Marco Antônio Lage espera que a Vale melhore a sua imagem fazendo de Itabira um “case” mundial de sucesso
No destaque o prefeito Marco Antonio em seu gabinete com José Maciel Paiva, coordenador das negociações com a Vale
Carlos Cruz
O prefeito Marco Antônio Lage (PSB) é, sobretudo, um otimista. Ele espera fechar com a mineradora Vale, ainda neste ano, um grande pacote de projetos estruturantes para acabar, definitivamente, com a cisma da derrota incomparável com a exaustão inexorável das minas de Itabira.
Segundo o chefe do executivo itabirano, o “pacote de bondades” da Vale está sendo negociado desde o início de seu governo, com as primeiras conversas que teve com o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo.
“Ele (o presidente) entendeu e concordou que Itabira é a grande oportunidade de a Vale melhorar a sua imagem, sobretudo no exterior, criando aqui um grande ‘case’ de sucesso de cidade minerada que se reestruturou para desenvolver mesmo sem a mineração”, conta o prefeito.
Desde então, equipes da gerência da mineradora e das secretarias municipais, sob a coordenação do ainda secretário de Obras, José Maciel Duarte Paiva, vêm se reunindo para discutirem e definirem os projetos que devem ser implementados no curto, médio e longo prazo.
A expectativa é anunciar detalhes dessas negociações ainda neste semestre, quando a mineradora celebra 80 anos de fundação, por decreto de Getúlio Vargas, em 2 de junho, para explorar a jazida de hematita incrustada no pico do Cauê.
“Com as tragédias de Brumadinho e Mariana, a Vale se sente na obrigação de reverter essa imagem de vilã e para isso tem de fazer o que é preciso para demonstrar que está mesmo disposta a fazer diferente, com ações concretas”, avalia Marco Antônio.
“Em Itabira, a Vale deve partir para o financiamento de projetos imediatos, como forma de demonstrar e comprovar na prática esse novo posicionamento”, complementa o prefeito.
“A Vale pode até fazer um ‘show’ aqui em Itabira, no seu aniversário, apresentando as propostas e projetos imediatos para começar a mudar positivamente a sua imagem. E eu, como prefeito de Itabira, estou disposto a ajudá-la a criar esse ‘case’ de sucesso.”

Pressões externas
Ao considerar real essa necessidade de mudança da mineradora, Marco Antônio garante que não se trata de uma questão de fé. Segundo ele, existem dados e fatos que demonstram que a empresa se encontra compelida a mudar de postura, muito mais por pressões externas do que internas.
“A maior pressão que a Vale está sentindo hoje é do Washington Post”, acrescenta Maciel Paiva, referindo-se ao jornal norte-americano de maior influência no mundo dos negócios, notadamente entre os investidores das bolsas de valores de todo o mundo.
“É a grande a pressão do jornal para que a Vale esteja em linha com o ESG (Environmental, Social and Governance) e isso ela só vai conseguir melhorando os seus indicadores socioeconômicos e ambientais nas localidades onde está presente com as suas atividades minerárias”, acredita Paiva, que já vem coordenando as negociações da Prefeitura de Itabira com a Vale.
Esse engajamento das empresas globais com as práticas do ESG é usado para melhorar os seus indicadores ambiental, social e de governança. “O acionista analisa a empresa pelo ESG antes de investir o seu capital.”
Os indicadores do ESG foram definidos por 20 instituições financeiras de nove países, incluindo o Brasil, com base em diretrizes e recomendações sobre como incluir “questões ambientais, sociais e de governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas relacionadas ao tema.”
Marco Antônio acredita piamente que esse alinhamento com o ESG passa por Itabira – e é imprescindível para a Vale dar um salto positivo em sua imagem internacional.
“O presidente Eduardo Bartolomeo me disse: ‘eu quero colocar a Vale no índice Down Jones de Sustentabilidade. Eu respondi que ele tem essa chance tornando Itabira um ‘case’ de sucesso”, conta o prefeito.
“É mais um motivo para apostar na cogestão desses projetos que precisamos urgentemente para Itabira em parceria com a Vale. Esperamos que ela invista em Itabira muito mais do que está previsto na legislação, antes que seja tarde.”
Daí que não se tem tempo mais a perder, afirma o prefeito. É como se o futuro fosse hoje e já começa tarde. “Não podemos esperar mais, precisamos agir agora, com a empresa patrocinando projetos estruturantes de curto prazo até mesmo para sinalizar que a mudança não é só no discurso. Se não for agora, podemos não ter tempo suficiente para reagir e colocar Itabira em um novo patamar antes do fim do minério”, afirma Marco Antônio Lage.

Festa de aniversário
“Se a Vale quiser fazer festa em seu aniversário para anunciar as parcerias que pretende fazer com Itabira, vai ser ótimo. Podemos ajudar a montar o palanque”, diz o prefeito, que enumera alguns projetos culturais que serão patrocinados pela mineradora neste ano de aniversário: Mimo Festival, Flitabira, festival de jazz, projeto de cultura nas escolas.
“Os projetos culturais estão sendo negociados entre a Fundação Carlos Drummond de Andrade e o Instituto Cultural Vale. Devemos ter uns seis festivais de grande vulto em Itabira neste ano”, adianta o prefeito, bastante otimista com a reviravolta cultural que espera acontecer no município nos próximos anos.
Há 22 anos,no Governo Jackson Alberto de Pinho Tavares(PT),em parceria com a Vale S.A. montaram as Condicionantes,com 52 prioridades para Itabira,pouquíssimas foram realizadas,dizem que algumas foram negociadas por obras e outras benfeitorias (SIC),acho que a PMI deveria cobrar mais e deixar de ser subserviente.
O presidente da mineradora, fala em língua estrangeira, o que é um mal-mau sinal. Já o prefeito é uma pessoa de perspectivas positivas (basta ver o sorriso dele) conquistou o povo, e, é capaz de voltar atrás quando o povo exige. Mas acho que ele devia ficar cabreiro porque a Vale SA nao e confiável, é uma destruidora da VIDA na Terra.
Quando eu for ditadura de Itabira, vou formar um bando com os indígenas do rio Doce e nordestinos e nortistas pra invadir as minas. Cortar o serviço de comunicação, prender os diretores e depois destruir as máquinas. Só uma mulher seria capaz de prestar esse grande serviço à Terra.