Festival !PULSA! Movimento Arte Insurgente está de volta a Itabira com extensa programação de quinta-feira a domingo

A dança urbana carioca derivada do passinho serviu de inspiração para o grupo na construção de Cria

Foto: Renato Mangolin/
Divulgação

Com realização da Prefeitura Municipal de Itabira e da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, evento apresenta espetáculos teatrais, shows, rodas de conversa, encontros reflexivos e a parceria com a intervenção urbana Sofá na Rua

Depois do sucesso da primeira edição, realizada em Itabira em setembro do ano passado, retorna à cidade o festival !PULSA! Movimento Arte Insurgente para ocupar, entre os dias 20 e 23 deste mês, ruas e praças de diferentes bairros, conforme extensa programação.

O enfoque do festival é também as trocas e diálogos reflexivos acerca de questões fundamentais sobre a sociedade, como questões de gênero, racismo, ecologia e periferia. Para isso acontecer, além das apresentações de teatro, música e dança, outras ações ocorrerão com os encontros reflexivos do “Fala que !Pulsa!”, a intervenção urbana “Sofá na Rua” e a Festa !Pulsa!”.

O !PULSA! Movimento Arte Insurgente é realizado pela Olhares Instituto Cultural, pela Outra Margem, produtora de arte Outra Margem, com apoio da Fundação Carlos Drummond de Andrade e da Prefeitura Municipal de Itabira.

Conta ainda com a parceria cultural de Lamoca – Espaço Livre de Arte, Sofá na Rua e Associação do Bairro Pedreira, além do apoio cultural iBT.

Cria Suave: vida e cultura africana (Foto: Renato-Mangolin)

Agenda completa

Toda programação é gratuita, exceto a Festa !PULSA!, que acontece em parceria com artistas locais. A arrecadação com os ingressos será destinada à gravação audiovisual do show. Os ingressos para as peças no teatro da Fundação FCCDA serão distribuídos pela plataforma Sympla.

A programação completa, além de informações como a ficha técnica de cada um dos espetáculos, podem ser acessados pelo site www.pulsa.art.br.

Elefanteatro Pigmalião (Foto: Marcelo SantAnna)

Espetáculos

CRIA | Cia Suave

Rio de Janeiro/RJ | 2017 | 50 minutos | Classificação indicativa: 14 anos

Local: Teatro FCCDA | Dias: 20 e 21 de junho | Horário: 20h

A “dancinha”, estilo de dança urbana carioca derivada do passinho, serviu de inspiração para o grupo na construção de Cria. A partir dessa referência, a peça explora uma mistura de afeto e sensualidade por meio do entrelaçamento do funk e da dança contemporânea. Em cena, também aponta questionamentos a partir de perspectivas dos artistas: como conceber um espetáculo, inventar uma técnica tão nova como o passinho, considerado patrimônio imaterial do Rio de Janeiro em 2018, e criar filhos, principalmente sob a ótica da paternidade? O trabalho, que envereda pelas linguagens artísticas periféricas e destaca a diversidade cultural, inclui, ainda, a dança afro, o afrofunk, o contato-improvisação e uma elaborada pesquisa sonora.

Histórico

A Cia Suave surgiu em 2014 com a criação do espetáculo Suave, dirigido pela coreógrafa Alice Ripoll, dentro da ação Entrando na Dança, do Festival Panorama. No projeto, dez jovens do Complexo do Alemão (RJ) foram selecionados para uma residência artística de três meses. Desde então, o grupo já circulou por diversos festivais e teatros, no Brasil e exterior, como: MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo), HAU (Hebbel Am Ufer), Tanzhaus NRW, Mousonturm, HELLERAU, CND (Centre National de la Danse – Paris), Festival de la Cité Lausanne, Internationales Sommerfestival, Zürcher Theater Spektakel e Noorderzon Performing Arts Festival Groningen.

SEU GERALDO | Pigmalião Escultura Que Mexe

Belo Horizonte/MG | 2009 | 60 minutos | Classificação: livre

Local: Praça Campestre | Dia 21 de junho | Horário: 19h

Local: Feira do Agricultor | Dia 22 de junho | Horário: 10h

Neste espetáculo do coletivo mineiro, Seu Geraldo é o condutor da história, um violeiro e cantor de 73 anos. Uma figura singular, que gosta de falar com sua plateia sem barreiras, sobre o assunto que a ocasião manda. Faz seu show ao lado da namorada Dona Catarina, de 81 anos, e Ana, sua irmã. Os três relembram músicas antigas e surpreendem pela escolha de seu repertório e pelo teor inesperado até de suas conversas mais triviais. Seriam três idosos como outros tantos, não fossem eles marionetes de fios esculpidos em madeira absolutamente conscientes de que são seres humanos normais, com os mesmos direitos e deveres de qualquer cidadão.

