Dia do Quadrinho Nacional: três obras diferentes para você conhecer (ou reler)
Imagens: Divulgação
Gênero tem mais de um século no Brasil e conteúdos vão desde enredos infantis a histórias que debatem grandes dilemas da humanidade
Nesta terça-feira (30) é celebrado o Dia do Quadrinho Nacional. No Brasil, o gênero literário já tem mais de um século e inúmeros foram os quadrinhos com enredos que vão desde infantil, com super-heróis, até histórias de grandes acontecimentos e dilemas da humanidade.
Para comemorar esse dia, que tal conhecer (ou reler) grandes HQs? Abaixo, três obras bem especiais para a data não passar em branco.
A Guerra dos Gibis –A formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933 a 1964 – Gonçalo Júnior
Uma das obras mais marcantes das HQs no Brasil é A Guerra dos Gibis: A formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos entre 1933 a 1964, publicada originalmente em 2004 e que acaba de ganhar uma versão nova, revista e ampliada.
A HQ narra a vinda dos quadrinhos ao Brasil em meados dos anos 1930 pelas mãos do jovem jornalista Adolfo Aizen. Como o nome da obra destaca, a chegada das histórias em quadrinhos movimentou diferentes setores da sociedade.
De um lado, crianças e jovens eufóricos com a novidade. Do outro, as obras se tornaram alvo de crítica (e elogio) por grandes nomes do país, como Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Leonel Brizola, Assis Chateaubriand, Carlos Lacerda.
Gilberto Freyre, por exemplo, queria uma versão da Constituição em quadrinhos para difundir os direitos dos cidadãos brasileiros. Muitos outros nomes da mesma época se engajaram na heroica Guerra dos Gibis.
A obra é fruto de uma pesquisa de mais de dez anos e ainda traz fotos de capas do primeiro número de cada gibi e um anexo com a legislação de censura que tentava controlar as publicações da época, além de ter sido escolhido como o melhor livro teórico sobre quadrinhos no Troféu HQMix de 2005.
A Noite dos Palhaços Mudos – Laerte Coutinho
Essa é uma outra boa opção nacional de história em quadrinho que vai te fazer pensar. Publicada originalmente na lendária revista Circo, a icônica HQ de Laerte, que é cheia de humor com forte subtexto político, ganha uma nova edição, publicada em abril do ano passado.
A história A Noite dos Palhaços Mudos conta como eles são considerados uma ameaça, e conservadores e preservadores do status quo tentam de tudo para exterminá-los. Quando um grupo tem sucesso em capturar um dos palhaços e pretende eliminá-lo, deflagram uma hilária operação de resgate.
A obra é um sucesso de público e crítica há décadas, já tendo ganhado inclusive uma adaptação teatral pela Cia La Mínima, premiada por direção e por ator principal. E traz fortes referências à repressão aos artistas nacionais durante o período da ditadura no Brasil.
Aqui cabe também uma dica boa e barata: a editora lançou no ano passado o projeto HQ pra todos, que coloca grandes obras com preço acessível, custando entre R$ 9,90 (preto e branco) e R$ 14,90 (coloridos). Tudo isso para incentivar a leitura e conectar mais leitores (e os apaixonados) com as HQs.
Bear – As aventuras de Dimas & Raven: Na Cidade das Charadas – Bianca Pinheiro
E tem HQ para aquecer o coração também. Que tal conhecer a jornada da pequena Raven que está procurando seus pais numa floresta. Lá, ela conhece o urso Dimas, um pouco ranzinza e solitário que só quer um pouco de paz e sossego.
Na parte 1 de Bear, dentro da Cidade das Charadas, é possível descobrir os perigos da floresta. A obra traz lições importantes e inspirações sobre amizade e convivência.
Vale lembrar que essa HQ tem 3 partes, todas gratuitas pelo Kindle. E já o livro físico é uma compilação de todas elas e custa R$ 69,90.
Para essa nova publicação de Bear, a autora refez tudo do zero.
A obra conta com novo formato, novos desenhos, história corrigida e redonda, além de novos personagens e aventuras. Junto a Greg Stella, que cuidou da edição do texto e coloração da HQ, Bianca assina a produção completa.
Sobre a Conrad Editora:
A Conrad é uma editora do Grupo IBEP que tem como missão disponibilizar para a sociedade brasileira a diversidade de ideias, a discussão de novas tendências e a pluralidade cultural, provocando reflexões importantes para a formação do jovem.
A editora foi fundada em 1993 de forma inovadora, sendo pioneira por abrir espaço para quadrinhos nas livrarias.
Em 2009, a Conrad foi adquirida pelo Grupo IBEP e passou por muitas reformulações até chegar em 2020, quando entrou em uma nova fase, trazendo de volta o conceito de inovação do passado e adaptando a editora para os desafios que o mercado enfrenta nos tempos atuais.
E a última novidade da Conrad é o início de um grande projeto digital, lançando HQs de autores nacionais e internacionais em ebooks completos ou em capítulos digitais periodicamentel.