“Itabira está na onda amarela, e não na vermelha, mas se regredir, fechamos o comércio não essencial”, avisa Marco Antônio
Embora faça parte da macrorregião Central, que inclui Belo Horizonte e as cidades conurbadas, e que está na onda vermelha, a microrregião de Itabira ainda se encontra na onda amarela, assegurou o prefeito Marco Antônio Lage (PSB), em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (4), realizada após a posse de seu secretariado.
Mas isso não significa que Itabira e os outros 12 municípios que integram a microrregião não estejam em sinal de alerta com o avanço da pandemia. A situação de emergência em saúde permanece a mesma desde o início da pandemia. É o que se constata com o aumento vertiginoso do número de pessoas infectadas com o novo coronavírus (Sars-Cov2) nos últimos dias.
Já são mais de 5,6 mil casos confirmados, fora as subnotificações, além de 46 óbitos. Segundo o prefeito, Itabira só não está na onda vermelha devido à baixa taxa de ocupação de leitos nos hospitais Nossa Senhora das Dores (HNSD) e no municipal Carlos Chagas (HMCC).
Conforme adiantou a secretária municipal de Saúde, Eliana Horta, de acordo com o boletim epidemiológico a ser divulgado nesta segunda-feira, são 36% de ocupação de leitos de UTI e 22% de leitos de enfermaria nos dois hospitais para atender pessoas infectadas pela Covid-19.
“Quando se fala que Itabira está na onda amarela, que é uma situação relativamente confortável, isso é devido à essa disponibilidade de leitos. Mas não podemos esquecer que a tendência é de alta nos próximos dias”, alertou a médica infectologista Andrea Cabral.
De acordo com ela, é preciso que a taxa de transmissão da doença (RT) caia para menos de 1. “Isso significa que para cada grupo de 100 pessoas infectadas, a doença será transmitida para menos de 100 novos moradores”, explicou.
Riscos iminentes
“Por estar na onda amarela, isso não significa que vamos relaxar nas medidas de contenção da pandemia”, avisou Marco Antônio, que vai reforçar as equipes de enfrentamento à Covid-19, assim como mandará intensificar a fiscalização na cidade.
“Vamos montar barreiras sanitárias nas entradas de Itabira”, adiantou. Isso para que se impeça a entrada de pessoas de fora com sintomas da doença – e também para monitorar os residentes na cidade que apresentem sinais característicos da Covid-19. A medida é imprescindível, principalmente com o grande fluxo de trabalhadores terceirizados da mineradora Vale.
Outra preocupação é com as aglomerações no transporte coletivo. Segundo o prefeito, já foi solicitado à Transita estudo para aumentar o número de ônibus circulando na cidade para que não se tenha aglomeração nos coletivos e também nos pontos de embarque.
Preocupa também as filas nos bancos e em casas lotéricas. São dois pontos de aglomeração que são graves fatores de disseminação do vírus. “Temos que encontrar uma solução para que a população seja atendida sem aglomerações e assim diminuir a disseminação do vírus.”
Não vamos “dourar a pílula” se Itabira regredir para a onda vermelha, assegurou o prefeito
Pelo programa Minas Consciente, na próxima quinta-feira os parâmetros da pandemia em todo o estado será reavaliado.
Com os eventos de fim de ano, quando ocorreram aglomerações em festas particulares – e também pelo fato de moradores da cidade terem viajado para outras localidades com situação epidêmica mais grave, é grande a possibilidade de a pandemia se agravar ainda mais no município.
“Se Itabira regressar para a onda vermelha, vamos baixar decreto determinando o fechamento de todo o comércio não essencial. Não vamos ‘dourar a pílula’, mesmo que isso prejudique ainda mais os comerciantes”, assegurou o prefeito.
Daí que ele pede o apoio dos moradores e do comércio para que o município possa conter o avanço da pandemia e mudar o quadro epidemiológico, que é preocupante. Isso independentemente de quais ondas esteja, pois essas são parâmetros que regulamentam apenas o funcionamento das atividades econômicas.
Nos próximos dias a Prefeitura vai lançar uma campanha de esclarecimento da população. O pedido é para que todos se protejam e ajudem a proteger quem está próximo.
“Se todos tiverem essa consciência, vamos reduzir bastante a possibilidade real de retorno à onda vermelha. Não é possível que muitos continuem agindo como se nada estivesse acontecendo. Estamos vivendo em meio a uma pandemia que está acelerando.”
Missão possível
O desafio, disse o prefeito, é manter o município e a região na onda amarela no mês de janeiro, sem regresso para a onda vermelha. E trabalhar para avançar para a onda verde, o que não ocorre desde setembro. “Só assim será possível avançar para a onda verde antes mesmo da chegada da vacina.”
De acordo com a previsão do prefeito, a possibilidade de se ter um imunizante, pelo menos para atender à população de maior risco, só deve ocorrer em fevereiro/março.
“Temos a missão, enquanto cidadãos, de alcançar a onda verde antes da chegada da vacina”, propôs. Para isso, Lage espera contar com a participação da população itabirana, sobretudo dos jovens, que são os que mais têm saído de casa – e que colocam em risco a saúde e a vida das pessoas mais vulneráveis em casa e nos locais de trabalho.
Campanha regional
Marco Antônio Lage disse que tem conversado com os prefeitos da microrregião de Itabira, para que também desenvolvam campanhas de esclarecimentos, assim como para que montem barreiras sanitárias nas entradas dessas cidades.
Itambé já tem feito isso desde o início da pandemia, exemplo que deve ser seguido por todos os municípios da região.
As cidades de interior são violentamente conservadoras e não toleram a defesa da vida. Está dando tudo errado nas cidades do interior.