Dengue já é surto em escala global, diz OMS; cerca de 500 milhões de pessoas nas Américas correm o risco de contrair a doença, projeta OPAS
Tedros Adhanom Ghebreyesus, da OMS, esteve no país para o lançamento do programa Brasil Saudável
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao longo de 2023, 500 milhões de casos e mais de 5 mil mortes em cerca de 80 países de todas as regiões, exceto a Europa.
De acordo com ele, que esteve em visita ao país, nessa quarta-feira (7), para o lançamento do programa Brasil Saudável, o surto de dengue registrado por aqui faz parte de um grande aumento de casos da doença em escala global.
É decorrente das mudanças climáticas, com as fortes ondas de calor, mas também pela falta de infraestrutura e saneamento básico nos países em desenvolvimento.
No lançamento do programa, Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou que o fenômeno El Niño, associado ao aumento das temperaturas globais, contribui para o aumento de casos de dengue no Brasil e no mundo.
Na Europa, poucos países ainda não estão afetados pela doença, decorrente da proliferação do mosquito transmissor do vírus.
O diretor-geral da OMS comentou ainda a importância de agilizar a vacinação contra a doença, tendo ressaltado que o Brasil tem uma capacidade gigantesca de produção de insumos desse tipo.
“O Brasil está fazendo o seu melhor. Os esforços são em interromper a transmissão e em melhorar o controle da doença”, disse ele, conforme reportou a Agência Brasil. “Temos a vacina e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate”, completou.
Organização Pan-Americana de Saúde pede mobilização local e global para combater focos e erradicar a doença no mundo
A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que nos últimos anos se espalhou rapidamente por todas as regiões da Organização Mundial da Saúde (OMS). O vírus da dengue é transmitido por mosquitos fêmea, principalmente da espécie Aedes aegypti e, em menor proporção, da espécie Aedes albopictus.
Esses mosquitos também transmitem chikungunya e zika. A dengue é generalizada ao longo dos trópicos, com variações locais de risco influenciadas pela precipitação, temperatura e rápida urbanização não planejada. Nas Américas, o principal vetor da dengue é o mosquito Aedes aegypti.
Existem quatro distintos, porém intimamente relacionados, sorotipos do vírus que causa a dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A recuperação da infecção fornece imunidade vitalícia contra o sorotipo adquirido.
Entretanto, a imunidade cruzada para os outros sorotipos após a recuperação é apenas parcial e temporária. Infecções subsequentes aumentam o risco do desenvolvimento de dengue grave.
Principais fatos
Américas
- Cerca de 500 milhões de pessoas nas Américas correm o risco de contrair dengue.
- O número de casos de dengue na Região aumentou nas últimas quatro décadas, passando de 1,5 milhão de casos acumulados na década de 1980 para 16,2 milhões na década de 2010-2019.
- Em 2013, ano epidêmico para a Região, foram registrados pela primeira vez mais de 2 milhões de casos e uma incidência de 430,8 por cada 100 mil habitantes. Também foram notificados 37.692 casos de dengue grave e 1.280 mortes no continente. Em 2019, foram registrados pouco mais de 3,1 milhões de casos, 28 mil graves e 1.534 óbitos.
- Os quatro sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DEN-V 4) circulam pelas Américas e, em alguns casos, simultaneamente.
- A infecção com um sorotipo seguida por outra infecção com um sorotipo diferente aumenta o risco de dengue grave e até morte.
- Nas Américas, o Aedes aegypti é o mosquito vetor da dengue e está amplamente distribuído por todo o território, apenas o Canadá e o Chile continental estão livres da dengue e do vetor. O Uruguai não tem casos de dengue, mas tem o Ae. aegypti.
Mundo
- A incidência global da dengue cresceu drasticamente nas últimas décadas. Aproximadamente metade da população mundial está em risco de contrair a doença.
- A dengue ocorre em climas tropicais e subtropicais, principalmente em áreas urbanas e semiurbanas.
- A dengue grave é uma das principais causas de doenças graves e morte entre crianças em alguns países da Ásia e da América Latina.
