Indústria têxtil Alphaville polui o rio de Peixe com vazamento de tinta abaixo da ETE Laboreaux

Foto: Carlos Cruz

Em mais uma ocorrência, que ainda está sendo investigada pelas polícias civil e Ambiental Militar, como também por técnicos do Saae e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Indústria Têxtil Alphaville, instalada na rua Cromita, 196, no Distrito Industrial de Itabira, poluiu com uma tinta vermelha o rio de Peixe, afluente do Piracicaba e Doce.

Nesta quinta-feira (25), pela manhã começou a circular vídeos postados por moradores vizinhos, que assustaram com coloração vermelha da água do rio, logo abaixo da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Laboreaux.

Embora a água do rio nesta localidade esteja poluída com a fração do esgoto da cidade  que não é tratada, muitos pescam no local. Foram justamente esses pescadores que deram o grito, denunciando a poluição do rio por tinta vermelha. “Pescar aqui não pode, mas matar os peixes com a poluição da água, pode”, protestou um morador vizinho, que postou vídeo na rede social.

Moradores vizinhos foram surpreendidos, nesta quinta-feira pela manhã, com a cor vermelha da água e postaram vídeos na rede social (Foto: Reprodução)

Segundo confirma o presidente do Saae, Carlos Carmelo Tôrres Moreira, técnicos do Saae e da ETE Laboreaux confirmam que a tinta vermelha que poluiu o rio veio da Alphaville, empresa têxtil estabelecida no Distrito Industrial, tendo como objeto a produção de malhas tingidas para confecções de vestuários e outros fins têxteis.

“Técnicos do Saae já estiveram na indústria e determinou a imediata paralisação do lançamento desse efluente no emissário que sai do distrito até a ETE. O que aconteceu foi que o efluente chegou na estação em uma temperatura elevada, acima de 42 graus, e em volume maior do que é permitido pela autorização que a empresa tem para esse tipo de lançamento”, explica o presidente do Saae.

Com volume acima do que é permitido, a água com a tinta transbordou e poluiu o rio de Peixe. “Já notificamos a empresa para que suspenda imeidatamente o lançamento para cessar esse transbordamento”, adianta o presidente do Saae.

Sem poluição da Pureza

Segundo ele, o manancial da Pureza não recebe esse material, que é lançado sem tratamento em um emissário que passa distante da ETE.

Sendo assim, diz, a ocorrência não compromete a qualidade de água servida a mais de 50% da população itabirana, diferentemente do que ocorreu, em 10 de novembro do ano passado, quando a empresa Minax despejou 400 litros de óleo e graxa no córrego Candidópolis, afluente do Pureza.

Pela poluição, a Minax foi multada em R$ 11,1 mil pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, penalidade que possivelmente deve ser aplicada agora à indústria têxtil, responsável por mais essa poluição do rio de Peixe.

A reportagem tentou contato com o secretário municipal de Meio Ambiente, Denes Lott, para saber sobre a situação ambiental da Alphaville. Mas não conseguiu falar com ele até o fechamento desta reportagem. Deixou recado e aguarda retorno com mais informações sobre mais essa ocorrência ambiental em Itabira.

Outro lado

Empresa Alphaville diz ser preocupada com o desenvolvimento sustentável, mas não é a primeira vez que polui o rio de Peixe, segundo o Saae (Foto: Carlos Cruz)

Para ouvir a empresa, a reportagem tentou contato com a Alphaville pelos dois números de telefones disponibilizados. Nenhum atendeu, não sendo possível ouvir a versão da empresa antes de fechar a reportagem. Este site está aberto para ouvir posteriormente a vesão da empresa para o ocorrido.

Em postagem na rede social, a empresa diz ter preocupação com o meio ambiente e que é focada na sustentabilidade. E que quase toda água utilizada na empresa é tratada dentro do complexo industrial.

Mas a empresa, embora tenha potencial poluidor elevado, não dispõe de sistema próprio de tratamento de seus efluentes, que são lançados no emissário para seguir até a ETE Laboreaux, que não deu conta de tratar o volume ampliado de efluentes, transbordando e poluindo o rio de Peixe.

“Não é a primeira vez que isso acontece”, diz o presidente do Saae. “Pedi para que seja feito o levantamento de outras ocorrências semelhantes com efluentes dessa mesma empresa”

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