Moro vive inferno astral
Foto: Cleia Viana/ Câmara dos Deputados
Rafael Jasovich*
Depois de ser chamado de herói quando impediu injustamente a candidatura de Lula, mantendo-o preso por mais de 580 dias sem provas, e virou ministro, até aí ainda era o queridinho da mídia e da elite.
Depois de ingresso no governo de Bolsonaro, ainda como “herói nacional”, saiu atirando do ministério. Viu todas as suas sentenças anuladas e corre sério risco de ir preso.
Lançou-se como pré-candidato a presidente pelo Podemos, sem decolar nas pesquisas (oscila de 6 a 9 por cento). Com o insucesso, sai de fininho do partido e se filia ao União Brasil.
Foi o suficiente para escancarar as divisões internas do partido União Brasil, formado pela junção de PSL e DEM.
Isso enquanto parlamentares oriundos do PSL articularam a entrada de Moro, os egressos do DEM disseram que vão pedir a impugnação de sua filiação.
Mais um problemão para o marreco do Paraná.
A forma como a filiação se deu e o recuo na desistência de candidatar-se à Presidência da República desagradaram os egressos do DEM, que viram amadorismo na movimentação.
Na política “há ritual” a ser seguido. E essa decisão não pode ser tomada sem consultar o partido. Primeiro, era preciso saber se o partido terá candidatura própria, e segundo, quem liderará esse projeto.
Os ex-DEM apostam que vencerão a queda de braço porque o estatuto da legenda impõe votação com dois terços dos votos em questões como essa.
Nessa articulação, confiam que o amadorismo dos integrantes do PSL será fatal para sustentar Moro no partido.
Se isto acontecer Moro não será candidato a nada. E ficará sem a sua tão almejada proteção (foro privilegiado) que queria conquistar seja como candidato a deputado ou senador já que a de presidente fez água.
Talvez, daqui dois anos, Sérgio Moro se candidata a vereador e obtém a sua imunidade parlamentar. Isso se ele não for preso antes.