- Não existe tratamento específico para dengue ou dengue grave. No entanto, a detecção precoce e o acesso a cuidados médicos adequados reduzem as taxas de mortalidade para abaixo de 1%.
- A prevenção e o controle da dengue dependem de medidas efetivas de controle de vetores.
Sobre a dengue
- É transmitida pela picada de um mosquito infectado com um dos quatro sorotipos do vírus da dengue.
- É uma doença febril que afeta bebês, crianças e adultos. A infecção pode ser assintomática ou pode apresentar sintomas que variam de febre baixa a febre alta incapacitante, com forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações e erupções cutâneas. A doença pode progredir para dengue grave, caracterizada por choque, falta de ar, sangramento intenso e/ou complicações graves nos órgãos.
- Não existe um medicamento específico para tratar a dengue.
- A doença tem um padrão sazonal: a maioria dos casos no hemisfério sul ocorre na primeira parte do ano e a maioria dos casos no hemisfério norte ocorre na segunda metade.
- A prevenção e o controle da dengue devem ser intersetoriais e envolver a família e a comunidade.
Sobre o Aedes aegypti
Habitat
Ciclo de vida
Atividade de mosquito
Como o mosquito é eliminado?
Resposta da OPAS
- A OPAS/OMS fornece assessoria e apoio técnico para prevenir e controlar a dengue. Esse trabalho é realizado com base na Estratégia de Gestão Integrada para a Prevenção e Controle das Arboviroses, adotada pelos Estados Membros da OPAS/OMS em 2016 (CD55.R6).
- Em 2008, os Estados Membros da OPAS/OMS estabeleceram uma Rede de Laboratórios de Dengue das Américas (RELDA) para fortalecer as capacidades técnicas para o diagnóstico da dengue. Atualmente, a RELDA foi ampliada para incluir a febre chikungunya e a febre Zika e hoje é composta por 40 laboratórios em 35 países da Região.
- A OPAS/OMS está apoiando o desenvolvimento de um modelo integrado de sistema de vigilância para dengue, chikungunya e Zika. Esse modelo integra vigilância epidemiológica, clínica, laboratorial e entomológica para gerar informações padronizadas e oportunas para a tomada de decisões. Em 2024 será publicado um documento técnico com as diretrizes para a vigilância epidemiológica integrada das arboviroses. As definições de casos podem ser encontradas aqui.
- Sob o conceito de vigilância colaborativa, a OPAS/OMS desenvolve e disponibiliza espaços virtuais de colaboração (EVC) aos países. Através dos EVC, os países e a OPAS colaboram na análise em tempo real dos seus dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais e entomológicos, bem como na geração de relatórios e boletins automatizados.
- A OPAS/OMS promove um pacote de cooperação técnica clínica nos países para fortalecer as capacidades nacionais de diagnóstico clínico e manejo de casos de dengue, chikungunya e Zika na Região. Este pacote inclui documentos técnicos e diretrizes clínicas, cursos virtuais de autoaprendizagem, uma aula virtual regional para treinar os treinadores e a formação de redes nacionais de especialistas clínicos em doenças arbovirais.
- A OPAS/OMS promove o fortalecimento da capacidade regional e nacional para a prevenção e controle de vetores através da implementação do Plano de Ação sobre Entomologia e Controle de Vetores 2018-2023. Como parte deste Plano de Ação, a OPAS/OMS desenvolveu diversas iniciativas para melhorar os sistemas de vigilância entomológica, bem como o monitoramento e gestão da resistência aos inseticidas utilizados na saúde pública.
- Além disso, foi criado um curso virtual sobre Vigilância e Controle de Vetores de Importância para a Saúde Pública para capacitar profissionais em entomologia. Também, se promove a implementação de um novo modelo de intervenções para o controle do Aedes aegypti e se fornece apoio aos países para a implantação racional de novas tecnologias e abordagens para o controle do vetor.
*Com informações da Agência Brasil e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)
Essa OMS é só piadas!
Não bastasse a inépcia com a pandemia COVID, agora vem com essa conversa fiada que a dengue é em escala global.
Esse tipo da OMS parece mesmo um retardado mental, além de ser um fraco e lerdo, demonstrou agora que não conhece de geografia e do Globo Terrestre!…