Fotógrafo, profissão perigo
Mauro Andrade Moura
É conhecido o tema da agressão contra fotógrafos e cinegrafistas pelo mundo. Danificação de equipamentos, perda da visão de olho por bala de borracha e até mesmo morte por fogo de artifício, como o ocorrido com o cinegrafista nas manifestações de 2013 em São Paulo.
Bem como a morte por algum tipo de desqualificação de jornalistas e repórter; não a morte física, mas a da moral, do mal dizer, do malfazejo. Leia mais aqui:
Aos fatos: estava eu fotografando o vagão da Rodoviária de Itabira em 2009, quando a feira ainda funcionava ali, já encerrando o expediente. Ainda vendiam bebidas alcoólicas de dose e nesta hora ficavam as poucas pessoas que se davam a beber.
Concluídas as fotografias, seguia eu a tentar utilizar o sempre maltratado banheiro da Rodoviária, com aquele cheiro nauseabundo insuportável, e vem um daqueles que ficavam a beber na feira gritando e me perguntando o porquê eu tirava fotografias dele.
E na sequência deu-me um pontapé na parte traseira da minha perna esquerda. Respondi que não o fotografava e sim o vagão, tentei explicar e seguimos cada um para o seu lado.
O meu lado foi procurar um policial militar para registrar a ocorrência. Não demorou e chegou uma viatura policial com um Sargento, um Cabo e um rapaz que também havia sido agredido pelo mesmo agressor. Fui de encontro aos policiais e daí ao agressor.
O Sargento perguntou-me o que ocorreu e mostrei-lhe a marca do pontapé em minha perna, imediatamente o agressor foi posto na viatura policial e conduzido à Delegacia de Polícia.
Era sábado de carnaval e espero que o agressor tenha lá perdido a festa momesca na carcerária.
Agressão em Nova Era
Já na tarde dessa sexta-feira (16), estava eu a fotografar o rio Piracicaba no centro da cidade de Nova Era. Despreocupadamente eu seguia pela margem esquerda procurando lugares com visão direta ao rio.
Quando cheguei defronte à rodoviária, passei ao largo de um grupo de indigentes e um deles, de nome Carlos Henrique Gomes da Silva, alterado, ficou dizendo que eu não poderia ficar ali e que aquele espaço era somente para ele e os do grupo dele. E jogou uma pedra que passou de raspão em mim, tendo jogado outras mais afastadas.
Estava a uma distância de uns cinco metros e respondi-lhe que a calçada é pública e não seria ele a me expulsar dali. E disse que continuaria a fotografar o rio.
Fui à Rodoviária ver se encontrava algum policial militar e nada. Subi a rua onde tem uma agência bancária e também nenhum policial.
Liguei para o “190” informando o ocorrido e solicitando a presença de algum policial militar. O policial atendente informou que iria solicitar uma viatura e que eu aguardasse ali.
Passado mais de meia hora, o agressor percebeu que eu não arredava o pé dali e evadiu-se do local.
Fiquei com o sentimento de que em Nova Era não há proteção policial ao cidadão, obrigação do Estado de Minas Gerais.
Dirigi-me à Delegacia de Polícia de Nova Era, um pouco mais acima. Fui bem atendido pelo escrivão de plantão, que me auxiliou na identificação do meu agressor.
Quanto à fotografia, ainda consegui capturar a imagem de uma garça no banco de areia aos pés da ponte Getúlio Vargas, com toda a sua graça. Fica o registro.
Mauro, que horror você viveu…. Parece que o ódio veio pra ficar…
Estamos no Texas e sem xerife. Não há leis e nem civilidade.
O problema aqui é que estamos seguindo os passos dos problemas do Rio de Janeiro, pois sem policiamento não há respeito às leis e muito menos civilidade.
Grato pela leitura.