Dissidentes do Metabase fazem exames de corpo de delito para comprovar agressões no sindicato

O vice-presidente do sindicato Metabase, Carlos “Cacá” Estevam, e mais os diretores Bruno Gomes, Flávio Serafim e José Alberto “Negão” Miguel estiveram, na tarde desta quinta-feira (30), no Centro Estadual de Atenção Especializada para fazerem exames de corpo de delitos depois de terem sofrido agressões, na segunda-feira (27), na sede do sindicato, quando era votada a reforma do estatuto da entidade.

Bruno Gomes foi o primeiro agredido com soco no olho esquerdo (Fotos: Divulgação)

“Esses seguranças vieram de fora para nos agredir. São conhecidos ‘bate-paus’ do movimento sindical, ex-policiais militares e da guarda penitenciária”, denuncia o vice-presidente do Metabase.

“Eles têm históricos de atuação truculenta contra opositores no sindicato de Mariana. Vieram fazer a ‘segurança” das urnas para a votação de um estatuto que dá todo poder ao presidente e retira as atribuições da diretoria”, acusa.

“Fomos pegar cópia do estatuto que estava sendo votado, documento que nos foi passado pela advogada do sindicato”, relata.

“Quando já estávamos saindo, começaram as agressões, com os seguranças nos acusando de roubar documento da mesa de votação.”

O vice-presidente complementa a narrativa das agressões.

“Cinco seguranças partiram para cima do Bruno, dois vieram para cima de mim e o Negão tomou um ‘mata-leão’, provocando lesões e luxações em todos nós. Um desses seguranças tomou da mão de um companheiro o documento que nos foi repassado pela advogada e o agrediu.”

Cacá teve luxações no braço e acusa o presidente de concentrar poderes ditatoriais com a reforma do estatuto

As agressões foram o ápice de sucessivas trocas de acusações entre o presidente André Viana Madeira e o grupo de diretores dissidentes.

O imbróglio entre eles teve início em fevereiro deste ano, quando antes foi questionado pelos dissidentes alguns itens da prestação de contas da entidade.

“Sem consultar a diretoria, André Viana fez a reforma do estatuto concentrando poderes na presidência e retirando prerrogativas do conselho fiscal e da própria diretoria”, sustenta.

“Ele (André Viana) negou prestar contas, cancelando a comissão de análise das despesas e gastos do sindicato”, acusa o vice-presidente.

O vice-presidente acusa o presidente de esvaziar as prerrogativas da diretoria, concentrando poderes com a reforma estatutária, revogando poderes. “Ele quer concentrar poderes ditatoriais”, sustenta.

André Viana diz que as agressões foram mútuas e lamenta o ocorrido

Carlos Estevam no sindicato com André Viana, em maio de 2020, ainda sem dissidências (Foto: Carlos Cruz)

Procurado pela reportagem, André Viana confirma a mudança estatutária, cuja aprovação ocorreu em votação em 10 sessões no sindicato e nas áreas da mineradora Vale e de outras empresas que compõem a base sindical.

“Eu não estava no sindicato (na hora das agressões), mas a versão que recebi foi que um dos diretores pegou um documento que estava na mesa de votação de posse dos mesários. Foi quando começou o tumulto, com agressões mútuas”, assegura o presidente, segundo ele, com base em depoimentos que ouviu e também pelo registro das câmeras de vídeo interno que registraram o ocorrido.

Viana diz que as agressões não partiram da segurança permanente do sindicato, mas de uma equipe que veio de fora para “assegurar a lisura no processo de votação”. Mas Viana não quis explicar quem são esses seguranças e quem os chamou e como eles foram contratados.

“Vieram para prestar serviços à estrutura de votação”, limitou-se a responder, sem explicar que tipo de prestação de serviço esse grupo de segurança veio prestar ao sindicato no dia votação.

“Um dos diretores agrediu o coordenador do grupo (de segurança) com uma cadeira, enquanto outro cometeu injúria racial ao chamar essa mesma pessoa de gorila”, acusa André Viana. “Já foi aberta (ação judicial) por injúria racial pela pessoa ofendida.”

Em nota distribuída à imprensa, a presidência do Metabase relatou que os seguranças precisaram intervir para garantir a integridade física da equipe de trabalho e mesários. “Por meio da força física, tentaram levar a urna de votação, bem como documentos que estavam sob a guarda dos mesários.”

Para André Viana, os dissidentes já estão em campanha eleitoral para a sua sucessão no sindicato, em eleições que só devem ocorrer em outubro de 2022. “Infelizmente já é a disputa que está em curso. Para mim, eles estão buscando um trampolim político. Não é a primeira vez que provocam tumultos na sede do sindicato.”

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6 Comentários

  1. É o bolsonarismo. Gente perigosa. Eles estão botando o terror. Esse Andre, presidente, como todo bozista é covarde, paga pra fazer o serviço sujo pra ele. A mineradora, o vice prefeito e o Metabase, sao as forças da necropolitica. Horror! Que nossa senhora Aparecida proteja o Cacá, o Negão, o Bruno, os homens de ferro porque o André e a gang dele são homens de lata.

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