Morre nessa madrugada, em Belo Horizonte, a artista plástica Gemaria, a Dadá, aos 79 anos, vítima de AVC

Fotos: Acervo da família

Geralda Maria Pinto de Souza, Gemaria, a Dadá, artista plástica itabirana, não resisti a um acidente vascular cerebral e falece na madrugada desta quarta-feira (25), aos 79 anos, no hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte, onde se encontrava internada.

Dadá vira eterna nesta quarta-feira e segue para “o banquete além das nuvens”

Dadá foi uma grande mulher e uma artista plástica que não passou despercebida por essas terras drummondianas.

À frente de seu tempo – e muitas vezes fora de qualquer tempo – viveu entre cores e tintas, poesias, discos, terços e fé.

Contou a história de personagens e fatos itabiranos por meio de centenas de telas, aquarelas e nanquins.

Com os mais próximos, entre eles o Poeta Maior, trocou confidências em cartas e poesias. O talento artístico, a irreverência e a subversão vieram já na adolescência.

Viúva aos 29 anos, criou, sozinha, os cinco filhos. Mais tarde, valendo-se do mesmo amor incondicional e das melhores histórias e brincadeiras, ajudou a cuidar dos netos e bisnetos.

No meio do caminho, superando muitas pedras, fez muita arte e cativou amigos e amigas. Amou profundamente, conheceu o Brasil, se apaixonou pela Bahia e pelo Rio de Janeiro.

Antes de ingressar na antiga CVRD, em 1971, onde trabalhou até se aposentar como bibliotecária, foi manicure, dona de salão de beleza. Altruísta, sempre ajudou a todos que dela precisaram, material e emocionalmente.

A artista com a filha primogênita Catarina Souza Cruz

Politizada, engajada na luta por uma sociedade melhor, justa e igualitária, participou ativamente das campanhas de Jackson Tavares, do PT, para a Prefeitura de Itabira.

Ajudou a eleger, em 1986, o sindicalista Milton Bueno (1962-2022) para presidente do Sindicato Metabase de Itabira.

Participou ativamente da greve dos trabalhadores da Vale de 1989, sendo uma das poucas trabalhadoras do antigo escritório Areão a engajar nessa paralisação que marcou a história da cidade,

Casa de campo, aquarela de Gemaria

“Hoje, Dadá se despede do mundo terreno deixando muita saudade e um enorme legado: uma vida intensamente vivida, incontáveis obras de arte, uma fé inabalável e afetos espalhados por onde passou. Gemaria pintou o amor. Vó Dadá ensinou a amar”, testemunha a neta Juliana Martins.

O corpo de Dadá será velado no Memorial Santa Terezinha, nesta quinta-feira (26), a partir de 7h. E será sepultado no Cemitério da Paz, às 16h.

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9 Comentários

  1. Dadá a nossa itabirana de vida e alma, partiu em paz, como sempre procurou estar no mundo.
    Não se pode lembrar dela, sem rever seu sorriso, sua liberdade plena e os grandes afetos que cultivou em vida.
    Adeus Dadá.

  2. Ainda criança, conheci essa Arte dedicada a arte.
    Mulher de garra, inteligente, bonita, excelente mãe. Era irmã de amigos meu ! O levante de uma família linda
    que lembro da minha infância. Era boa na gastronomia também viu, coisa de família !
    Itabira fica uma pouco mais pobre, mas estamos certos de que “Ela” vai estar pintando a arte de nossas vidas de uma forma mais enriquecida na presença do Senhor.

  3. Mulher realmente à frente de seu tempo, o que muitas vezes lhe rendeu críticas sem fundamentação e boas risadas. Tive a honra de ser sua amiga e com ela bater longos papos, dividir projetos, lutas e alegrias. Muitos deles regados a uma boa e gelada cerveja e outros em tudo quanto é lugar que a gente ia. Porque com ela, o papo rolava solto. Vá em paz, amiga!

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