Aumento de casos positivos teve maior peso para Itabira entrar na onda vermelha, diz secretária de Saúde
Nos próximos 14 dias, a projeção é que mais de 5 mil pessoas podem ser infectadas em Itabira pelo novo coronavírus
“As normas do Minas Consciente foram alteradas, permitindo aos prefeitos que façam a flexibilização das medidas restritivas. As decisões tomadas pelo prefeito de Itabira foram pautadas pelo programa”, assegura Rosana Linhares, secretária municipal de Saúde.
Segundo ela, o programa tem por objetivo regulamentar e controlar a abertura da economia, mas é preciso também que as pessoas adotem com rigor as medidas de enfrentamento à pandemia, que são coletivas e de proteção mútua.
“O ingresso de Itabira na onda vermelha não foi devido à taxa de ocupação de leitos hospitalar, mas pelo aumento do número de casos, que cresceu mais de 40% nos últimos dez dias”, afirma.
Rosana Linhares acentua que o comportamento individual e coletivo é imprescindível para se ter o controle e um eficaz enfrentamento à pandemia.
Festinhas
“As festas particulares, assim como a campanha eleitoral, foram os grandes responsáveis pelo aumento dos casos positivos, mais até que o fluxo de pessoas no comércio e nas filas dos bancos”, avalia.
De acordo com ela, assim como ocorreu no início da pandemia, as classes rica e média têm sido as principais responsáveis por essa forte disseminação.
“Tanto que os hospitais particulares em Belo Horizonte estão cheios de pacientes com Covid-19. A área suplementar (atendida pelos planos de saúde) está com restrição de atendimento e isso se deve às aglomerações nas festinhas particulares em sítios, fazendas e nas residências”, critica.
Em Itabira não tem sido diferente, diz ela. E o reflexo tem sido uma maior ocupação de leitos de UTIs por pacientes particulares e da área suplementar.
E a situação tende agravar. Para os próximos 14 dias, a projeção é que mais de 5 mil pessoas podem ser infectadas em Itabira pelo novo coronavírus.
Acompanhe aqui o Painel de Monitoramento Covid-19, com dados e índices do novo coronavírus em Itabira.
Riscos de colapso
Embora a secretária de Saúde não admita que há, hoje, risco de colapso iminente do serviço de saúde no município, ela não descarta que isso possa ocorrer mais para frente.
“Se o ritmo de disseminação continuar acelerado, isso pode acontecer em pouco tempo”, admite, mesmo tendo sido ampliada a rede de atendimento a partir de março.
O grau de risco desse colapso no município já atingiu 20 pontos, em uma escala que vai de zero a 32.
“Vamos ter, a partir de amanhã, a primeira semana na onda vermelha, quando será observado o ritmo de transmissão do vírus. O que virá depois, vai depender do comportamento da população”, diz a secretária.
Ela vê com preocupação a aceleração do ritmo de transmissão da doença, que está em 1.20. Acima de 1.0 já é motivo de preocupação. “Foi o que mais pesou para Itabira ingressar na onda vermelha.”