Marcha na Argentina relembra 46º aniversário do golpe militar, cívico e eclesiástico. Ditadura nunca mais

Rafael Jasovich*

Argentinos voltaram a marchar até a Plaza de Mayo para protestar no aniversário de 46 anos do golpe de Estado que instaurou uma ditadura militar na Argentina, responsável por dezenas de milhares de desaparecimentos, exílios e execuções em centros clandestinos.

Com o grito de “30.000 detidos-desaparecidos! Presente!”, Taty Almeida, da organização humanitária Madres de Plaza de Mayo-Línea Fundadora, encerrou o ato, após alertar que “não vamos permitir que a democracia seja prejudicada. Desde que foi recuperada (em 1983) esta cidade cuidará dela para sempre”.

Os manifestantes exigiram “memória, verdade e justiça”. Essas três palavras foram repetidas em inúmeras máscaras, enquanto outras tinham “Há 30.000” e “Nunca mais” escritos nelas.

Algumas integrantes das Mães e Avós da Plaza de Mayo, todas com mais de 90 anos, acompanharam a marcha de um ônibus, enquanto uma enorme faixa de mais de 200 metros com fotos dos rostos dos desaparecidos era carregada por parentes.

“A ditadura foi impiedosa porque tinha medo do pensamento”, disse Fernández. “Todos sabemos que houve uma ditadura que perseguiu, matou, assassinou, condenou ao exílio, fez a Argentina desaparecer como nenhum outro governo jamais fez”, acrescentou.

Ao seu lado, estava toda a seleção de futebol argentina, com seu craque Lionel Messi, que posou com uma grande faixa onde se lê “Mais memória, mais verdade e mais justiça”, publicada nas redes sociais.

É assim que povo que tem memória constrói sua história.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, ativista da Anistia Internacional.

 

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