“Forjas e Espaços de Liberdade nas Minas do Ferro”, da historiadora Maura Britto, será lançado na Semana da Comunidade de Itabira
Foto: Divulgação
Ocupação do território começou em 1705 com a fundação da Capela do Rosário. Portanto, são 320 anos de história
Na semana em que Itabira celebra seus 177 anos de emancipação política, a cidade também precisa comemorar um marco mais profundo: os 320 anos de ocupação e povoamento desse território aurífero, iniciados em 1705 com o pedido para erguer uma capela dedicada à Nossa Senhora do Rosário.
É nesse contexto que a historiadora Maura Silveira Gonçalves de Britto lança seu livro Forjas e Espaços de Liberdade nas Minas do Ferro: Comunidade e Sociabilidade entre Trabalhadores Afrodescendentes e Africanos, Itabira, 1808–1888, resultado de sua tese de doutorado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
O lançamento acontece no sábado (11), na Casa do Brás, no horário de 15 às 18h, durante a Semana da Comunidade, que celebra o aniversário de emancipação política do município.
Uma história forjada no ferro e na resistência
A obra mergulha na vida dos trabalhadores afrodescendentes e africanos que atuaram nas forjas de ferro em Itabira entre os séculos XVIII e XIX.
Com base em documentos históricos como listas nominais, registros de terras e inventários, Maura Britto revela como esses trabalhadores, escravizados, libertos e livres, construíram redes de sociabilidade, vínculos familiares e espaços de autonomia em meio à estrutura escravista.
A autora mostra que o domínio técnico da metalurgia permitiu a esses sujeitos não apenas sobreviver, mas também reinventar formas de existência e resistência. As forjas tornaram-se espaços de liberdade, onde se forjavam não apenas ferramentas, mas também comunidades.
A capela como símbolo de permanência
Segundo Maura, o marco inicial da história de Itabira não é 1833, quando foi criada a Vila de Itabira, mas sim 1705, quando foi solicitada a construção da Capela do Rosário.
“Erguer uma capela é mais do que um gesto religioso. É a expressão do desejo de permanência, de criar raízes e de formar uma coletividade”, afirma a historiadora.
Esse gesto, segundo ela, simboliza a transição de uma exploração aurífera nômade para a formação de uma comunidade com vínculos duradouros. Por isso, são 320 anos de história da Itabira do Mato Dentro.

Sobre a autora
Maura Britto é doutora em História pela UFOP e foi indicada ao Prêmio Capes de Tese 2024. Seu trabalho é reconhecido por unir rigor acadêmico e profundo vínculo afetivo com o território que estuda.
Natural de Itabira, ela dedica sua pesquisa à valorização da memória local e ao protagonismo dos trabalhadores afrodescendentes na formação da sociedade itabirana.
Lançamento e onde adquirir
O lançamento do livro acontece no sábado, 11 de outubro, na Casa do Brás, no horário de 15 às 18h, durante a Semana da Comunidade, que celebra o aniversário de emancipação política do município.
A obra está disponível para compra no site da Literíssima Editora. Pode ser adquirida diretamente com a autora durante o lançamento em Itabira, como também na livraria Clube da Leitura, no Centro Cultural.
Agradeço ao Vila de Utopia e ao Carlos Cruz pela divulgação, sempre muito atenciosa, da pesquisa! Um abraço!