Itabira retorna à onda vermelha, mas decisão de fechar ou não o comércio fica para o novo prefeito Marco Antônio Lage

Por decisão do Comitê Extraordinário Covid-19, que monitora o cumprimento do que dispõe o programa Minas Consciente, a partir deste sábado (2), Itabira regressa para a onda vermelha juntamente com outros 100 municípios do Centro e Oeste do estado.

Já a decisão de fechar ou não o comércio não essencial na próxima semana em Itabira é do novo prefeito Marco Antônio Lage (PSB). Isso porque continua em vigor o decreto baixado pelo ainda prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) no dia 12, quando o município ingressou pela primeira vez na onda vermelha, mantendo-se aberto o comércio não essencial “para não prejudicar as vendas de Natal”.

Pelo programa Minas Consciente, todos os serviços e comércio considerados não essenciais devem ser fechados. Mas o município tem autonomia para decidir quais as medidas restritivas devem ser observadas, sendo que em Itabira pouco tem mudado com as sucessivas mudanças de onda.

Por acordo entre a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e o sindicato do Comércio, somente o setor alimentício vai funcionar no sábado (2), assim como no domingo. Já para segunda-feira aguarda-se a decisão do novo prefeito.

Painel de Monitoramento da Covid-19 em Itabira mostra ascensão da pandemia no município (Fontes: SMS/PMI)

Ascensão

O que levou Itabira, e também a região, a voltar para onda vermelha, de acordo com o programa Minas Consciente, foi o elevado número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (Sars-Covid-2).

De acordo com o Painel de Monitoramento Covid-19, Itabira já registra mais de 5.6 mil casos confirmados, além de mais de 4,4 mil casos suspeitos.

Há, ainda, 468 pessoas testadas positivas para a doença em isolamento domiciliar. A projeção é que mais de 6 mil pessoas podem ser contaminadas pelo vírus no município nos próximos 14 dias.

Já são 43 óbitos decorrentes de complicações pela Covid-19 em Itabira.  E 25 pacientes seguem internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos dois hospitais (HMCC e HNSD), fora os que são atendidos por convênios e particulares.

Isso além de 37 pacientes que estão em atendimento nas enfermarias, também testados positivos para a doença. As taxas de ocupação, respectivamente, são de 44% e 32%.  Há ainda os pacientes que estão em tratamento domiciliar. Saiba mais aqui.

Aglomerações

Mesmo com todos esses preocupantes indicadores, a cidade permanece com as pessoas nas ruas e aglomerações têm ocorrido também em festas particulares, como se a pandemia já fosse página virada na história.

Infelizmente ainda é triste realidade que assusta e mata. A página virada só deve ocorrer, com segurança, depois que a maioria da população estiver imunizada com vacinas seguras e com eficácia comprovada.

De acordo com o Minas Consciente, na onda vermelha o comércio não essencial deve ser fechado enquanto persistir as condições que levaram ao retrocesso.

Sem isso, com o povo se infectando nas ruas, a pressão sobre a rede de atendimento hospitalar em Itabira tende a crescer, com o agravo de se ter profissionais de saúde já estressados e cansados com o atendimento intensivo.

A taxa de isolamento social no município está 34%, quando o ideal seria ficar acima de 50%. E o ritmo de transmissão está em 1.03. Isso significa que para cada grupo de 100 pessoas infectadas podem contaminar mais 103 indivíduos no município.

Há ainda o risco de a situação se agravar com as festas de fim de ano, quando ocorrem aglomerações em celebrações particulares, principalmente. Além disso, com o tempo aberto e sol forte, é grande o apelo para um refrescante banho na cachoeira. Povoados e distritos podem ficar cheios no feriado prolongado.

Barreiras sanitárias e controle de acesso a esses lugares precisam ser organizados. É o que tem feito o município de Itambé do Mato Dentro, que só vai permitir o ingresso de quem tem comprovante de reservas em pousadas e ou alugado casas para passar a virada de ano.

O número de pessoas nessas confraternizações também precisa ser limitado. Mas como a fiscalização é frágil, ou mesmo inexistente, todo cidadão precisa ter a consciência que nesse momento, mais do que nunca, a vale a máxima de “cada um por todos e todos por um.”

Sem isso, as consequências serão mais mortes, além do risco de advirem sequelas com a doença, muitas ainda desconhecidas, e de graves consequências para a saúde.

Disseminação

Em Minas Gerais o vírus está grassando por todas as regiões, assim como no país e no mundo. A nova variante do coronavírus já chegou ao país e a Covid-19 não dá sinais de cansaço ou de enfraquecimento. Ao contrário, tem-se se revelado mais contagiante, embora se mostre, até aqui, menos letal.

Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), em um intervalo de 24 horas, em Minas Gerais foram diagnosticados 6.865 novos casos de pacientes com a Covid-19 no estado.

E o mais grave: nas últimas horas 118 pessoas morreram em Minas por complicações decorrentes da Covid-19, sendo que duas mortes foram registradas em Itabira.

No total, em Minas Gerais, o registro é de 542.909 pessoas contaminadas pelo vírus, sendo que 11.902 pessoas já morreram no estado, vitimadas por agravos provocados pelo novo coronavírus.

A boa notícia, embora não sirva de alento e nem para o relaxamento, é que 491.437 mineiros já se recuperaram da doença.

Cartilha da Fiocruz recomenda muita cautela nas festas de fim de ano

Para preservar a saúde e a vida da população, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresenta uma série de medidas já conhecidas – e que há muito deveriam ter sido incorporadas à necessária cultura de prevenção mútua e coletiva da população.

Uma das recomendações é dirigida aos jovens, que são preponderantes entre as pessoas já testadas positivas e mesmo entre os não sintomáticos.

Esses jovens, com poucas exceções, saem de casa e aglomeram como se não existisse pandemia, levando o vírus para casa e ou para os locais de trabalho, o que acaba contaminando mais pessoas:

“Se você faz parte ou mora com alguém que faz parte do grupo de risco para casos graves de Covid-19 (portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica em estágio avançado, imunodepressão provocada pelo tratamento de doenças autoimunes, como lúpus ou câncer, pessoas acima de 60 anos de idade, fumantes, gestantes, mulheres em resguardo e crianças menores e 5 anos), proteja-se e proteja sua família. Fique em casa e celebre apenas com as pessoas que já moram com você.”

 

 

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