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    Meu Hier Encore

    viladeutopiaBy viladeutopia30 de maio de 2021Nenhum comentário
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     Por Graça Lima

    O título franco-brasileiro atribuído ao atual projeto artístico de Sheila Paiva figura-nos emblemático e abre janelas a algumas aproximações e distanciamentos numa simples abordagem intertextual.

    Alunas do 3° ano do Curso de Magistério da Escola Normal Oficial de Itabira em 1966 no pirulito da igreja-matriz. No destaque, as ‘quase’ normalistas, em um ato de rebeldia, reivindicam da diretoria da escola o direito de escolha do paraninfo. No caso, Roberto Carlos, que ainda não era  Rei e mandava tudo para o inferno. (Fotos: acervo Graça Lima)

    De início, vale considerar que o emprego do pronome possessivo “Meu” remete à primeira pessoa com a promessa de que um EU assumirá a subjetividade do discurso. Segue-se a expressão Hier Encore, nítida referência à conhecida canção de Charles Aznavour que, como outras tantas, embalaram as emoções da juventude dos anos 60.

    Essa junção de dois universos é aparente, pois marca, na verdade, uma disjunção entre dois mundos que se aproximam e se distanciam quanto às leituras que fazem de momentos importantes da vida, no caso, da juventude, dos 20 anos vividos e consumidos pelo tempo e resgatados pelas vias tortuosas da memória.

    No primeiro texto deste livreto, a autora dialoga com os versos de Hier Encore – tema de todo o projeto – depois de deixar bem claro tratar-se do SEU Hier Encore. Nesse sentido, torna-se visível o contraponto entre a atmosfera sombria e melancólica refletida na letra da canção de Aznavour e outra clara e iluminada por boas lembranças e desafiadoras inquietações na narrativa de Sheila.

    Assim, ao “desperdiçava o tempo”, “desperdicei a vida e meus sonhos de juventude”, “perdi meu tempo”, “continuo perdido sem saber aonde ir”, “com os olhos procurando o céu, mas com o coração enterrado”, “do melhor e do pior descartando o melhor”, versos pinçados da canção-tema do projeto, sobrepõem-se as palavras de Sheila “… não me lembro de ter economizado sonhos, nem tampouco fantasias”, “… vi multiplicarem-se tantas formas de socialização… música, serestas, teatro, literatura, cinema dança…”.

    Daí, aventuro uma síntese: o sentimento de culpa emanado dos versos de Aznavour  (“Por culpa minha criei o vazio à minha volta”)  em Sheila é substituído, sem nenhum constrangimento, pelo sentimento  de cumplicidade (“Guardo comigo uma  espécie de cumplicidade de mim mesma com a jovem que fui, uma admiração narcísica,  um orgulho, uma nostalgia doce, uma saudade profunda”).

    Essa dialética entre culpa e cumplicidade irradiará, sutil ou explicitamente, no conjunto de textos que compõem esta coletânea.

    Para acessar o livro e assistir ao show virtual clique: http://www.sheilapaivaproducoes.com.br/

    *Graça Lima é graduada em Letras, Pós-graduada em Literatura Brasileira, Arte e Cultura Barroca Mineira e Mestre em Linguística pela UFMG. Professora de Literatura e Língua Portuguesa. Idealizadora de Feiras de Livro com projetos de incentivo à leitura e das Semanas de Língua e Literatura, das quais se originaram as Semanas Drummondianas.

     

     

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