Festival de Inverno tem boas atrações, mas será concentrado em dez dias
O 44º Festival de Inverno de Itabira, único do gênero em Minas Gerais que, desde o seu lançamento em 1974, pelo ex-prefeito Virgílio Gazire, não sofreu interrupção, será concentrado em dez dias, entre 20 e 29 de julho.
A justificativa para essa concentração, segundo a superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Martha Mousinho Gomes Barbosa, são os recursos escassos, mas também a Copa do Mundo, que ocorre durante o dia. Não concorre, portanto, com o festival, mas foi apontada como um dos motivos para se ter um festival mais curto neste ano.
“Procuramos fazer uma programação enxuta, mas de qualidade, a exemplo do que está ocorrendo com outros festivais no país”, disse a superintendente em entrevista coletiva nesta manhã de quarta-feira (4).
Abertura
A abertura oficial será no dia 21 (sábado), a partir de 19h, com o espetáculo Viola de Bem Querer – Boca Livre 40 anos, na Concha Acústica do Pico do Amor, no Parque Natural Municipal do Intelecto. A entrada para esse show será gratuita.
Antes da abertura oficial, na sexta-feira (20), no teatro da FCCDA, haverá a apresentação do espetáculo de dança Pretérito Imperfeito, com a Cia Mimulos de Dança, a partir de 18h, também com entrada gratuita.
Para os demais shows na Concha Acústica, o ingresso será trocado por um litro de leite – e deve ser adquirido com antecedência, na FCCDA.
No dia 28 (sábado), o espetáculo será com o Trio Amaranto, com participação da Orquestra de Câmara da FCCDA. E para encerrar o festival, grande show com Alceu Valença, domingo (29), às 21h, na Concha Acústica.
Diversidade
Na agenda do festival estão programados 20 shows, incluindo artistas da terra, com apresentações também no paredão da rua Tiradentes.
Consta, ainda, de 21 oficinas, exposições, palestras, espetáculos de dança, sessões de cinema, contação de histórias, intervenções culturais, com quatro espetáculos teatrais para o público infantil. Haverá também eventos culturais na Casa do Brás e em alguns bairros da cidade.
Neste ano, na Fazenda do Pontal não terá shows, mas o ficará aberta para visitação com a exposição fotográfica Raízes Afro Mineiras – Tambores do Mundo e o Congado de Itabira, que tem como uma das expositoras a fotógrafa e historiadora Stael Azevedo.
A justificativa é não repetir a sobreposição da programação, como aconteceu no festival do ano passado, quando ocorreram quase que simultaneamente shows na Concha Acústica e naquele espaço cultural.
Para eventos no local, há também restrição do Corpo de Bombeiros. Isso por não ter sido, ainda, por falta de segurança, liberado alvará para realização de eventos na Fazenda do Pontal.
Patrocínio
No total, o Festival de Inverno está orçado em R$ 380 mil, R$ 100 mil a mais do que foi alocado no ano passado. Desse total, R$ 80 mil serão patrocinados pela empresa Vale, que também fornece o gerador de energia para os espetáculos na Concha Acústica.
Desde que foi privatizada, em 6 de maio de 1997, a mineradora patrocina parte do Festival de Inverno de Itabira.
Já a Prefeitura cobre a maior parte do orçamento do festival (R$ 300 mil), sendo que 13% sairão da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), utilizada pela primeira vez no patrocínio da cultura.
A justificativa para o investimento de recursos da Cfem, segundo a vice-prefeita Dalma Barcelos, é pelo fato de o festival incrementar o turismo na cidade. “A expectativa é também para que nossos artesãos, ao participarem das oficinas, melhorem a capacitação para aumentar suas rendas com a venda de seus trabalhos.”
A Unimed Itabira é copatrocinadora do festival, oferecendo o aparato de atendimento para o caso de ocorrer alguma emergência de saúde, com ambulância e profissionais médicos, enfermeiros e auxiliares.
Boa programação. Melhor ser enxuta mas com consistência.