Defesa Civil conclama moradores de Itabira para o simulado, neste sábado, em vários bairros da cidade
Conforme explicou o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, a realização do simulado de rompimento de barragem em Itabira, neste sábado (17), às 15h, com previsão de término às 16h, é uma ação preventiva, pois não há estrutura de contenção de rejeitos de minério em risco de colapso na cidade.
“Não há que se falar em risco em Itabira em função das barragens. Todas permanecem dentro dos parâmetros de segurança e estabilidade, disse o comandante Godinho.
“Não há alteração do nível de emergência”, assegurou o tenente-coronel em entrevista coletiva, nessa quarta-feira (14), realizada no Centro de Educação Ambiental (CEA), do Parque Natural Municipal do Intelecto.
O simulado consiste no treinamento de moradores que residem abaixo e próximo das barragens, dentro de uma mancha chamada tecnicamente, e pela legislação, de Zona de Autossalvamento (ZAS).
Nessas áreas, em caso de rompimento de barragem, a lama pode atingir as residências em menos de 30 minutos, matando gente e animais, destruindo tudo que encontra pela frente.
São áreas localizadas a uma distância de até 10 quilômetros das barragens Conceição, Rio de Peixe, Sistema Pontal e Cambucal l e ll.
Devem participar do simulado também moradores que residem nas chamadas Zonas de Segurança Secundária (ZSS), próximas das barragens de Itabiruçu e Conceição. As ZSS são as regiões que também podem ser arrasadas pela lama. Elas estão localizadas imediatamente após as zonas de autossalvamento.
Como não há garantia de que as 15 estruturas de rejeitos são 100% seguras, o treinamento para o “salve-se quem puder” se faz necessário. Isso mesmo tendo essas estruturas sido alteadas a jusante (abaixo do maciço), reforçando-o, que são consideradas mais seguras.
Probabilidade
O simulado considera que são reais as possibilidades de rompimento, mesmo que essa probabilidade seja menor se comparada com as barragens alteadas pelo método a montante, que utiliza do próprio rejeito de minério de ferro.
Parte do pressuposto de que não existe barragem incólume ao risco de ruptura, como tragicamente foi constatado em Mariana e Brumadinho, com a morte de cerca de 300 pessoas, entre trabalhadores, moradores, turistas, além de animais, causando destruição ambiental ao longo dos rios Doce e Paraopeba.
Como não existe a possibilidade imediata de descomissionar (fechar com medidas ambientais e para aumentar a segurança), ou descaracterizar essas estruturas, as barragens são realidades duradouras na cidade – e que irão permanecer mesmo depois da exaustão de suas minas, prevista para 2028.
“O simulado é uma forma de treinamento para que as pessoas sejam informadas dos pontos de fugas e de encontros seguros, caso aconteça o rompimento de uma barragem”, assinalou o tenente Godinho.
Situação real
Segundo o coordenador-adjunto da Defesa Civil, todas as áreas que podem ser atingidas pela lama de minério foram mapeadas. Foi também levantado o número de pessoas que podem ser atingidas, as que têm dificuldades de locomoção e ou que possuem deficiências. “Temos todas as coordenadas geográficas, com a localização das pessoas e de animais, que também foram cadastrados.”
Como o simulado irá reproduzir uma situação real de ruptura de barragem, o treinamento é uma maneira de evitar o pior, preparando os moradores para o “salve-se quem puder”, residentes nas áreas por onde se prevê a passagem da lama de rejeitos com toda a sua força destruidora, tragicamente conhecida em Minas Gerais.
“Como em uma situação real de rompimento de barragem o acesso à cidade será imediatamente interditado, assim também irá ocorrer no simulado. Nessa situação, a prioridade é retirar as pessoas das áreas de risco”, explicou o tenente-coronel.
Daí que no sábado, cinco trechos de acesso a Itabira serão fechados no mesmo horário do simulado, entre 15h e 16h. Assim que iniciar o treinamento, todas as sirenes instaladas em diferentes regiões da cidade serão acionadas. Não será motivo de pânico, mas de treinamento para um possível “salve-se quem puder” em caso real de rompimento de barragem.
“É uma nova cultura de prevenção que estamos implantando na cidade. Itabira está sendo vanguardista nesse tipo de treinamento simulado, como ocorre nos países desenvolvidos”, definiu a secretária municipal de Meio Ambiente, Priscila Braga Martins da Costa, na mesma entrevista coletiva no CEA Parque do Intelecto.
Aplicativo
Durante o simulado, será testada a primeira versão do aplicativo Alerta de Barragens, desenvolvido pela mineradora em conjunto com a Defesa Civil Estadual. Trata-se de um programa que orienta as pessoas sobre os pontos de encontro e locais seguros.
O aplicativo tem por base a navegação por GPS para smartphones, estando também disponível para ser baixado no sistema Android. A Vale promete para breve disponibilizar o aplicativo para o sistema IOS.
Por meio do celular, o programa identifica a localização em que a pessoa se encontra. Se estiver em uma zona de autossalvamento, indica a rota de fuga para o ponto seguro. Estando fora dessas áreas, irá indicar que o local é seguro, para que a pessoa permaneça onde está.
sugiro ao editor gravar os sons, as vozes do Simuladão da Vale de Morte. Os sons do medo, a voz da angustia. os movimentos da impossibilidade de fuga. Derrota incomparável que poderia ser derrotada se fossemos um tiquinho de nada senhoras e senhores de nossas vidas. Nesta data estranha e de ignitas minha mente, meu coração estarão ligados ao Povo de Itabira.
Ô Correto seria a imediata mudança no sistema de armazenamento de regeitos. A população é a única que tem direitos de cidadania e patriotismo ; portanto o comodismo fez este momento. Como todos temos a consciência dos erros , está no momento de retomar os direitos do ser humano. Fazer valer a população e não os absurdos atingidos até o momento. Que o governo exija o necessário e volte a prevalecer o correto. O povo não pode pagar por erros de 0,001%.
Que prevaleça a dignidade, a honra, a família, o caráter e a vida.