Histórico

O Pigmalião Escultura que Mexe é um grupo de Teatro de Formas Animadas sediado em Belo Horizonte desde 2007. Seu trabalho caracteriza-se pela mistura de linguagens e disciplinas, principalmente entre artes cênicas e artes visuais, com uma trajetória ligada ao teatro contemporâneo e às artes performativas. O Pigmalião Escultura que Mexe conta com um repertório de sete espetáculos, quatro cenas curtas e duas intervenções para as ruas. As possibilidades de manipulação da marionete de fios clássica, bem como a relação dos atores com os bonecos e a pesquisa constante com outras disciplinas artísticas são os elementos fundamentais de seu trabalho. O Pigmalião Escultura que Mexe busca o reconhecimento da marionete na produção artística contemporânea.

MONGA | Jéssica Teixeira

Fortaleza/CE | 2024 | 90 minutos | Classificação indicativa: 18 anos

Local: Teatro FCCDA | Dias: 22 e 23 de junho | Horário: sábado, 20h; domingo, 18h

O solo da atriz e dramaturga Jéssica Teixeira faz sua pré-estreia em Itabira. Em MONGA, Jéssica se assume estranha e, ao longo de sua performance, se naturaliza cada vez mais estranha. O espetáculo constroi outros imaginários e futuros possíveis a partir da imagem/história de Julia Pastrana, uma mexicana que, por ter o rosto coberto de pêlos, ficou conhecida vulgarmente como mulher-macaco ou a MONGA e se tornou uma das grandes inspirações para os Freak Shows e circos no Brasil e no mundo. Em cena, o jogo entre o erótico e o ridículo norteiam a dramaturgia, e a peça é tomada pelo gênero do terror psicológico com doses de riso nervoso e constrangimento.
Histórico

Jéssica Teixeira é multiartista, graduada em Licenciatura em Teatro (2013) e Mestre em Artes pela Universidade Federal do Ceará (2018). Faz do seu corpo estranho sua principal matéria prima de investigação dramatúrgica e cênica, no qual gerou seu primeiro solo E.L.A (2019), que segue em circuito nacional e internacional. Em 2024, prepara-se para seu segundo solo, MONGA, em que pretende dar continuidade ao espelhamento de estranhezas e estranhamentos entre o corpo de quem assiste e o corpo daquela que age.

ELEFANTEATRO | Pigmalião Escultura Que Mexe

Belo Horizonte/MG | 2023 | 90 minutos | Classificação: livre

Local: da Rua Ipoema, 440, até o Lamoca, Pará | Dia: 23 de junho | Horário: 16h

Um enorme elefante, um ser sagrado, um ser místico, um ser gigante, caminha acompanhado por uma multidão que ele mesmo forma. Um elefante nunca esquece. Dentro dele cabe um mundo. O grande animal cênico é operado por uma trupe de artistas operários que dão vida ao elefante, contam, cantam e dançam a história do elefante e dos outros tripulantes-marionetes que habitam dentro dele: pessoas que ele resgata no caminho por onde ele passa, socorridas pelo Elefanteatro. Quem precisa de abrigo é sempre o outro, até sermos nós mesmos. No caminho do elefante sempre haverá outros a serem resgatados.

Histórico

O Pigmalião Escultura que Mexe é um grupo de Teatro de Formas Animadas sediado em Belo Horizonte desde 2007. Seu trabalho caracteriza-se pela mistura de linguagens e disciplinas, principalmente entre artes cênicas e artes visuais, com uma trajetória ligada ao teatro contemporâneo e às artes performativas. O Pigmalião Escultura que Mexe conta com um repertório de sete espetáculos, quatro cenas curtas e duas intervenções para as ruas. As possibilidades de manipulação da marionete de fios clássica, bem como a relação dos atores com os bonecos e a pesquisa constante com outras disciplinas artísticas são os elementos fundamentais de seu trabalho. O Pigmalião Escultura que Mexe busca o reconhecimento da marionete na produção artística contemporânea.

Fala que !PULSA!

Após a primeira apresentação dos espetáculos Cria e Monga, convidamos agentes culturais, ativistas sociais e artistas da cidade para trazer perspectivas sobre cada trabalho, propondo uma fala que dialoga com a obra, com as próprias experiências e com as realidades de Itabira.

