Iraque e Afeganistão na legenda do caos

Combatentes do grupo Taleban ocupam palácio presidencial em Cabul, capital do Afeganistão (Foto: Al Jazera/Reprodução)

Veladimir Romano*

Mais de 20 anos depois, muita destruição, enganos e bizarrias coletivas arruinaram a nação do Iraque e a ancestral pátria dos afegani.

Muitos negócios escusos, crescente e desordenada ordem corrupta imposta numa luta de interesses internos e de grupo, foram arruinando tanto o Iraque como afunilando mais ainda estas duas sociedades onde o Iraque,levando vantagens históricas e sociais, poderia haver sido ponto equilibrado a tanto desperdício de vida humana, economia, infraestruturas e bens materiais muito difíceis de recuperação.

O Paquistão nunca será país de intervenção equilibrada pelo tanto que joga em aproveitamento financeiro, igualmente endêmica corrupção e muita falsidade: a guerra do Afeganistão caminha em destruição faz 43 anos e ninguém consegue parar tamanha loucura tribal, encontrando bom acolhimento em território paquistanês onde aliás, Osama bin-Laden criou suas bases.

As invenções maquinadas, preparadas pelos dominantes estrategistas, certamente alimentaram e bem, algumas das maiores fortunas mundiais, interesses que dominam todas as estruturas e decisões perigosas capazes de detonarem fogo na base das leis onde preparar o caos é vital para essa alimentação financeira montada em conflitos, seja o armamento, restante matéria nos primários ou principais negócios.

Esclarecimentos financeiros dentro dos custos desses conflitos, só no Iraque, nos primeiros cinco anos, o custo chegou aos 600 bilhões de dólares, segundo o próprio Pentágono.

O premiado Nobel e economista Joseph Stiglitz, ensinou que, gastando 10 bilhões anualmente, a guerra atingiu perto dos quatro trilhões… números inacreditáveis que nunca serão gastos pelo bem da saúde, processos pedagógicos ou outros programas de favorecimento social.

Nessa guerra não faltaram ingleses que também enterraram 7 bilhões de dólares desde 2006, não esquecendo o custo humano com quase 180 mil civis mortos, mais de sete mil feridos com 64% dos militares igualmente gravemente feridos e muitos que jamais voltaram. Ao longo das três sucessivas guerras do Golfo, 44 jornalistas de várias nacionalidades também perderam a vida.

No Afeganistão, pelas informações do Pentágono, a lista de custos quer humano e financeiro, não deixa de assustar o mais corajoso e otimista.

Só num ano, 45 bilhões de dólares foram gastos, incluindo 13 desses bilhões como investimento na preparação das tropas locais, exército de 55 mil homens e a maioria sem salário.

Se compreende que a motivação tribal sendo maior, mesmo com números inferiores [22 mil fundamentalistas] e material inadequado, acabam ganhando a parada.

De pouco serviu ao povo, para a economia do país levantar, os EUA aplicarem 780 milhões de dólares, porém, na logística afegani, dos primeiros 26 bilhões de dólares.

Fica por entender do por quê tal investimento depois de 530 bilhões num país que vive enterrado em miséria depois duma guerra de 20 anos em que morreram 2.448 soldados, com 20 mil feridos graves, 66 mil policiais e tropas afegãs, 1.144 tropas da OTAN/NATO, 47.245 civis, mais 444 voluntários e 72 jornalistas… Trata-se de uma pesada herança derrotista.

Rude ao pagante norte-americano ficará a conta em que 92% colabora, quando ambos presidentes pai e filho da era George W. Bush, garantiram uma baixa de impostos e taxas aos mais ricos, em 8%.

Os demais restantes contribuintes pagarão [aqueles que vivem do seu trabalho] até 2030/50 para sustentar bizarra dívida com juros.

Tudo soma 925 bilhões de dólares, informa a Universidade Brown de Providence [das mais credíveis, fundada em 1764 no Estado do Rhode Island]. Com mais de 2 trilhões de gastos desta guerra, mais de 100 mil soldados continuam em alerta na região do Golfo.

Para quem analisa tanto dinheiro gasto no investimento militar, não atinge na compreensão generalizada como foi que o Afeganistão alimentou cifras.

E continua tendo as mais negativas duma indesejada mortalidade infantil onde igualmente números da iliteracia continuam altos.

Sofrem mais nessas ocasiões os países praticantes do islamismo, além das mulheres, que são totalmente marginalizadas.

Com expectativas de vida tão diminutas, todas as perguntas deveriam encaminhar com explicações pelos trilhões empatados com quanta ferocidade, quem verdadeiramente esses p de recursos favoreceu?

Meu avô materno, homem do mundo [Agostinho Miguel dos Santos], participante na Segunda Guerra Mundial, já dizia que dinheiro, não é vapor de água e a algum lado ele vai parar.

Resta realmente saber a quem interessou tanto caos, sofrimento, destruição e trilhões investidos desordenamente, sem que trouxesse resultados praticos que levassem à paz.

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano

 

 

 

 

 

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1 Comentário

  1. Ali a guerra é infinda, os talibãs tomaram o poder agora mas a coisa não acaba aí.
    São tribais, uma tribo não tem o hábito de tolerar muito bem a outra e assim vão levando a vida…

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