Morre Dadá Lacerda, uma das idealizadoras dos Caminhos Drummondianos
Faleceu aos 72 anos, nesta quinta-feira (25), em Belo Horizonte, a professora Maria das Graças Lage Lacerda, a Dadá Lacerda. Natural de Ferros, ela lutava contra um câncer.
Ela foi uma das idealizadoras dos Caminhos Drummondianos, museu de território que registra os poemas de Carlos Drummond de Andrade que fazem referência a locais e personagens da Itabira do Mato Dentro, cidade que ela escolheu para passar a maior parte de sua vida.
Após se aposentar, Dadá Lacerda virou guia turística e explicava aos visitantes nuances e curiosidades sobre a vida do menino antigo em sua terra natal.
O museu de território foi inaugurado no governo de Jackson Tavares (1997-2000), quando ela ocupava o cargo de diretora do Museu de Itabira.
Anos mais tarde, conseguiu o patrocínio da Vale para substituir as suas corroídas placas por outras de ferro escovado, que são as que ainda permanecem, atualmente precisando de revitalização, assim como todo o museu de território.
Ampliou os Caminhos Drummondianos: por obra de suas pesquisas: das 25 placas originais, o museu passou a contar com 45.
Historiadora, ela lutou muito pela preservação do Arquivo Público itabirano. “Dadá era uma batalhadora. Quase tudo que ela idealizava, conseguia colocar em prática”, testemunha a diretora do Memorial Carlos Drummond de Andrade, Solange Duarte de Alvarenga.
Mas, infelizmente, ela não conseguiu dos prefeitos um local adequado para abrigar o Arquivo Público de Itabira, para conservação e proteção dos documentos históricos, catalogação e acesso facilitado ao acervo.
Presidiu também o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Itabira (Comphai) por dois mandatos. “Itabira perde uma grande memorialista”, lamenta Solange de Alvarenga.
Tristeza! Agora é ela que merece uma placa no Pico do Amor.
Morrendo para provar que vivemos