  • Cria | Cia Suave
    Local:Teatro FCCDA | Dia 20 de junho, após o espetáculo
    Convidados: Sérgio Diaz e Thiago Skp. Sérgio Diaz: cantor, ator, poeta, arte educador e pesquisador sobre vida e cultura africana. Artista afrofuturista que traz suas raízes como tema de sua vida e seu trabalho. Thiago Skp: é integrante do grupo Undergroud CIA desde 2007. Em 2013, lançou seu primeiro álbum solo e começou a projetar seu nome no cenário do rap nacional. É fundador dos movimentos de rua “Noiz por Noiz”, “Sarau Essência” e “Griot”, com o objetivo de promover a cultura e a poesia entre jovens de comunidades periféricas, também é idealizador do projeto “Primeira Página”, voltado a jovens em situação de vulnerabilidade social. Comprometido com a transformação social, sua música, seus projetos sociais são ferramentas que usa para iluminar as vidas de jovens de todo o Brasil.
  • Monga | Jéssica Teixeira
    Local: Teatro FCCDA | Dia 22 de junho, após o espetáculo
    Convidado/a: Fábio Junior Ferreira e Priscila Ribeiro Oliveira. Fábio Junior Ferreira: itabirano, pessoa com deficiência intelectual, empregado da Zocar Rio. É casado, defensor legítimo das pessoas com deficiência na cidade. Já atuou como autodefensor da APAE e do Conselho Regional das APAEs do Vale do Aço I, com participação no Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Itabira. Figura representativa no movimento apaeano em Minas Gerais e agente ativo da construção de políticas públicas na cidade. Priscila Ribeiro Oliveira: graduada em Serviço Social, itabirana, atua em ações de defesa e garantia de direitos das pessoas com deficiência no município e na APAE. Participante de diversos conselhos de controle social, como Assistência Social, Direitos da Pessoa com Deficiência, Mulher e População Idosa, hoje é Conselheira Administrativa da Federação das APAEs de Minas Gerais.

Intervenção urbana:

!PULSA! Convida Sofá na Rua
Local: Associação Comunitária do Bairro Pedreira | dia 22 de junho | Horário: das 15h às 20h
O !PULSA! e o Sofá na Rua de Itabira realizam uma parceria nesta edição, propondo usar o espaço público como ponto de conexão e expressão da diversidade. O Sofá é um movimento cultural com mais de dez anos de existência, com atuação em rede de produtores independentes espalhados por todo o Brasil. Em Itabira, o projeto existe desde 2017 e traz para as ruas o ambiente de trocas lúdicas, afetivas e estéticas, com a realização de apresentações, intervenções, instalações, exposições, oficinas artísticas, sociais e ambientais. No diálogo com o !PULSA!, o Sofá chega no bairro Pedreira para receber uma programação com DJ, corte de cabelo, show, intervenção poética e roda de conversa.

