Documentário Rejeito será exibido no Cajaina Cultural neste sábado (29), às 18h

Fotos: Divulgação

Filme de Pedro de Filippis, premiado internacionalmente, chega a Itabira em meio às reflexões sobre os 10 anos do rompimento da barragemde Fundão, em Mariana

O Cajaina Cultural promove neste sábado, 29 de novembro, às 18h, a exibição do documentário Rejeito, dirigido por Pedro de Filippis.

A obra tornou-se referência internacional na discussão sobre mineração, território e justiça ambiental – e integra a programação de debates socioambientais realizados pelo espaço cultural.

Produzido pela Enquadramento Produções e distribuído pela Descoloniza Filmes, Rejeito chega a Itabira pouco depois das ações nacionais que marcaram os 10 anos do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, controlada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton, ocorrido em 5 de novembro de 2015, no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro de Mariana.

Considerada uma das maiores tragédias ambientais do país, o rompimento dessa barragem arrastando a lama de rejeito de minério de ferro causou a morte de 19 pessoas, o aborto de um bebê, além de diversos danos ainda não reparados ao longo do Rio Doce até a sua foz no Espírito Santo.

Territórios sob risco

Ao longo de quatro anos de produção, o documentário retrata a vida de comunidades que vivem sob constante ameaça das barragens de rejeito em Minas Gerais.

Entre os personagens entrevistados está a ambientalista Maria Tereza Corujo, a Teca, além do registro de momentos significativos como a reocupação da comunidade de Socorro, removida após o rompimento em Brumadinho.

Mais do que revisitar desastres, o documentário coloca em foco as relações com a terra, os rios e as memórias coletivas de territórios impactados pelo avanço da mineração.

Voz do diretor

Segundo o diretor Pedro de Filippis, Rejeito não busca a espetacularização da tragédia. “O tema central do filme é o território, a relação com o rio e a terra. Não buscamos corpos na lama, mas o que está sendo rejeitado.”

O documentário denuncia a permanência de um modelo de exploração que segue removendo pessoas, apagando histórias e ampliando conflitos invisibilizados no Brasil contemporâneo.

Reconhecimento internacional

Rejeito já percorreu importantes festivais como IDFA, Hot Docs e Cinéma du Réel.

Conquistou prêmios como Melhor Filme no FICMEC (Espanha), CineEco (Portugal) e Festival Sarancine, além do Prêmio da Juventude no CineEco e Menção Especial no Indie Memphis, entre outros.

Sinopse

Após os maiores rompimentos de barragens da história, novas estruturas continuam ameaçando milhões de pessoas em Minas Gerais.

Rejeito acompanha a trajetória de uma conselheira ambiental que enfrenta o modus operandi do Estado e das mineradoras, enquanto comunidades ameaçadas resistem em seus territórios.

Com abordagem intimista e crítica, o filme ilumina histórias silenciadas e conflitos urgentes da mineração no Brasil.