Cultura itabirana enriquece com a mostra musical do MIMO e marca o retorno de shows na concha acústica, no Pico do Amor 

Fotos: João Salamonde/
Divulgação/MIMO

Junto com o MIMO (Mostra Internacional de Música de Olinda), lançado há 20 anos na histórica cidade pernambucana e que foi nacionalizado e globalizado pelo sucesso de sua proposta cultural, a boa novidade cultural neste mês de maio, que o poeta Carlos Drummond de Andrade considerava o mês que mais amava (“posto que é maio, amai-o”), é a reativação do melhor espaço aberto acústico de Itabira, que por muito tempo além do admissível (ok, houve a pandemia!) ficou desativado na encosta sul do pico do Amor, no Parque Natural Municipal do Intelecto, nessa noite de sexta-feira (19) de outono.

Foi quando o público assistiu a apresentação do DJ itabirano Vini Brown, antes da apresentação do show  Lágrimas do Mar, do músico e cantor Arnaldo Antunes, acompanhado pelo ótimo pianista pernambucano Vitor Araújo.

Na sequência quem permaneceu no Pico do Amor nessa noite fria outonal de sexta-feira (19), pôde ouvir e dançar com os músicos Mário Lucio & os Kriols, de Cabo Verde/Portugal.

Mas antes dessas apresentações, às 20h, no teatro da Fundação Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), o MIMO brindou os itabiranos com a voz potente e forte presença cênica da atriz e cantora Simone Mazzer, com músicas de seu quarto álbum Deixa ela Falar (2022).

Mazzer foi vencedora do 27º Prêmio da Música Brasileira (2016), na categoria “revelação”, com Férias em videotape, com músicas de Edu Lobo, Vinicius de Moraes, Jards Macalé e José Carlos Capinan, Duda Brack e Iara Rennó, além dos parceiros Bernardo Vilhena e Arthur Martau (que assina a direção musical).

Conforme define a artista, o espetáculo “é rock and roll, mas também é poesia pura com imagens contraditórias, um sambapsicodelicorockandroll, tudo isso e mais um pouco”. Quem foi ao centro cultural saiu com a sensação de privilégio, lamentando a grande perda para quem não foi.

Também perdeu quem não acompanhou o show dos músicos luso-caboverdianos Mario Lúcio & Os Kriols, conterrâneos do célebre compositor Francisco Xavier da Cruz, o B.Léza, pai do nosso colaborador Veladimir Romano, a quem temos grande apreço e distinção por sua presença constante em nosso portal de notícias. B.Léza é o compositor com o maior número de músicas no ótimo CD Miss Perfumado, de Cesaria Evora.

Ouça aqui:

https://www.letras.mus.br/cesaria-evora/343744/

E saiba mais aqui

B.Léza: no simultâneo da sua música fica a escrita

Aqui:

B.Léza e o seu depoimento em “A DANÇA da MORNA”

E também aqui:

Manuel Ferreira, B.Léza e como a Morna é também Neorrealismo

Cantor, compositor, multi-instrumentista, escritor premiado e um dos mais conceituados pensadores de sua geração, o cabo-verdiano Mario Lucio é autor de centenas de canções nos principais estilos de sua terra, como a morna, o funaná, o batuque e a coladeira.

E fez todo mundo dançar e com ele cantar durante a sua apresentação em Itabira, com músicas do álbum Migrants, na companhia de cinco músicos instrumentistas portugueses, todos de alta performance, do grupo Os Kriols.

A primeira edição do MIMO em Itabira, que se espera possa repetir nos próximos anos, com o patrocínio cultural, via Lei Rouanet, do Instituto Cultural Vale e apoio da Prefeitura de Itabira, via FCCDA, prossegue com grandes atrações artísticas culturais neste sábado.

Encerra-se no domingo (21) com grande show de Os Gilsons, com filho e netos de Gilberto Gil (José Gil, Francisco Gil e João Gil), na concha acústica que volta para ficar como grande palco da cultura itabirana ao ar livre.

O MIMO está imperdível. Quem perder é mulher do padre, como diziam os antigos itabiranos ausentes por motivos diversos desse grande festival musical.

Confira a programação do MIMO aqui:

https://mimofestival.com/itabira2023/