Marco Antônio Lage lamenta a inexistência do Parque Tecnológico, da Unifei, para atrair investimentos em visita que fará aos Estados Unidos
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O prefeito Marco Antônio Lage enviou correspondência à Câmara Municipal de Itabira informando que fará visita de uma semana, no período de 13 a 18 deste mês, aos Estados Unidos.
Ele é o único prefeito convidado a integrar a comitiva de empresários e gestores da área de tecnologia e inovação, que irá a Washington, capital norte-americana, à convite da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).
“Vamos ter um encontro para apresentar as oportunidades que o Brasil dispõe de investimentos em ecossistemas e paralelamente faremos reuniões fora dessa agenda em outros centros, com investidores na área de tecnologia e crédito de carbono, quando apresentaremos as oportunidades de investimentos em Itabira”, disse o prefeito em entrevista a este portal de notícias.
Após o encontro promovido pela CNI/Fiemg, acompanhado do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Flávio Pena Medeiros, o prefeito fará contatos com outros grupos empresariais de inovação tecnológica, como o Pró-Natura, uma organização voltada para o desenvolvimento sustentável e de crédito de carbono.
Centro Tecnológico, a falta que faz
Marco Antônio Lage lamenta o fato de o campus de Itabira da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) ainda não contar com um moderno e bem-equipado Centro de Inovação Tecnológica, conforme constava de seu projeto inicial, há mais de 14 anos.
“Infelizmente, ainda não temos esse parque que seria mais um atrativo e vantagem competitiva que teríamos a apresentar aos possíveis investidores norte-americanos.”
Sem o parque tecnológico, Itabira pode estar perdendo a guerra da diversificação de sua economia, conforme salientou o professor Renato Aquino, ex-reitor da Unifei, em palestra no TEDxUnifei, realizado em 2 de setembro de 2017, organizado pelos universitários com o objetivo de disseminar boas ideias e propostas para o município, tendo como tripé a cultura, a mineração e a universidade (academia).
Para o professor Aquino, o atraso na implantação do parque tecnológico se deve a ausência de vontade política da direção da Unifei – e também da Prefeitura de Itabira, com o abandono do objetivo inicial do campus de Itabira, do qual ele foi o principal mentor.
Segundo o ex-reitor, de nada adianta construir novos prédios, conforme vem ocorrendo com atrasos no cronograma. Renato Aquino defende que, para vencer a guerra todo esforço deve ser canalizado para a instalação do Centro Tecnológico, que teria a função também de incentivar o surgimento de empresas incubadoras na área, fomentando a divrsificação econômica de Itabira.
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Negócio da China foi um retumbante fracasso
Com a visita do prefeito aos Estados Unidos, espera-se não repetir o fiasco que foi a ida de uma extensa comitiva itabirana, liderada pelo ex-prefeito Ronaldo Magalhães (2017-20), em novembro de 2018, à cidade de Changaha, na província de Hunan, da mesma forma com o objetivo de atrair capital de investidores para diversificar a economia local.
O objetivo da visita ao outro lado do mundo não foi atrair indústrias chinesas, mas para obter linha de crédito de US$ 210 milhões junto a siderúrgicas do grupo Chinalco (Aluminum Corporation of China), que teriam interesse em investir no Brasil.
O empréstimo internacional seria uma forma de antecipar receitas provenientes da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), os royalties do minério, como meio de acelerar a expansão do campus da Unifei, com a implantação do sempre adiado Parque Tecnológico.
Os recursos seriam alocados também na construção de um aeroporto de cargas. Só não disseram o que iria transportar, uma vez que minério de ferro, único produto itabirano de exportação em larga escala, é levado para os mercados internacionais pelo maior trem do mundo até o porto de Tubarão, no Espírito Santo, e depois por navios.
Deu em nada essa visita. Resultou em um malogrado negócio da China para crédulos itabiranos acreditarem em mais uma falácia para o desenvolvimento do município.