Estudantes da Unifei criam movimento e fazem primeiro protesto no campus de Itabira
Mesmo com o campus vazio, com a maioria dos estudantes já em férias, o movimento Democratiza Unifei surge em Itabira já promovendo uma manifestação de protesto nessa segunda-feira (11/12), como expressão da indignação pelo cancelamento da consulta convocada pelo Conselho do Campus de Itabira para ouvir estudantes, professores e funcionários sobre a proposta de dividir os cursos de engenharia em três unidades acadêmicas. (leia mais aqui e aqui).
A consulta pública seria realizada nos dias 29 e 30 de novembro, mas foi cancelada pelo reitor da universidade, professor Dagoberto Almeida. “A questão relativa ao número de unidades está bem conduzida por uma comissão que, ao longo dos trabalhos, esteve à disposição de todo o campus de Itabira, inclusive da classe discente”, enfatizou o reitor em memorando, quando decidiu pelo cancelamento.
Com os olhos vendados e com uma fita na boca simbolizando indignação por não terem sido ouvidos na consulta popular, estudantes manifestaram indignação com os últimos acontecimentos no campus local. Já para os estudantes em férias e que queiram manifestar o seu protesto, o movimento disponibiliza um abaixo-assinado on line: https://goo.gl/WCGccv.
A decisão de dividir o campus sem ouvir a comunidade acadêmica foi considerada autoritária e antidemocrática pelos estudantes. Eles são contra a divisão. Entendem que não é o momento, por causa da integração dos cursos de todas as engenharias e também pelo fato de não ter estrutura e número de técnicos suficientes.
A divisão do campus em três unidades acadêmicas, entretanto, já foi decidida pelo Conselho Universitário (Consuni), instância máxima de decisão da universidade. A votação foi realizada por videoconferência enquanto ocorria a manifestação estudantil.
Ameaças
Durante a manifestação de segunda-feira, uma estudante que pede para não ser identificada por temer represália, conta que os alunos foram ameaçados com medidas punitivas, caso não desbloqueassem a entrada da sala onde ocorria a videoconferência do Consuni.
Segundo ela, foi triste se sentir ameaçada de punição por exercer o direito de livre manifestação no campus onde estuda. “Tivemos a certeza de que não nos dão ouvidos. Fomos silenciados, mas avançaremos com outras formas de luta e de manifestação de nosso descontentamento.”
Ela conta que ficou indignada por decidirem o futuro do campus local sem ouvir os diretamente interessados, que são os alunos, professores e funcionários. “Não é justo uma minoria sediada em Itajubá decidir o que é bom para a maioria aqui em Itabira”, considera.
Do luto à luta
“Estamos às cegas com a falta de informação e diálogo. Mas não vão nos calar. Vamos expressar a nossa indignação e organizar outras formas de luta”, adianta a estudante.
Para fazer frente à censura e ao cerceamento da liberdade de expressão, o movimento acaba de abrir página na internet intitulada Do Luto à Luta – democratiza Unifei (https://www.facebook.com/democratizaunifei/).
O propósito é tornar público o movimento estudantil e expressar a indignação diante do que os estudantes consideram um grande retrocesso em curso na Unifei. “Se não quiseram nos ouvir por meio da consulta pública, descobriremos outras formas de nos expressar. Só não vão nos silenciar.”
Saiba mais
O cancelamento da consulta sobre a divisão do campus de Itabira em três unidades acadêmicas foi o estopim para a renúncia, na quinta-feira passada (7/12), dos professores Dair de Oliveira, ex-diretor, e Márcio Tsuyoshi Yasuda, diretor-adjunto do campus de Itabira, e de suas respectivas equipes (leia aqui). Eles abdicaram de um mandato que só se encerraria em 21 de junho de 2019.
“Portanto, em função de diferenças significativas em relação à estruturação do Campus Avançado de Itabira e à maneira pela qual ela vem sendo conduzida, diferenças essas que se acentuaram no último ano e que culminaram na proibição da consulta pública solicitada pelo Conselho do Campus, decidimos interromper os nossos mandatos”, escreveram os professores na carta aberta endereçada às comunidades acadêmica e itabirana.
“Durante a manifestação de segunda-feira, uma estudante que pede para não ser identificada por temer represália, conta que os alunos foram ameaçados com medidas punitivas, caso não desbloqueassem a entrada da sala onde ocorria a videoconferência do Consuni. Segundo ela, foi triste se sentir ameaçada de punição por exercer o direito de livre manifestação no campus onde estuda. “Tivemos a certeza de que não nos dão ouvidos. Fomos silenciados, mas avançaremos com outras formas de luta e de manifestação de nosso descontentamento.””
Aluna cretina!!! acredita que seu direito de livre manifestação lhe dá direito de impedir as pessoas de ir e vir e de participarem de reuniões!!!
Sei que vc, que é amigo do Dair, não vai publicar isso, porque já não publicou outro comentario que fiz em outra noticia.
Por falar, Dair já foi tarde. Agora o campus de Itabira vai pra frente!!