Hoje acordei lembrando a minha vida no ensino médio (ou foi um sonho)

Rafael Jasovich*

O cotidiano de um colégio público é sempre igual, repetitivo, monótono, paradoxal.

Aquela briga logo após o último sinal sempre se inicia por um motivo banal, a cobiça da namoradinha alheia ou uma desavença no futebol.

É intervalo, e no saguão a galera se senta. É hora da refeição, um sanduiche de salame ou umas bolachas de sal.

A cancha, pequena e ensolarada, é o palco do show da molecada. Dribles, gols, arremessos e saques são no esporte que surgem os destaques

Algumas meninas, ainda menores de idade, logo cedo se deparam com a maternidade.

Poucos sabem o nome da bibliotecária, mas pensam em seguir carreira universitária.

O que fica é amizade, aquela que a gente nunca esquece, algum ainda se vê, outro desaparece.

Sei bem que sou apenas um ser humano frágil, mas quero ser capaz de amar, chorar, sonhar e rir a gargalhadas.

Não há necessidade de dizer-me que a vida é apenas um estágio. Contento-me em viver somente com o necessário, um abrigo e um verdadeiro amigo.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional. 

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