Inteligência Artificial pode ser um instrumento importante para um atendimento mais humanizado em saúde 

Foto: Divulgação/
Sinerji

Menor tempo de atendimento, gentileza e ser um bom ouvinte. Essas são algumas ações que compõem o atendimento humanizado – uma abordagem fundamental na área de saúde, baseada na valorização dos relacionamentos interpessoais de qualidade.

Através dele, o paciente tende a se sentir mais respeitado e acolhido, algo que pode ajudar para sua plena recuperação. Nesse contexto, uma tecnologia como a inteligência artificial é capaz de desempenhar um papel importante, tornando-se uma ferramenta que pode auxiliar no aprimoramento do atendimento e proporcionar uma experiência mais positiva no consultório médico.

Não é novidade: a receptividade e acolhimento são usualmente relatados como essenciais quando se fala de cuidados em saúde, e algumas pesquisas já relataram tal fato.

Uma delas atestou que 85% dos pacientes optam pela compaixão em vez de preço ao escolher um médico; em outra, quase três quartos dos entrevistados afirmaram que tinham se consultado com médicos que não eram compassivos.

“A transformação digital surge como uma aliada nesse contexto. Com ela, é possível otimizar e qualificar a assistência oferecida ao paciente, conferindo ao cuidado mais empatia e sensibilidade”, acredita o professor da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador na área de inovação tecnológica aplicada à saúde, Paulo Henrique de Souza Bermejo.

Conforme o especialista, uma das maneiras pelas quais a inteligência artificial pode colaborar é oportunizando, em tempo hábil, dados úteis sobre a saúde dos pacientes.

“Prontuários eletrônicos e sistemas de gestão hospitalar permitem que os profissionais tenham acesso aos históricos médicos dos pacientes, refletindo em um atendimento mais personalizado, além de rápido e bem informado”, relaciona.

Outro quesito enfocado pelo docente é a comunicação, tendo em vista que médicos são conhecidos por usarem uma linguagem de difícil compreensão, por vezes técnica e complexa demais e, em uma medicina humanizada, a interação é um dos fatores mais valorizados.

“A inteligência artificial pode auxiliar para que recomendações médicas sejam explicadas de maneira mais clara, comunicando diagnósticos e planos de tratamento de um jeito mais eficaz aos pacientes”, acrescenta.

O uso do aparato tecnológico oportuniza, ainda, uma maior precisão nos diagnósticos, permitindo iniciar as intervenções imediatamente, se for o caso, e disponibiliza informações do prontuário e resultados de exames on-line, assim como outros esclarecimentos relevantes, o que também favorece esse tipo de atendimento.

“A automatização das tarefas evita a sobrecarga dos trabalhadores, deixando-os com mais tempo livre, de modo a fornecer um atendimento diferenciado ao paciente, sempre focado no aspecto humano.”

Para o professor, não se pode esquecer que a computação é apenas um instrumento e que essas ferramentas são desenvolvidas por pessoas, para melhorar a vida das pessoas.

“Embora a tecnologia possa, por exemplo, trazer recomendações e diagnósticos baseados em dados, ela não tem capacidade de empatia, compaixão, calor humano. Um equilíbrio deve ser alcançado entre utilizar a IA e garantir que os profissionais de saúde mantenham um papel central para o acolhimento”, recomenda o professor da UnB.

 

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