Lições do Katrina: tragédia no RS exige repensar Defesa Civil
Centro histórico de Porto Alegre alagado
Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil
As inundações no Rio Grande do Sul expõem a necessidade de um novo modelo de resposta a desastres climáticos.
Inspirados pelo Katrina, defendemos a criação de um grupo multidisciplinar com o terceiro setor para ações imediatas e eficazes, além de um mapa de risco estratégico para prevenir perdas humanas e materiais.
Por Evandro Soares
EcoDebate – Em 2005, um fenômeno climático denominado furacão Katrina devastou a cidade de Nova Orleans (estado de Louisiana), nos Estados Unidos, deixando 80% da cidade submersa e resultando em cerca de 600 mortos.
O sistema de diques construído para evitar as inundações falhou, levando à desordem generalizada, com fugas massivas e ondas de assaltos e violência. Houve um atraso burocrático de quatro dias, resultando em uma demora significativa na entrega de ajuda aos bairros atingidos.
Todavia, em meio ao caos, o terceiro setor fez a grande diferença no atendimento das demandas existentes ao criar uma extensa rede de solidariedade.
Ao compartilhar a experiência norte-americana diante dessa tragédia, o que podemos aprender é que devemos repensar uma melhor resposta aos fenômenos climáticos, que estão se tornando cada vez mais hostis. Passamos a discorrer sobre a tragédia que assolou o Rio Grande do Sul.
Devemos ter em mente que os recursos (humanos e materiais) da Defesa Civil em qualquer estado brasileiro são voltados para atendimentos emergenciais e pontuais, e não para tragédias de significativa extensão territorial e populacional, como a que presenciamos nesse estado.
Situações como essa, ocorrida no Sul, em que há um desconhecimento da extensão da gravidade, levam à pulverização desses parcos recursos, o que gera uma sensação no imaginário popular de que o Estado não foi capaz de dar uma resposta adequada ao problema.
Além disso, outro ponto a considerar é a necessidade de que meios federais e de outros estados possam ser reunidos, deslocados e empregados nas áreas de maior necessidade. Todavia, esse procedimento demanda tempo e ação legislativa, o que pode levar ao agravamento de perdas humanas e materiais.
Nesse sentido, foi primordial e essencial o apoio do terceiro setor, que não tem amarras burocráticas nem deficiências de meios. Pessoas físicas e jurídicas, em curto espaço de tempo (questão de poucas horas), conseguiram reunir voluntários, alimentos, roupas, barcos, meios aéreos e foram para as áreas atingidas para socorrer, abrigar e alimentar os atingidos por essa catástrofe à medida que aumentava a presença estatal.
Assim, em apertada síntese, é preciso aprender e repensar sobre essa tragédia climática para que a resposta seja imediata e efetiva. Parafraseando o ex-primeiro-ministro francês que disse: “A guerra é uma coisa demasiadamente grave para ser confiada aos militares”, não podemos relegar o encargo da Defesa Civil somente ao Estado.
Há a necessidade de criação de um grupo multidisciplinar com participação efetiva do terceiro setor e, por que não dizer, de outros entes não estatais, para viabilizar um pronto atendimento em situações de catástrofes de expressivas dimensões.
A título de exemplo, a elaboração de um mapa de risco estratégico com identificação de áreas sujeitas a catástrofes e o reposicionamento de meios para o rápido atendimento poderá evitar a perda de vidas e, provavelmente, diminuir as perdas materiais.
Por fim, reportando ao furacão Katrina, com igual aplicação ao ocorrido no Rio Grande do Sul, trago à memória as palavras de William Stoudt, adolescente voluntário em 2005, que se tornou diretor de uma ONG que trabalha para reconstruir casas: “É realmente importante que nos ajudemos uns aos outros. Esta foi uma das grandes lições aprendidas com o Katrina, foi o que trouxe Nova Orleans de volta”, destaca.
*Evandro Soares é professor da Faculdade Presbiteriana Mackenzie e coordenador do Laboratório de Prática Jurídica
É de tirar lições mesmo com o Katrina, considerando que lá na Louisiana é terra baixa, fica abaixo do nível do mar e poderia ter sido muito mais pior do que aconteceu se os diques não funcionassem.
Ademais, nem os governos federal, estadual e municipais de lá ficaram fazendo propagandas e narrativas parvas ao invés de resolver logo a questão do atendimento geral, ao contrário do que aconteceu aqui no Rio Grande Sul.
É obrigação dos governos fazer, resolver esses tipos de problemas imediatamente e não cabe ficar fazendo propaganda e as tais narrativas de que fizeram em cima da obrigação a qual foram eleitos e os funcionários públicos contratados.
Quanto à tal da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, passado o problema, deveriam todos primeiramente pedir desculpas aos sofridos cidadãos e depois pedirem demissão de suas funções face a inépcia total e geral de todos que atuavam em nome dela.
E o governador não pediu demissão ainda por que?
Já os prefeitos da região metropolitana de Porto Alegre no final do ano as urnas sem direito a conferência resolve com eles.
https://www.youtube.com/watch?v=WYmXgozvSqU