Embaraços da Otan e a uma Turquia sem balanço
Veladimir Romano*
Na loucura bélica em crescente, com países até agora bastante neutros na relação de outros poderes militares em seus territórios, acabou. Suécia e Finlândia, outrora bastante coesos na defesa de uma “neutralidade” marcadamente política, pressionados por um lado da imposição perante o cerco militar preparado pelas forças militares da Organização do Atlântico Norte (Otan) e a entrada no território ucraniano, acordos de “não agressão” viraram filosofia.
Consultando unicamente seus respectivos parlamentos e fugindo de referendos populares, dirigentes políticos decidiram entrar na família guerreira que hoje já não só defende, como também ataca, tornando-se uma força ameaçadora aos países em minoria armamentista.
A situação de Líbia, quer da Síria e a enorme fantasia que foi tal “Primavera Árabe”, flagrante fraude ou projeto destrutivo dos países norte-africanos, elevaram a outro patamar intervencionista da organização abrindo caminho a conflitos e alimentação da indústria do armamento, por coincidência, sendo eles alguns destacados membros da mesma “Aliança Atlântica”.
Arrumando a velha “neutralidade” na gaveta, passando ao alinhamento militar, Suécia e Finlândia caíram no facilitismo embora simulando votações acordadas pelos partidos parlamentares na ordem dos 76% aos suomis e de 68% aos vikings, cedo ou tarde terão movimentos cívicos na rua exigindo a revogação do ato.
A manutenção da paz e a segurança não se fazem aumentando a balança militar de cada um quando o acerto dessa suposta “segurança” poderá anunciar apenas a próxima grande guerra que não ficará certamente pelos tiros de canhão, antes será de calibre nuclear.
Nesta balança de valores, afinal, vindo da Turquia, velho sócio da aliança, aproveitando mexidas na consciência dos dois candidatos nórdicos de como têm protegido membros das etnias curdas [refugiados], agora servindo como pano de fundo para que a nação otomana [aprovação tem de ser unânime] ofereça seu voto favorável a estes dois membros de última hora afiançando histérica entrada na ordem militar do Atlântico Norte.
O drama parece ser transitório, ainda que calculados embaraços, nas decisões não faltem junto a uma Turquia perdendo seu balanço, vão acabar entrando.
*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.
Depois dos EUA, a Turquia detém o maior número de armas na Otan. E Erdegon é excelente mercador…. Mas, é certo que a Rússia vencerá. Aqui no Brasil, elementos da classe média são “contra a guerra”, mas não querem ver a guerra diária do Estado contra o povo. Os morros da favelas são metralhados todos os dias. Hurrá Rússia!