  • Casa de Jah | 15h
    Desde 2012, o Casa de Jah leva música jamaicana e outras vertentes musicais para eventos em espaços públicos, com a ideia de propagar música e interação social. Paulo Henrique, o “Cebola”: Músico, DJ e ativista cultural à frente do projeto Casa de Jah.
  • Corte de Cabelo
    Barbearia Hian do Disfarce | 15h
    Durante a programação, Pretin leva seus equipamentos do salão para a rua na Pedreira e faz cortes de cabelo gratuitos. Hian do Disfarce: barbeiro há quatro anos, Hian vive e atua no bairro Pedreira. É especialista em cortes infantis.
  • Intervenção Poética: Assalto à mão letrada – FESTIM | 15h30 – 16h
    Nesta intervenção de poemas autorais, os artistas itabiranos Pi, Jess e Juca, usam a voz e a performance como principais elementos de cena. Os poemas trazem recortes sociais de diferentes temas, com o objetivo de provocar reflexões sobre situações do cotidiano. FESTIM: produtora cultural focada em projetos sociais e agenciamento de artistas. Nasceu em 2022, da união de Jess, fundadora do projeto “El Cantare”, e Juca, membro do “El Cantare” e fundador da “Batalha da Lua”, e um dos organizadores da “Batalha do Poço”, após perceberem a necessidade de descentralizar os movimentos culturais em Itabira, com objetivo de diversificar, alcançar regiões periféricas e rurais. Com experiências em produções voluntárias desde 2017, se sentem determinados a criar um ambiente cultural mais inclusivo.
  • Roda de Conversa: O que nos une em nossa diferença? | 16h – 18h
    Convidados/as/es: Danilo Candombe, Evandro da Consolação Santos (Dico da reciclagem), Hudson Junio Diogo Santos, Lia Andrade, Jess Marques, Juca OG e Rafael de Sá. Entre o samba e o hip hop, a periferia e o quilombo, essa é uma conversa que une artistas de Itabira, ativistas sociais e coletivos, trazendo uma sobreposição de ideias e vivências sociais e artísticas. A proposta busca refletir sobre as tensões sociais, as perspectivas diferentes e comuns, pontuando como os atos estéticos e políticos imputam sentidos criativos para os locais. Danilo Candombe: é quilombola da comunidade do Açude, localizada na Serra do Cipó. Reconhecido como candombeiro, cantautor e cineasta, foi o primeiro quilombola a dirigir um filme de ficção no Brasil. Sua obra é influenciada pela rica herança ancestral que carrega, marcada pela oralidade, pela música e pela fé. Com sua arte, Danilo não apenas preserva, mas também celebra a cultura e as tradições de sua comunidade, proporcionando uma voz poderosa e autêntica ao legado quilombola. Evandro da Consolação Santos: conhecido como Dico da reciclagem, é morador do bairro pedreira há 36 anos, pai da Mirella, voluntário. Atua como militante das brigadas populares e é ex-presidente da associação de catadores de materiais recicláveis e reaproveitáveis de Itabira. Hudson Junio Diogo Santos: líder comunitário há 16 anos, é graduando em serviço social, superintendente do sistema único de assistência social e atual vice-presidente da Associação Comunitária do Bairro Pedreira do Instituto. Jess Marques: fundadora da produtora cultural FESTIM e do projeto El Cantare. Seu trabalho é focado em projetos sociais e agenciamento de artistas, para promover um cenário cultural no município mais diverso. Juca OG: membro do projeto El Cantare, fundador da Batalha da Lua e um dos organizadores da Batalha do Poço. É fundador, ao lado de Jess, da produtora FESTIM. Seu trabalho procura criar um ambiente cultural mais inclusivo e diverso na cidade de Itabira. Lia Andrade: mulher negra, esposa, mãe, avó. É terapeuta comunitária integrativa, promotora legal popular. Formada pela Rede Nacional de Mulheres Negras contra a Violência, atua em espaços de controle social. Também é agente da pastoral e da Cáritas, além de educadora popular. Faz parte de movimentos sociais. Rafael de Sá: morador da comunidade da Pedreira, é técnico em administração e gestão em turismo, com capacitações em informações turísticas. Desenvolve trabalhos no município como gestor de projetos sociais, culturais e artísticos. Atua como diretor de cultura (Associação Comunitária do bairro Pedreira), condutor de turismo local, articulador e produtor cultural em comunidades periféricas e rurais do município. Foi integrante do programa sócio cultural “Drummonzinhos” por nove anos.
  • Show ExtraSambah | 18h – 20h
    O show apresenta no repertório clássicos do samba e do pagode. ExtraSambah: grupo de pagode e samba, fundado em 2011, composto pelos itabiranos: Fernando Henrique, Edson Silva, Alex Martins, Rodrigo Silva, Josimar Silva, Renan Mendes.

Ponto de encontro

Local: Buteco do Helton | De 20 a 22 de junho

Durante os dias do !PULSA!, após os espetáculos e as ações, o espaço da rua Ipoema, no bairro do Pará, será o ponto de encontro informal e aberto a todas as pessoas com comidas, bebidas e música.

Festa !PULSA!

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Samba do Dan

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Dj Adoniran

Local: Mirante Cara de Pau | Dia 22 de junho | Horário 21h

O Mirante recebe a festa !PULSA! em parceria com a gravação audiovisual do show Samba do Dan. O evento ainda conta com a participação do DJ Adoniran. Ingresso: os ingressos são vendidos pela plataforma sympla (https://www.sympla.com.br/evento/gravacao-audio-visual-samba-do-dan/2473716) e o valor arrecadado será destinado à gravação audiovisual do show.

Samba do Dan

O carioca Dan Soares registra seu show, que marca os vinte anos de sua carreira dedicados ao samba. DJ Adoniran

Com mais de 15 anos dedicados à discotecagem, une em suas apresentações vertentes, tais como, Drum and Bass, Jungle, Garage, Nu-Disco, Techno, Funk, Soul, MPB.

Endereços

Feira do Agricultor – Av. Duque de Caxias, 1010, Vila Bethania

Lamoca – Espaço de Artes Livres, R. Ipoema, 97, Pará

Praça Campestre – R. Des. Drumond, 2-56, Campestre I

Teatro Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) – Av. Carlos Drummond de Andrade, 666, Centro

Ponto de encontro !PULSA!

Buteco do Helton – R. Ipoema, 297 – Pará

Festa !PULSA!

Mirante Cara de Pau – R. do Ouro, 400 – Campestre

 

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