Legado de Cândido Portinari é celebrado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais

No destaque, João Cândido Portinari recebe o título de cidadão honorário de Minas Gerais das mãos do deputado Tadeu Leite e da ministra Cármen Lúcia

Fotos: Alexandre Netto/
Ascom/ALMG

Evento na ALMG destacou a importância do legado de Cândido Portinari e a dedicação de seu filho em manter viva a obra e a memória do grande pintor brasileiro

Nessa segunda-feira (2), o legado do pintor Cândido Portinari foi celebrado durante a Reunião Especial de Plenário, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Durante a solenidade, o filho do artista, João Cândido Portinari, recebeu o título de cidadão honorário do Estado.

Cândido Portinari é considerado um dos maiores nomes da pintura nacional, com obras de temática social e traços expressionistas e cubistas.

Entre seus trabalhos mais importantes estão os painéis “Guerra” e “Paz”, projetados para a sede da Organização das Nações Unidas em Nova York (EUA).

O artista é responsável pelos painéis da Igreja de São Francisco, marco da arquitetura modernista localizado na Pampulha, em Belo Horizonte.

Projeto Portinari

Único filho de Cândido Portinari, João Cândido fundou, em 1979, o Projeto Portinari, dedicado a resgatar e popularizar a obra de seu pai.

O presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite (MDB), destacou a relevância desse trabalho. “No início do projeto, a obra do grande pintor estava sendo praticamente ignorada, e foi o excelente trabalho de João Cândido que ajudou a recuperá-la”, afirmou o parlamentar mineiro, que foi quem solicitou a realização da Reunião Especial.

O parlamentar também lembrou a importância do painel “Tiradentes”, que Portinari pintou para o Colégio Cataguases, projetado por Oscar Niemeyer na cidade da Zona da Mata – e que hoje pode ser visto no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Uma réplica do painel está exposta em frente ao Salão Nobre da ALMG.

Homenagens e Reconhecimento

A vida e a obra de Cândido Portinari, assim como o trabalho de seu filho João Cândido, foram ressaltados pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que esteve na solenidade.

A ministra é autora do livro “Direitos de/para todos”, que resgata a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos e tem ilustrações de Portinari.

“O retrato emocionante e engajado do povo e da alma brasileira, brotado das mãos vigorosas e dos ideais profundos expostos na obra de Cândido Portinari, alastra-se ainda agora como um cafezal fecundo de grãos de humanidade florescidos pela ação única de João Portinari”, afirmou a ministra.

“Em tempos de torpezas incompreensíveis, violências verbais e físicas sem causa ou motivo, de agressões ferozes e brutalidades antissociais, a distinta polidez de João Portinari é modelo tão raro quanto necessário.”

Selos Comemorativos
Selos foram obliterados pelo presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite, pela ministra Cármen Lúcia e por João Candido Portinari

A solenidade também marcou o lançamento de uma série de selos institucionais dos Correios, destacando quatro obras desaparecidas de Portinari: “Grupo de mulheres”, de 1937; “Namorados”, de 1940; “Baiana com crianças”, de 1940; e “Lampião e Maria Bonita”, de 1947.

A obliteração dos selos foi feita pelo presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite, pela ministra Cármen Lúcia e por João Candido Portinari.

Agradecimento e Memórias

João Cândido Portinari agradeceu a homenagem e disse que Minas Gerais ocupa um lugar especial em seu coração. Ele lembrou a exposição dos painéis “Guerra” e “Paz” em Belo Horizonte em 2013.

As duas obras, com 14 metros de altura e pesando duas toneladas, foram expostas no Cine Theatro Brasil, com grande sucesso de público. “Como esquecer a alegria e o encantamento das crianças que visitaram a exposição?”, rememorou.

Para relembrar a temática social do trabalho de Portinari, João Cândido exibiu versos do poema “A mão”, que Carlos Drummond de Andrade dedicou ao pintor no dia de sua morte: 6 de fevereiro de 1962.

“Entre o cafezal e o sonho, o garoto pinta uma estrela dourada na parede da capela, e nada mais resiste à mão pintora. A mão cresce e pinta o que não é para ser pintado, mas sofrido”, escreveu o poeta itabirano em homenagem ao amigo, que morreu vítima de intoxicação por chumbo, metal presente nas tintas que utilizava para pintar.

*Com informações da assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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