Lula celebra a democracia na Argentina e agradece solidariedade enquanto esteve preso

O ex-presidente discursa em Buenos Aires (Foto: Ricardo Stuckert)

Rafael Jasovich*

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e sua vice, Cristina Kirchner, ambos peronistas, compartilharam na noite de sexta-feira (10), na Plaza de Mayo, um ato político em comemoração aos 38 anos de democracia argentina e ao Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Em seu discurso, Lula afirmou que, a partir do ano 2000, com governos socialistas, humanistas e progressistas, a América Latina chegou a “seu melhor momento de democracia”.

Ele citou os vários líderes que governaram no período, em que as nações “expulsaram” a Alca, deram protagonismo ao Mercosul e à Celac, “com Cuba, sem os Estados Unidos e o Canadá”.

Lula lembrou Néstor e Cristina Kirchner, Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Michelle Bachelet (Chile), o próprio Mujica e o também uruguaio Tabaré Vászquez.

O ex-presidente uruguaio Pepe Mujica também participou da cerimônia e coube a ele chamar o brasileiro ao microfone, depois de ele mesmo saudar a democracia.

Segundo Mujica, o regime “não pode ser perfeito, porque nós, humanos, não somos perfeitos, mas até agora não encontramos sistema melhor”, disse, parafraseando o primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Winston Churchill.

¨Venho para agradecer a cada argentino que me prestou solidariedade”, disse Lula em Buenos Aires

Uma multidão lotou a tradicional Plaza de Mayo, em Buenos Aires, na noite de sexta-feira (10/12), para assistir ao evento de celebração dos 38 anos do retorno da democracia à Argentina.

Aplaudido pelas milhares de pessoas presentes no ato, Lula agradeceu o apoio dos argentinos no período em que esteve preso injustamente em Curitiba. Ele fez um reconhecimento especial à solidariedade do presidente da Argentina, Alberto Fernández que, enquanto candidato, foi visitá-lo na prisão.

Lula reafirmou seu apreço pelo país vizinho. Lembrou que, em seu primeiro mandato escolheu a Argentina como primeiro país a visitar, como gesto de que trabalharia pela integração regional. Agora, é o último país que ele visita no ano de 2021 para agradecer a solidariedade e apoio dos vizinhos.

“Venho para agradecer do fundo do coração a cada homem e a cada mulher da Argentina que prestaram solidariedade a mim, quando eu fui preso no Brasil. A mesma perseguição que me colocou em cárcere, é a mesma perseguição que a companheira Cristina foi e é vítima”, disse Lula.

Lula também agradeceu “a cada sindicato, a cada estudante, a cada companheiro dos partidos políticos, a cada deputado e senador que prestou solidariedade, que foi para a rua fazer manifestação”.

*Rafael Jasovich é jornalista e a advogado, membro da Anistia Internacional.

 

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