Maestro estreia na Netflix com maestria encantadora ao contar a história de Leonard Bernstein e Felícia Montealegre

Foto: Divulgação/
Netflix

Daniel Cruz Fonseca*

Estreou na Netflix o belíssimo filme Maestro, dirigido e atuado por Bradley Cooper, que conta a história de Leonard Bernstein e sua mulher Felicia Montealegre.

O filme é inspirado em fatos reais. Bernstein é um dos maestros mais aclamados nos EUA e responsável por musicar peças como Amor, sublime amor e filmes como Sindicato dos ladrões, enquanto Felicia foi uma atriz de sucesso em seu tempo.

Após ser indicado em três prêmios no Globo de Ouro, esse filme já havia ganhado minha curiosidade. Porém, bastou cinco minutos assistindo para ter certeza de que viria uma obra incrível. Não me frustrei. A película é realmente estonteante.

A performance de Bradley Cooper está magnífica e não me surpreenderia se levar o Oscar de melhor ator. Carey Mulligan também entrega uma performance completa, principalmente nos momentos mais frágeis da personagem.

A sensibilidade nos diálogos, com algumas repetições típicas de espaços lotados e outros silêncios de conflitos de uma maestria encantadora. Destaco as cenas no minuto 52 e na 1h14.

A fotografia é o ápice do filme, qualquer cena pode ser impressa e emoldurada. O uso do preto e branco na juventude do casal é charmoso como no filme polonês Guerra fria, aula de arte.

A edição de som capta perfeitamente os momentos em que há uma orquestra.

Porém, se é que dá pra criticar, o filme escolhe fazer um recorte de determinados momentos do casal e isso acelera algumas narrativas.

Para o espectador mais desatento pode perder-se na passagem de tempo. Isso não me incomodou, mas como gostei tanto, preferiria se o filme se estendesse mais nesses detalhes.

Quanto ao lado tóxico da personalidade de Leonard com festas, drogas, o filme não aprofunda tanto quanto poderia. Assim como na sua questão como pessoa bissexual que é mostrada sempre de forma velada.

Bernstein mesmo se admite como uma pessoa de várias personalidades, mas o filme tem receio de explorar essas variações do mesmo.

Temo ainda, que da forma que o personagem é retratado como alguém não monogâmico tenha ficado tão rasa que cause confusão disso com sua bissexualidade, coisas que por óbvio são completamente distintas.

Ainda assim, vale muito a pena. Nota 9.

*Daniel Cruz Fonseca é advogado, mestre em Direito nas relações econômicas e sociais, crítico de arte e cinéfilo, escritor e poeta, autor dos livros “Nuvens Reais” e “Alma Riscada”.

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1 Comentário

  1. muito interessante a Netflix ainda disponibilizar um documentário ou filme que trata de um judeu, pois andam limitando as disponibilidades gerais
    deve ser por conta do curriculum vitae inigualável dele

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