da doença e outras complicações que podem levar a óbito.
Quem adquire zika geralmente tem febre até 38.5ºC, dor de cabeça, dor nas articulações, manchas vermelhas no corpo com coceira, vermelhidão nos olhos e cansaço. Pacientes gestantes devem ter atenção redobrada, pois a doença está associada às ocorrências de microcefalia em recém-nascidos.
Já os sintomas da chikungunya são semelhantes à dengue (febre alta, dor muscular intensa, dor de cabeça, enjoo, fadiga e manchas avermelhadas pelo corpo). Entretanto, a pessoa sente fortes dores nas articulações, dificultando os movimentos e a locomoção. Os sintomas podem desaparecer em poucas semanas, mas em alguns indivíduos pode durar por meses ou anos.
Dengue também mata, ações são imprescindíveis. Campanha para população colaborar, visitas da secretaria da saúde, etc